quinta-feira, 30 de julho de 2009

Para que serve a Lusofonia?

A Lusofonia é o fenómeno de haver quem fale português: 240 milhões de falantes. Isso é um dado incontroverso. A questão, levantada na Declaração de Princípios e Objectivos do Movimento Internacional Lusófono, e até hoje sem resposta, é: qual o melhor sentido a dar à Lusofonia?

A forma que em mim assume essa questão, na linha de Pascoaes, Pessoa e Agostinho da Silva, é: como colocar a Lusofonia ao serviço de tudo e de todos, como fazer da Lusofonia um contributo para o bem do planeta e dos seus habitantes, humanos e não-humanos? Para essa questão, não vejo, desde o início da vida do MIL, qualquer resposta.

Alguém tem ideias?

28 comentários:

  1. Pela leitura dos princípios satânicos colocados do outro lado, fiquei com uma pequena ideia...

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  2. Mas tu, para além de comentares o que os outros escrevem, tens alguma ideia?

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  3. Fechem isto a anónimos, isto é, a não-humanos. Sempre evitam a aplicação do 4 e do 11. Não é uma boa ideia?

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  4. Esse contributo é independente de sermos ou não lusófonos, luso falantes. Como lusófonos, podemos dar o contributo que qualquer não lusófono daria. Penso que o melhor contributo é amar os outros, com a vagueza que o termo implica, ser eticamente correcto, bom. E isso é universal. Como lusófonos propriamente ditos, podemos mais facilmente comunicar com outros povos lusófonos e passar-lhes a mensagem que o Paulo de momento está a passar.

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  5. Se conseguirmos influenciar uma grande quantidade de lusófonos, certamente a mensagem passará para lá da lusofonia. Por isso, umao outra resposta seria que os lusófonos poderiam fazer pressão sobre os não lusófonos, para os levar a aceitar esses princípios que éticos e práticos que defende e que o MIL defende.

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  6. Penso que os lusófonos poderiam ser "felizes e contagiantes", embora não num sentido hedonista, mas sempre tendo em conta o outro (pelo menos penso que este é um princípio ético fundamental).

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  7. Respondendo à questão que dá título ao post e sob pena de erro: a lusofonia serve para comunicar.

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  8. Não te esforces. Já entendi.
    Insultos ou contributos.

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  9. Queres um contributo? Toma:

    Amar é ser o outro.

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  10. Assim é de facto difícil ser lusófono. Que é amar senão ser o outro? Já São Paulo dizia "já não sou eu que vivo, é Cristo que vivem em mim". São Drancisco fez o mesmo, Madre Teresa idem idem. Tudo pessoas que abdicaram de si em prol dos outros. Lusófononas ou não, pouco importa. Reafirmo: amar é ser o outro. Sentir, sofrer, alegrar-se e estar com o outro. Dedicar o dia ao outro que se ama. Amar é isso.

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  11. Abdicar de um emprego que dá muito dinheiro mas que é inútil, para aceitar algo que dá menos dinheiro mas que é útil e bom para os outros. Isso é amar.

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  12. Por isso, a lusofonia em si e por si de nada vale para os objectivos pretendidos se os lusófonos não amarem. Amar é, de acordo com o que foi dito, ser altruísta e não egoísta. Ser empático e não meramente simpático. Ser prestável... Dar sem nada esperar que não a felicidade do outro.

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  13. Penso também que o MIL deveria ser desintelectualizado, se o não é, isto é, devia abrir-se numa linguagem e propósitos claros ao cidadão comum, cujos principais pontos de contacto com o mundo que o rodeia são a televisão e o Correio da Manhã. Devia ser portanto um projecto não elitista, mas de e para as massas.

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  14. Um projecto agregador tanto de intelectuais como de não intelectuais tem de conter aquilo em que ambos os grupos se assemelham. Penso que o maior objectivo deveria ser "por uma vida boa".

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  15. Por isso penso que deveria ser um projecto essencialmente humanista, em vez de lusófono ou português, embora de origem lusófona. Tal é o caso de muitas religiões, nascem num sítio e depois propagam-se e penetram noutras culturas. Penso que o objectivo não deveria ser disseminar a cultura lusófona, já que se pretende um projecto universal. Assim, deveria ser um poço, um caldeirão de culturas, e por cultura digo tudo, desde roupa, gastronomia à literatura. Um ponto, um centro, cerne de comunicação trans-nacional com o objectivo de uma vida boa, um vida melhor, um mundo melhor. Animais incluídos, se está nos propósitos.

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  16. Poderiam organizar grandes fóruns de discussão de ideias e de encontro de culturas, com disseminação na comunicação social, para causar efeito mediático, para que a mensagem chegue às pessoas que acedem pelos media, para lá dos blogues ou de revistas elitistas.

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  17. Nesses fóruns poderiam convidar oradores estrangeiros não lusófonos de renome, para que houvesse um mínimo de cobertura internacional. Assim a mensagem passaria trans-nacionalmente e para lá da lusofonia.

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  18. São as ideias que tenho sobre este assunto.

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  19. no princípio era a linguagem que no grito de fundou. o falar, o escrever, os orgãos no corpo pleno...boca, lingua, braços,mãos, cérebro (ia-me esquecendo). muitos dos 240 milhões de falantes não serão resultado do colonialismo, destes quantos têm a essência da lingua portuguesa no seu palavrear. não é a lusofonia um neo-colonialismo?

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  20. O homem busca a felicidade. Todas as acções, palavras e pensamentos emanados por ele têm um fim último: a busca da felicidade. Se hoje no mundo o sofrimento prevalece sobre a felicidade é porque o caminho trilhado pelo homem não é o correcto. E aqui, a meu ver, a Lusofonia pode desempenhar um papel importante ao promover (através do seu vasto espaço populacional e geográfico) um diálogo entre todas as culturas sobre o fim último do homem. Seriam estudadas e comparadas religiões; práticas meditativas milenares seriam analisadas, experimentadas e divulgadas; a ciência, podendo a Lusofonia ser um interlocutor, desenvolver-se-ia no sentido de proporcionar conforto material a todos os povos e não apenas a alguns países, conforto esse que não seria um fim em si, como é o dogma da actualidade reinante, mas sim uma base para procurar a felicidade através da ascese espiritual, da meditação, da oração, da vida contemplativa, práticas que palavras como sofrimento e felicidade deixariam de fazer sentido e que divulgariam a des-coberta daquilo que verdadeiramente somos.
    A Lusofonia deve ir ao encontro da humanidade na sua constante procura da felicidade, mostrando que não é pelo individualismo, não é pela satisfação efémera do desejo egótico que nos conduz perenamente a conflitos, guerra, destruição que se chega lá; a Lusofonia deve divulgar o colectivismo compassivo, a anarquia não fundada no ego mas sim naquela "tranquila voz da sabedoria só raramente conseguimos ouvir", divulgando e partilhando com o mundo práticas que promovam a sua des-coberta.
    Amigos, cada vez acredito mais que a felicidade não se alcança com políticas económicas ou com competição neo-liberalista. A matéria não é um fim em si gerador de felicidade. Inspirada por pensadores como Pascoaes, Pessoa e Agostinho da Silva, cabe à Lusofonia mostrar o caminho para se desfazer dele. "E a orla branca foi de ilha em continente, clareou correndo até ao fim do mundo".

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  21. Caros Parasensorial e Kunzang Dorje, concordo inteiramente com o que disseram. Ao Baal agradeço a chamada de atenção, mas se é óbvio que a Lusofonia nasce do colonialismo, não é óbvio que continue ao seu serviço. O grande desafio parece-me ser exactamente esse: colocar a Lusofonia ao serviço da emancipação humana e universal.

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  22. É o pais das maravilhas!

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  23. Isso querias tu anormalzinha.

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  24. Boa ideia! Para que tiraste o post anterior? Aquele em que me insultavas? Está gravado, menina. Isso é muito feio.

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  25. Trabalhar em conjunto! Reunir esforços em projectos comuns, uteis a todos. Alargar ideias alcançando resultados pelo trabalho alcançado em rede, além fronteiras linguísticas e geográficas.

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