O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 4 de janeiro de 2009

Para o Platero




Não é uma fotografia brilhante, mas também não era esse o objectivo.
O post do Platero sugeriu-me... No fundo, era bom que todos tivessemos uma quinta assim, ainda que imaginária.

Obrigada, Platero, pela simplicidade.
Deixo aqui esta minha imagem simples e dedico-a a si mesmo.
Se me permite uma dedicatória tão simples que chega a nem ter graça nenhuma

:)

E, já agora, posso também dedicar a todos os Emplumados e Serpenteados deste espaço.
Aos que já encontraram essa quinta dentro ou fora de si mesmos,
Aos que ainda não encontraram, mas até gostavam de encontrar
Aos que ainda não procuraram e aos que nem querem procurar

7 comentários:

Anónimo disse...

Passo pela quinta e até quinta talvez te diga mais qualquer coisa.


É preciso ser grande para ter a generosidade de nos oferecer uma QUINTA DA ALEGRIA, numa pedra destas, antiga, única, quase sumida e, no entanto, tão viva!
És tõ grande que me assombras!
Tão chamante, se assim se pudesse dizer, é esta morada! Entro depois para falar contigo.

Esta quinta conduz a um bosque...e tem clareiras...e tem-te a ti lá dentro já se vê...e uma casa abandonada e em ruínas.
Obrigada por nos lembrares que és sempre entrada para outros jardins. Mas disso eu já desconfiava.

E ao Platero, peço desculpa por ter falado antes dele. Desculpe...

platero disse...

à Isabel Santiago - desculpada sempre.
Grato pela legenda romântica à oferta generosa da Sereia.
eu não saberia compôr agradecimento mais adequado

Luiz Pires dos Reys disse...

Não sabia que havia sereias "cavalgando" , como amazonas, pelos montes alentejanos...
Agora já "sei"...
(Mas nossa amiga Sereia* é uma sereia todo o terreno... Assim se percebe...)

A propósito, fica a informação, para quem não saiba estes detalhes "alentejanos": Assim como há Quinta Avenida (que não é cá, graças a Deus!) e os outros ordinais todos lá nos States, há a Quinta da Alegria, que é cá, (igualmente, graças a Deus!)

Estamos de parabéns!
Sempre me pareceu que os americanos eram um bocadicho falhos de imaginação, a começar no nome das ruas.
Mas ainda bem: assim poupam os pobres cidadãos deles à náusea duma catrefa de ruas "George Bush", para a posteridade.
Uff! Livra!
Vade retro!

Anónimo disse...

Numa quinta assim todos nós desejamos entrar e ficar até que o tempo seja sem tempo!

guvidu disse...

uma quinta dionisíaca, que estivesse para além do mal e do mal, para que fôssemos super...gostei da foto, da proposta e da dedicatória!:)

Semente disse...

Bom...

Agradeço a todos os que comentaram a fotografia fraquinha, mas que deixei de coração.

Isabel, sou obrigada a concordar com o Platero... QUE BELA LEGENDA!!!

Queria só esclarecer o comentátio deixado por Lapdrey... esta Quinta da Alegria não fica no Alentejo (se por lá existe alguma com o mesmo nome, o que não seria nada estranho, não sei...). Embora eu goste muito desse Sul, esta fica bem no centro...

E cavalgar só costumo fazê-lo na brincadeira com os meus amigos 'cavalos marinhos' nos amazonas maravilhosos que conhecemos no fundo do mar :)

Rapariga,
eu, pelo menos, tenho esse sonho de lá entrar um dia e lá passar grande parte do tempo em que me perder por tanto recanto enfeitiçado de alegria :)

Fragmentus,
Obrigada. Sim, uma Quinta sem bem nem mal, para lá de tudo isso. Sim, muito mais do que isso :)

Paulo Borges disse...

Grato, Sereia! Que esta seja a Quinta da Grande Alegria, "maha-sukkha"!