Na mesma janela
desde a que chovia
deixo que acarinhe
a pura luz do sol
a pele
e os cantinhos de terra
que ainda ficam
no sentido prendidos
as pálpebras da mãe
que tinha medo
e a gentes tão diversas
que passam sob o sol,
que nunca voltam
a pairar no meu olhar
com as harmonias diluídas
nos passos liberados,
no trânsito das luzes
a sonhar.
desde a que chovia
deixo que acarinhe
a pura luz do sol
a pele
e os cantinhos de terra
que ainda ficam
no sentido prendidos
as pálpebras da mãe
que tinha medo
e a gentes tão diversas
que passam sob o sol,
que nunca voltam
a pairar no meu olhar
com as harmonias diluídas
nos passos liberados,
no trânsito das luzes
a sonhar.
Iolanda R. Aldrei
Belo e misterioso.
ResponderEliminarFaz lembrar o Nick Drake.
ResponderEliminarOs silêncio são de ouro
ResponderEliminarFui baptizado nas cinzasEsperava pelo baptismo, havendo começado a catequese há dias, quando aconteceu a Quarta-Feira de Cinzas. Nesse dia passei na igreja, ao fim do dia, e o padre colocava cinzas na cabeça das pessoas. Incitaram-me "Vai" e eu disse "Não posso porque não sou baptizado"; disseram-me que podia, fui e o padre colocou-me as cinzas na cabeça, dizendo "Arrepende-te e acredita no Evangelho".
ResponderEliminarDeu a missa e, terminando-a, disse: "Hoje, quando regressarem a vossas casas, ouçam o silêncio". Escurecia, cheguei a casa, jantei e, já noite escura, acendi uma vela, abri e comecei a ler o Evangelho, escutando um silêncio sem nome que assolava toda a vila. Fui baptizado nas cinzas.
Belo baptismo!
ResponderEliminarUm saúdo, meus amigos. A luz de quem passa e de quem fica, a cinza de quem foi. Sim, a cinza é um baptizo que fala também do caminho e o trânsito.
ResponderEliminarAs místicas que pairam entre os silêncios.