terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Poema de amor

Vasa-me os olhos e eu poderei ver-te
Destrói-me os ouvidos e eu poderei ouvir-te
Mesmo sem pés poderei chegar a ti
Mesmo sem boca poderei conjurar-te
Corta-me os braços adorar-te-ei
Com os braços com as mãos
No coração latejará o meu cérebro
E se incendiares o meu cérebro
Guardar-te-ei ainda no meu sangue

Rainer Maria Rilke
(1875 - 1926)

8 comentários:

  1. É natural: foi feito para uma sereia...

    ResponderEliminar
  2. Este poema é IMENSO! Tinha que ser do Rilke...tinha que ser, só poderia ser. Obrigada Liliana!

    ResponderEliminar
  3. Cara Liliana,
    quando fui eu a postar... foi assim:

    http://serpenteemplumada.blogspot.com/2008/07/amor_20.html

    :)obrigada por trazê-lo de volta!
    Gosto muito*

    :) Obrigada Soantes*
    Não posso ter deste comentário uma confirmação :) mas ajuda a imaginação e o ter-se lembrado dessa forma*

    ResponderEliminar
  4. Cara Sereia,

    As minhas desculpas por ter feito um post com um poema que já havia anteriormente postado neste blogue. Digo-lhe que tive até o cuidado de verificar se havia já o poema, consultando a etiqueta correspondente ao poeta "Rilke" e não constava. Percebi agora na visita que usou outras "etiquetas" e por isso houve este novo "encontro"


    Engraçado é no entanto, verificar a forma como sendo o mesmo poema, os elementos que ficaram diferentes na postagem:)

    beijo

    ResponderEliminar
  5. "Em todas as ruas te encontro
    em todas as ruas te perco
    conheço tão bem o teu corpo
    sonhei tanto a tua figura
    que é de olhos fechados que eu ando
    a limitar a tua altura
    e bebo a água e sorvo o ar
    que te atravessou a cintura
    tanto, tão perto, tão real
    que o meu corpo se transfigura
    e toca o seu próprio elemento
    num corpo que já não é seu
    num rio que desapareceu
    onde um braço teu me procura

    Em todas as ruas te encontro
    em todas as ruas te perco"

    Mário de Cesariny de Vasconcelos

    ResponderEliminar
  6. Amigas/Amigos,

    Se, para "desempatar", necessário for, eu até posto o poema de novo, daqui a um tempo.

    Aí, já terei direito a um coro (de anteriores postantes: uma sereia e uma nereide) que, carpindo indizíveis maresias e aromas de jasmim, me tangerá ao ouvido a lembrança de que também sou (meio?) louco, porque me quero assim: para ser bem mais saudável...!

    Bebamos, entretanto - até ao extremo do êxtase - da taça de divina ambrósia, que nos é apresentada pela própria mão do divino Rilke...

    (...isto, é claro, com uma matreira piscadela de olho de Cesariny e outra dum certo soante photomaton, almiscarado príncipe das áfricas.

    Contemplando, arúspices de si, estarão Isabel e "Anónimo"...)

    ResponderEliminar
  7. Oh Liliana,

    mas eu fico é muito feliz de o trazer de volta!

    Não tem que pedir desculpas... eu só tenho que agradecer!!!

    :)

    coloquei o link de quando fui eu, na esperança de vir a ter um comentário seu. Porque acho interessante o termos postado o mesmo poema, ainda que de formas diferentes :)

    Liliana, nada de desculpas, sim?

    Beijinhos a todos*

    ResponderEliminar