domingo, 28 de junho de 2009

execução

Um círculo de sangue

Ínfimo entre a noite e o dia.

Nem sombras

Nem sonhos:

Rumor de salitre

Laminando os olhos

(Microscópico alvitre)

Antes do silêncio.

Mas antes do silêncio.

A palavra com voz,

Um símbolo no termo

Da luz petrificando

A teia

No labor de aranha.

Um círculo de morte

Suspendendo o sangue.

3 comentários:

  1. bons olhos te leiam.
    Há que séculos não davas sinal de vida.
    Ontem estive com Maria na Arena de Évora, ouvindo música de Cabo-Verde.
    encontrámo-nos por acaso. Como sempre.
    Bom trabalho - abraço

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  2. Grato, grato. Como vão as rosas?

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  3. Os pais aconselham bem os filhos. Os pais dizem aos filhos para não se deixarem entusiasmar pelas suas fantasias pois sabem, talvez por experiência própria, que quando as crianças são expostas durante muito tempo a efeitos mágicos, começam a acreditar em feiticeiros. Isso perturba. O espírito é sobrealimentado por visões virtuais, o que interfere com a possibilidade de poder lidar eficientemente com a realidade. Uma vida rica de fantasia fecha a realidade à chave, impossibilitando-a. Não é uma coisa boa.
    Também instigar a confiança com eloquentes cuidados maternos compondo e recompondo a imagem pode parecer bem, mas não deixa de ser outra fraude, não é verdade?
    Indubitavelmente tudo tende à frustração porque tudo parece, mesmo quando é… O pé é uma pata; o sapato é um tamanco; o sol é uma cartoolina recortada, sem fogo dentro; a caneta de ouro não passa de um pau de escrever na areia, aquela de que tenho tantas saudades…
    Não há implante de espírito que me valha. Não há cruz nem rosa porque o símbolo se tornou tangível e perdeu-se.

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