“Luxúria, luxo, comércio, indústria, ciência, filosofia devem ser abominadas quando se exercerem apenas numa forma terrena, alheada dos Céus. Mas quando o sopro divino destes animar quaisquer ocupações da Vida, quando essas ocupações forem formas particulares de ascese, então eles se divinizarão, saindo da sua atitude profana e herética. Enquanto só da Terra é que tudo é condenável, desde a vida do lar ou a actividade bruta e inteligente das oficinas até à prostituição ou aos movimentos sociais revolucionário. […] Desde que tenhamos só preocupações humanas, terrenas, não sentindo exclusivamente Deus em toda nossa vida, somos infernalmente condenados, quer haja em nós honestidade quer haja desonra. O que devemos é viver só para Deus, na luxúria, na pomba e em toda a vida. […] O pai que se preocupa muito com os filhos, o comerciante honrado que pensa muito nos seus negócios, o escroc que só vive para as suas trapalhices, são igualmente abomináveis visto as suas preocupações serem da Terra e não dos Céus. Não encontro neles diferença alguma. E na mesma ordem de ideias abomino, no fundo, a luxúria que não e de místicos e não se exerce misticamente. Mas quando assim se exerce o caso e diferente, então Sodoma divina-se.”
Raul Leal, Sodoma Divinisada, p. 12
"A lei suprema da Vida é a lei do sacrifício."
ResponderEliminar"A lei do sacrifício é a lei do amor e do trabalho."
"O português, ser individual e humano, deve sacrificar a sua vida à Pátria portuguesa-; ser espiritual e divino."
Teixeira de Pasco ais
Ora bem, eis o cerne desta crise humana.
ResponderEliminarA virtude, a razão e a lei são as rédeas das paixões.Ouvi dizer.
ResponderEliminarEu até sei disso, mas custa-me amar o inimigo, dar a outra face depois de ter levado com um paralelo, não julgar, sacar a viga do próprio olho, deixar os mortos enterrarem os mortos, ir como cordeira entre lobos, não levar a pochete,nem o alforge nem as sandalecas, berrar aos quatro ventos que o reino dos céus chegou, pedir que nem uma doida para me ser dado, não me preocupar nadinha com a vida e procurar o reino de Deus que nem sei onde é não é para mim.
Só a descrição já me cansa.
Acabaste de ser excomungada. Banida desta casa... ó luxúria maldita!
ResponderEliminarvolta! estás perdoada!
ResponderEliminareh eh
ResponderEliminarAí o mestre diz que "a tragicomédia existenciante, pela conversão da loucura criadora em redentora, ou pelo triunfo de uma orientação que a precede e desde o início lhe é íntima, procedente que é da própria irredutibilidade do Absoluto à sua manisfestação e ao que dele, como divino-diabólico, nela e por ela se determina, tende pois a conhecer uma solução escatológica benigna, sugerida como a reintegração universal dos entes fenoménicos na sua supra-determinação primordial e meta-essencial."
Eu acredito nisto.
Enorme Raul Leal! O próximo grande e maldito pensador português a ser descoberto!
ResponderEliminarLer Raul Leal é uma Vertigem.
ResponderEliminarLanço-me no Abismo...
ResponderEliminarDirk, há uma amiga nossa que diz que o Raul Leal é "louco, profético e demencial", concordas?
ResponderEliminarTem o melhor conceito de vertigem, tem a cabeça mais em roda viva que já li; tem a cabeça voltada para o deserto e escuta-se a si antes do tempo dos profetas, tem as palavras a escorrerem-lhe pela graganta como um líquido inflamado; tem a insanidade dos que conseguem o perdão do imperdoável, tem a força de um vulcão a arrebatar as nossas falsas Pompeias.
ResponderEliminarRaul Leal empresta ao leitor toda a vida que a vida mata. Viva o Raul Leal!
O Raul Leal tem todos os sintomas de um deserdado.
ResponderEliminarA "nossa amiga" não acredita no que lê, nem no que diz.
ResponderEliminardeserdado de quê?
ResponderEliminarDe si próprio. Quem precisa do exterior para se sentir é porque está vazio.
ResponderEliminarDivinizar... Có(s)mico!
Acredita no que lê e no que diz, ah, ah... mas também há uma diferença não é camaleoa, é mais género fantasmático!
ResponderEliminarSaudações Lealinas.
Provavelmente, Raul Leal seria um deserdado porque nada deste mundo se lhe adequaria e nem ele aceitaria...
ResponderEliminarÉ um problema comum, lá isso é.
ResponderEliminarUm camaleão é um arco-íris animal, camuflado, com boa visão periférica. Com estilo!
ResponderEliminarUm desadequado inteligente porque se adequa. Um técnico do disfarce. Calmo, lento, ágil na língua, fingindo-se na verdade. Fantasmicamente budista.
ResponderEliminarSerei budista?
ResponderEliminarSerei camaleão?
ResponderEliminarSereis idiotas?
ResponderEliminarCertamente.
Pronto! É sempre isto. Há sempre um animal falho de paciência!
ResponderEliminarAcredita no que ele escreve... mas não acredita nela... e isso porque é uma pedra que não se move com o olhar compassivo e generoso dos bons.
ResponderEliminarEsculpir é mentir a pedra.
ResponderEliminarUma pedra é uma pedra. Não tem que se mover.
ResponderEliminarAcho que houve um filósofo alemão que disse que uma pedra move-se com o olhar, mas uma mulher não... que me perdoem os puristas das citações.
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