segunda-feira, 15 de junho de 2009

versinhos de quando era proibido não sonhar

à Saudades


Versinhos sobre a Reforma Agrária

R. A.

Duas palavras apenas
Pra escrever Reforma Agrária
É das palavras pequenas
Aquela que mais abarca:

Charnecas de urze olivais
Campos de milho ervilhaca
É das palavras que mais
De ser pequena me encanta

Suor e pó sobre o rosto
Espigas de trigo na cara
Chapéus queimados de Agosto
Esperança força de seara

Frescura de barro – cântaro
De sombra e de prata fria
Mundo melhor alavanca
Bolota glande alegria

Ai Alentejo ai motor
Reforma Agrária poesia
Casa de velho senhor
Virada pra outro dia

8 comentários:

  1. Amigo querido,Platero,

    Deixa-me dizer-te, primeiro, meu querido amigo, que os “versinhos” não são nada de jeito. (Sorriso grande - Eu sei que posso.) Saliento até (mais risos...) que a escolha abstrusa da rima “abarca” e “ervilhaca”, também foi “velhaca”, coisas mais ao jeito de Pelé do que de João de Castro Nunes (se tens acompanhado!...)

    Meu querido amigo, gratíssima pelos versos que me fizeram lembrar que no tempo da dita (maior juventude e maior crença na R.A.), na sua Conferência mesmo aqui em Évora, recordas? O Tavares faz uma instalação com fardos de trigo, pão, e não sei se uma ilha ilha, já não me recordo bem ... Euzinha, ainda hoje não sabe porquê, apresentou, três cartolina grossas: uma preta com um círculo branco no centro; uma branca com um círculo preto no centro e uma branca, penso, com um espelho nas mesmas dimensões dos outros círculos. Nesse tempo, quase que o Grupo 8, acho e os pré ou pós “rodapianos”, (revista “Rodapé”), vá lá, memória! Esses iam sendo corridos pelo “camarada” e já falecido Lino de Carvalho... meu vizinho e amigo durante anos. Mais tarde, claro! Há, pois é, meu amigo!

    Um beijo grande e o meu agradecimento. Aquilo dos versinhos serem “fraquinhos” era mesmo a sério! (mais risos).

    Um abraço na “revolução permanente”.

    P-S. Juro que não revelaria a palavra para verificação, nem que a Pi.. voltasse, nem que o S.cra... me fechasse num quarto e me torturasse... ou era a Marilú?
    Peço desculpa do desabafo!

    Um beijo de gratidão.

    ResponderEliminar
  2. aos 13, participei numa jornada de trabalho pela reforma agrária, (15 dias), escusado será dizer que os camponeses não me deixaram trabalhar (ou seria empatar), mas esses tempos para um miúdo da beira do rio como eu, ainda continuam bem vivos, a noite à lareira a contar historias, os passeios , os sapos junto ao poço (mal sabia que ia engolir um por causa do m. soares) e um baile do qual tive que fugir por não saber dançar, muito menos à velocidade do acordeão. acabámos por não trabalhar,pouco ajudamos, mas muito aprendemos.
    penso que a cooperativa era a 'boa lembrança'.
    saudações

    ResponderEliminar
  3. não sabes dançar, baal?
    bem, pelo menos dançam-te agora estas memórias ;)

    frag

    ResponderEliminar
  4. Que chiadeira! Qual é a crise?

    ResponderEliminar
  5. havia tractores nas ruas - carregados de verde e flores da Primavera. e as pessoas cantavam e dançavam montadas nos tractores - eram também flores da Primavera.

    O Rossio enchia, discursava-se e diziam-se décimas nos palcos. E nós bebíamos números de vacas, de hectares de terra, de camiões de cereais como petisco para os vinhos
    genuinos das adegas cooperativas da nossa região.

    Só uma coisa ficava proibida nesses dias:
    não sonhar

    ResponderEliminar
  6. Bela engorda, hã? É bom recordar velhos tempos, não é?

    ResponderEliminar
  7. Ah! Esqueci-me de dizer que a verificação de palavra é do melhor... O outro lado da questão ou desejo que assim fosse?

    ResponderEliminar
  8. Anonímias variadas,

    Também não era assim tão mau!

    "Vá cão",

    Vá lá, não fiques triste, também vais recordar qualquer coisa... um dia!

    para o " que bonito" vou revelar a palavra, pois parece ter ficado intrigado e curioso: "fundisse" Nada de especial!

    baal,

    a "filosofia revolucionária" é mesmo contigo. Não te sabia "menino do rio" na "boa lembrança". Nos teus precoces gestos de "inconsequentes" bravuras e lutas.

    Platero,

    Era tudo isso e o mais que se diz.
    Não estou lá. Mas passei por lá.
    De crise em crise "...en crisantêmes...

    Um abraço.

    NB.

    Não sejam "invejosos", um dia também hão-de ter memória! Do que será cabe-nos, os que vivemos o momento, "futurar"...

    ResponderEliminar