Matéria de Estrelas
Porque é tudo para sempre, mesmo a efémera morte,
encontrar-nos-emos eternamente
e nunca mais nos veremos.
O impossível volta a ser impossível. Para sempre.
Impossível é cada manhã aberta,
um deus sonha consigo através de nós.
Às vezes quase posso tocá-lo, ao deus,
surpreendê-lo no seu sono, também ele real e efémero.
Matéria, alma do nada,
os mortos ouvem a tua música sólida
pela primeira vez, como uma respiração de estrelas.
A sua intranquilidade transforma-se em si mesma, música.
Manuel António Pina (Poesia Reunida, Assírio & Alvim)
Caro Proeta,
ResponderEliminarAdorei o seu lugar.
Descansarei bem nessas pedras, bem preciso que me seja molhada a fronte e penteados os cabelos. È o cansaço de tantos embarques, tantos portos e mágicas florestas.
Revisitarei. A música dispõe bem... bom! E o azul das gaivotas?
Que saudades, me sombreiam agora os olhos de outros lugares que não eram e eram ilhas, outras...
Em pedra de toque nos reconheceremos. Sempre.
Um abraço de gratidão poe este "colo" tão necessário a quem muito viaja.
Haveremos de ir à ilha, claro!
Boas lembranças, por aqui! A Primavera deve estar a aquecer.
ResponderEliminar"Viajar é uma falta de imaginação"
ResponderEliminar...Pó és e serás,
ResponderEliminartudo é efemero quase ligeiro
vive a vida calmamente
aproveita o momento
e porque não o sol
o luar e as estrelas
e sorri enquanto podes
pois breve irás perde-las...
Um belissimo poema, num blog inteligentemente trabalhado, muitos parabens
Despreocupados, mentirosos,violentos, nos quer a sabedoria.É mulher e não gosta senão de guerreiros
ResponderEliminarOiço o Profeta e leio o leio. Como se a leitora renascesse neste dia quente que me promete, como a voz e a leitura, o impossível do impossível: a matéria à temperatura das estrelas, a matéria perto das estrelas.
ResponderEliminarE há pedras da cor das estrelas, com cor de ouro e olhando a face quase gélida do retrato não posso deixar de pensar: quando alguém ler alto o poema à mulher e ela conseguir abrir as mãos perceberá que o beijo que lhe depositaram na face deixou uma estrela dentro das suas mãos fechadas. E ele ouve-a. Porque depois da tristeza, Saudades, vem a música das estrelas e temos sempre a mais pura vontade de dançar. É ou não é assim também no tango?!
O meu maior e melhor sorriso
Soantes,
ResponderEliminarEstá sim, meu amigo. As lembranças são boas e a Primavera, aqui, veste-se com muitas formas de árvores e semeia-se com pedras de luz... Há jardins assim... nem deixam saudades!
P.S. E bem... até já! Tenho que ir ver testes!...(hi, hi, hi! Esta é mesmo ma piada privada!...)
Caro Bernardo Soares,
ResponderEliminarO que podemos ver de uma rua qualquer dos Douradores, ou dos semeadores de estrelas!
Boas viagens, por aqui!
Cumprimentos
António Gallobar,
ResponderEliminarMais um ser bem vindo que chega até nós. Traz pó de estrelas e o "carpe Diem" para que o gozemos, que também somos ele. Quanto mais ele for eternidade em nós, mais seremos a sua plenitude.
Obrigada pelo seu comentário e estímulo, aqui para a Serpente e suas plumas.
Homem de Papel,
ResponderEliminarTenho observado, embora ainda não tenha lido o seu "personagem", e fico sem saber se quer ficar no retratoda memória de alguém, ou se quer desaparecer do seu mesmo rosto e se reencontrar na alma que, se foi com a fotografia. Já há muito que se deixou de pensar que a alma se vai com o retrato. Nitrato de prata?
Não sei, é tudo um pouco difuo.
Mas diga-me, Homem de Papel, porque seriam violentos, despreocupados e mentirosos esses que a sabedoria quer para si? Não compreendo!
A sabedoria não é mulher nem é homem, Homem de Papel! Nem sequer os guerreiros são "guerreiros".
O absurdo tem as suas raízes no nó dos dedos, mas também na fala lançada, assim, ao sem sentido das coisas.
É interessante, mas tem algo de incomodativo essas suas falas, meio desligadas de sentido, ou ligadas a outros...
Afinal tudo traz sentido mesmo o que o não traz. Qualquer coisa como o silêncio que tembém traz leiitura...
Sim, Senhor!
Sim, "Papelíssimo ser humano" que é Homem, de Papel e não gosta de guerreiros, ou gosta?
Ai, que baralhação! Estou confusa!
Cumprimentos, Homem de Papel!
P.S. Pessoa (esse mesmo!) chorou ele mais lágrimas pelas figuras de ficção e romance do que alguns de nós em vida "real" temos chorado ou chorámos por alguém. Faço votos para que se encontre de novo "almado" e desarmado. Nada de violências!
Uma boa noite.
Agora, a Isabel, a dos pés azuis, que tem rosas na memória e pétalas espalhadas pela pele e estrelas que caem em pó sobre a sua figura, que sempre nos surge em benção.
Da matéria que nos é matéria: pedras. Pedras escuras de sua alvura crescendo em lua cheia de pratear águas, fontes, ecos de tanta voz.
E haverá uma voz como uma espera que lerá por cima das rosas, junto à face uma canção. Nascerão dos seus dedos pó de muitas estrelas que espalharemos pelas fontes, para que a água ao meio-dia seja a nossa face límpida a olhar o lago, onde já nasceram narcisos roxos e brancos no pensamento e no canto das rosas e das pedras florescidas do jardim acima dos nossos olhos...
Um grande, grande abraço e, pelo braço, "velha" amiga, subamos as escadas, que a fonte é logo ali.
Quanto ao tango, minha amiga, não me fale nele, agora... havemos de dançá-lo, já o dançamos...
Obrigada.
nitrato de prata não, chapa de zinco. Homem de Papel é uma história de banda desenhada (tinha que ser) de Milo Manara.
ResponderEliminaresqueci-me, foi um guerrilheiro da classe operária (5 anos de prisão)
ResponderEliminarFez-se luz! Já entendi! "Quatro dedos" Homem de Papel, Manaro...
ResponderEliminarSim, sim. Hugo Pratt... ou tem mesmo que ser "Homem de Papel"
Pronto, seja "chapa de zinco". Fica a fotografia sem efeito.
Um sorriso estranho e fora de horas.
Viajar só para fora de mim.
ResponderEliminarvou citar de memória, erroneamente:
ResponderEliminar'paeter mundus, philosophus fiat, philosophus fiam'
traduzir ainda mais erroneamente
perece mundo,faça-se filosofia, filósofos ajam.
Ao Homem de Papel
ResponderEliminar"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar
bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até
que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à
falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado"
Karl Marx, in Das Kapital, 1867
esta é a violência de guerrilha do nosso tempo
bola de sabão
ResponderEliminarfilósofos-cientistas, filósofos-desportistas, filósofos-saudosistas, não estará na hora de filósofos-revolucionários?