sábado, 25 de abril de 2009

O Cravo / Joaquim Pessoa


25 de Abril de 1974


O cravo trevo levado
lavado cheirando a água
cravo meu sangue pisado
peito nora a puxar mágoa.

Mágoa sirene do vento
que o vento grita ao correr
mágoa que acende no tempo
um cravo punho a doer.

Cravo que é a morte ou é a vida
da vida mais desgraçada
tantas vezes mal sofrida
sofrendo a vida parada.

Até que a morte parida
seja a vida libertada.

Joaquim Pessoa
in Amor Combate
Litexa, 1985, p.157

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