quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"Este livro é a minha cobardia"

"Este livro é a minha cobardia.
[...]
Porque escrevo, se não escrevo melhor? Mas que seria de mim se não escrevesse o que consigo escrever, por inferior a mim mesmo que nisso seja? Sou um plebeu da aspiração, porque tento realizar; não ouso o silêncio como quem receia um quarto escuro. [...]
Para mim, escrever é desprezar-me; mas não posso deixar de escrever. Escrever é como a droga que repugno e tomo, o vício que desprezo e em que vivo. Há venenos necessários, e há-os subtilíssimos, compostos de ingredientes da alma, ervas colhidas nos recantos das ruínas dos sonhos, papoilas negras achadas ao pé das sepulturas dos propósitos, folhas longas de árvores obscenas que agitam os ramos nas margens ouvidas dos rios infernais da alma.
Escrever, sim, é perder-me, mas todos se perdem, porque tudo é perda. Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito, mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar"

- Bernardo Soares, Livro do Desassossego, Lisboa, Assírio & Alvim, pp.168-169.

16 comentários:

  1. Paulo,

    Agradeço aqui as palavras que no texto deixou.
    Ainda de acordo consigo, tomei a liberdade de me sonhar B.S., por um momento:

    “Outros jardins dão-nos em flor menos vistosas, e são o ruborescer da nossa ousadia álmica.”

    A pobreza dupla de realizar silêncio na ilusão de buscar mais perfume e rosas de beber, como veneno e antídoto do desprezo de não conseguir chegar ao caule, da rosa que na alma se inebria. É porque escrevo. Flores nascentes de pé de papoilas de não dormir, buscando das palavras o silêncio que mais envergonha a alma, por não pleno. Pelo menos de veneno que ali há. Assim é o escritor de aditivos vales e perfumes que percorre passagens, solta os seus rios e atravessa os seus infernos. E, na pura perda, o escritor que não sou perde-se no mar, no movimento onde se juntam águas, rios e lagos, e onde, para regressar, não há rota na alma para seguir. São pecados da ilusão de ser. Entregue à corrente da palavra, o escritor desaparece para contemplar um mar sem palavras, o mar só mar, e nele, ainda assim, sonhar nova viagem, antes que a haja.

    Um abraço, Saudades,

    P.S.Parece o Paulo não recear jardins, pois neles bebe o casto vício de os reler em silêncio.

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  2. Agora sendo "dvogada do diabo", mas ao contrario: Nao ha situacoes em que o "vicio da escrita" pode ser redentor e ate trazer muita alegria?

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  3. Ah, meu caro Paulo, a escrita e o sentido dela, o escrever e o porventura sem-sentido de (persistirmos em) fazê-lo !...

    Sem ir mais além, que o contexto e o espaço aqui não é para grandes larguezas de explanação (já baste o meu "esticar-me" por vezes demais no caudal do encadear das palavras, que talvez seja o que acabe por fazer, mais uma vez), eu diria que me ocorrem aqui fazer duas analogias de sentido.

    Um é, óbvia e incontornavelmente, o etimológico.
    Socorro-me do fiel e competente Houaiss, na sua remissão etimológica para a palavra escrever:

    "Marcar com o estilo (ponteiro ou haste de metal), traçar uma linha, marcar, assinalar, gravar, marcar com cunho, desenhar, representar em caracteres, fazer letras".

    Desde logo salta à vista que o sentido que mais damos à palavra é, nem mais nem menos, que o último que a etimologia lhe atribui, o que não deixa de ser bem sintomático.

    Sintomático, por um lado, do sentido ou sentidos que perdemos quanto ao que de vário está implícito na palavra escrever. E nisso, do que porventura tenhamos perdido da riqueza do que pode significar, ainda hoje, "escrever".
    Por outro lado, sintoma dum afunilar de sentido, por circunscrito meramente à coisa grafada.

    Se atentarmos bem, veremos que dos diversos verbos que mostram as diferentes acepções da palavra, apenas "fazer letras", propriamente escrever, é por assim dizer actividade do espírito, que não só do corpo. Todas as restantes nos falam de acções concretas.
    Isto deve fazer-nos pensar e ponderar o quanto vamos perdendo do sentido de objectividade, e de como isso pode ser objecção à maturidade própria de quanto façamos.

    Por outro lado ainda, outra das analogias que aqui me ocorreu diz respeito à "arte" sagrada da iconografia, aquele tipo de "pintura" que faz parte do património espiritual dos povos cristãos orientais, de raiz grega ou eslava.

    Nessa tradição cristã, a ortodoxa, não se diz "pintar" um ícone, diz-se "escrever" um ícone. Isto porque se tem o sentido de que, assim como a Escritura Sagrada é palavra para ser proclamada no templo, para a escuta do ouvido interior, e sua guarda no coração do entendimento dela, assim também os ícones que estão nos templos ortodoxos para veneração dos fiéis são, por assim dizer, outra Escritura, esta para os olhos verem e entenderem, e guardarem não no coração, mas agora para do coração a eles "lançarem", como oração, veneração ao rasto divino no humano, tal como também a Escritura escrita é venerada também como presença e manifestação da Palavra viva do Divino.

    Então, posto isto, parece-me a mim que a nossa pulsão íntima, interior, para a escrita é de facto sucedânea, supletiva, para a alma e para o espírito, daquelas significações mais concretas da palavra escrever que, com o tempo, fomos a pouco e pouco perdendo.

    Assim, escrevendo, “traçamos linhas” de demarcação entre coisas, pessoas e assuntos que nos importam, preocupam ou interpelam;
    escrevendo, “marcamos” a nossa posição face a quem a tenha diferente ou semelhante à nossa; escrevendo, “assinalamos” diferenças e semelhanças de sentir, querer e pensar; escrevendo, “gravamos” na memória dos vindouros aquilo que na época em que vivemos mais se nos grava e apela a que sejamos isso que nos chama;
    escrevendo, “marcamos” o tempo por onde passamos porventura com aquilo que em nós o ultrapasse;
    escrevendo, “desenhamos” com tais traços e cores os projectos que nos são mais caros;
    escrevendo, "representamos com os caracteres" daquilo que nos mais importa aquilo que nos importa que representemos aqui e agora; escrevendo, enfim, “fazemos letras” porventura de canções que nos sejam hinos para ritmar-nos mais amenizadas as durezas do caminho que queiramos percorrer.

    Nisso tudo, na verdade, escrevemos: escrevemos, cada um de nós, alguma pequena página, algum melhor ou pior parágrafo, alguma mais decisiva linha, ou palavra que nos mova, nem que seja - do rasto que todo o homem deixa escrito no tempo em que inscreve a lavra da sua vida e da sua memória aqui deixada.

    Abraço, Paulo. Saúde!

    (... e lá me "estiquei", mais uma vez, nas palavras: sem emenda!)

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  4. Porque diz isso que diz em P.S., Saudades?
    Caro Lapdrey, decerto há sentidos vários e mais subtis do "escrever". Todos, porém, implicam a experiência da "inscrição" do sentido e do ser no mundo. O que me parece que Bernardo Soares dramaticamente consciencializa é quanto nisso ele e outros se demitem de um outra experiência, porventura mais libertadora, consoante o momento e exigência da vida espiritual, que é a da desinscrição de si e do sentido, a experiência involutiva do silêncio trans-mundano e transcendente, a morte em vida que é já vida para além da morte.
    Creio ser essa uma das pulsões ou aspirações fundamentais da cultura portuguesa, desde o "salto para fora de história" que Oliveira Martins detecta no sebastianismo, compreendido e valorizado por José Marinho. Isso mesmo que José Gil, não antolhando senão a sua dimensão negativa, à luz da valorização moderna e europeia do ser no mundo, vertiginosamente auto-mobilizado (Sloterdijck) na fuga para a frente do fazer história, interpreta como "medo de existir". Soares pensa ao contrário, sentindo que inscrever-se escrevendo-se no corpo do mundo é também ser cúmplice do medo do infinito que, em Pascoaes, move o próprio Deus em transe deiscente.

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  5. «o rio na foz para que nasceu incógnito» - a vacuidade

    «o lago feito na praia pela maré alta» - o vazio

    Creio que é possível aqui fazer distinção entre vazio e vacuidade, sendo o primeiro limitado, definível e estando ao alcance da mão, e o segundo ilimitado, infinito, ou como dizia Agostinho da Silva, o nada que é tudo.

    Será que se Bernardo Soares ousasse o silêncio, perder-se-ia com alegria durante o acto de escrever? Será o silêncio a natureza primordial, a saudade, o tatagatagharba ou a mente a partir da qual a serpente fica emplumada?

    Creio que B.Soares não se cumprio pois não conseguiu remover os muros de areia do lago de forma a criar uma ligação com a foz. Propósito teve, assim como todos nós temos ao escrever, sequiosos de navegar nas profundezas da nossa consciência e definir tudo o que encontramos (ou julgamos encontrar) com palavras. Todavia, para chegar à foz precisamos de matar a sede.
    Grato pelo texto colocado.

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  6. Vou tentar responder, sem saber se respondo. A escrita também é este drama. Talvez o Paulo tenha respondido à pergunta que aqui me faz, na resposta que dá a Lapdrey. Ler não é assim tão diferente de escrever, tal o leitor-legente de que fala Isabel e que tão fundo nos toca em sua claridade. O que quero dizer com os termos “castidade” e “silêncio” é precisamente o que alguma escrita/leitura requer, ou seja, a sua inscrição em nenhum tempo histórico ou de outra espécie, a sua desinscrição, a sua morte enquanto escrita, sentindo a ferida, na consciência da sua vazia e sem sentido possibilidade de libertação e de nadificação. Ainda assim, drmaticamente vivida, em silêncio e para além do que nela é já fora dela. Drama do escritor e da própria palavra. É no meio das palavras e em abundância delas que o silêncio se move não já para a transcensão de Deus e do Mundo, antes para a leitura/escrita do silêncio que buscamos no veneno
    tomado. Sem palavras nunca saberemos dizer da nossa transcendência e/ou vacuidade.
    Paulo, não sei se respondi. Não sei, talvez fossem necessárias mais palvras ainda, ou melhores palavras.

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  7. Prof Paulo Borges,

    No livro de José Gil «Medo de Existir», o autor faz a comparação entre vazio e pleno, afirmando que do vazio nascem os pensamentos únicos e a obra de arte original pois há a ausência de si; o pleno corresponde ao nevoeiro ou sombra branca, que resulta de um dispositivo de defesa contra a ausência de si e contra o vazio, pois segundo o autor, o português «é sensível à ausência».

    Qual deles é a saudade? Será que José Gil quando se refere ao nevoeiro ou sombra branca está a descrever o turpor mental ou ignorância? Será o vazio ou vacuidade,(termo mais utilizado pelo budismo creio eu...) é realmente uma aspiração da cultura portuguesa e uma ponte entre Portugal e o Oriente?

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  8. Agradeço os fecundos contributos de Lapdrey, Kogan (muito de acordo com o que diz) e Saudades e em particular o esclarecimento da Saudades. Também do Pedro, a quem agradeço haver-me recordado essa questão importante. Creio que a saudade pode ser - pois que há muitas "saudades" - o ambíguo misto desse "vazio" e desse "pleno" de que fala José Gil, coalescência de despertar e ignorância. Por isso é uma experiência universal, embora porventura mais marcada ou notada na cultura portuguesa que, por esse motivo, vejo efectivamente também como uma porta e um limiar, mas de duplo trânsito e sentido, entre Ocidente e Oriente.

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  9. "Notada na cultura Portuguesa": Sera que o pensamento dos excelentes autores que estao sendo discutidos aqui reflecte realmente as aspiracoes do Portugues comum?

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  10. Cá me parece que a Ana Margarida (que deve adorar fazer as perguntas do "diabo", dos outros, mas raramente as verdadeiramente suas), aí onde esteja, não sente saudade(s) de Portugal e do que mais seja...

    Deslumbramento basbaque pelo Brasil, a mais, ou atenção ao mais profundo, a menos?

    Na verdade, o Brasil tanto existe para todos os mais altos imperativos de quanto mais importa (a cada um, o escolhê-los, em lucidez), como para os mais tresloucados desmandos e torpores.

    Demais, Ana Margarida, a cultura tanto a cultiva o agricultor no amanho convivente da terra ou à volta dum tinta, na taberna, cantando, como o mais só, insólito ou acompanhado falante ou pensante do/em português.

    Confesso que a Ana Margarida cada vez mais me surpreende, pelas menos desejáveis razões, com as questões que aqui(se) coloca.

    (Isto apesar, obviamente, do muito respeito que lhe devo, e lhe tenho)

    Porque será?

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  11. O português comum é alguém contemplativo, com um pensamento muito disperso, fragmentado e pouco fluente e melancólico por natureza. Recordo-me de um texto colocado neste blogue acerca da noção de tempo hispânico, muito característico entre nós. Já Agostinho da Silva dizia que o pensamento anglo-saxónico, virado para a produtividade, não é compatível com o pensamento luso. Sim, somos preguiçosos or natureza, mas recordo Vilém Fussler que dizia que a preguiça dá lugar à contemplação. E essa contemplação, imbuída do sentimento de saudade, ou ausência do sentir da nossa natureza primordial, faz-nos regressar à Saudade - a aspiração do português comum. Acredito que a Ana ao colocar os seus posts e comentários, trabalhando e ajudando o próximo, pretende de alguma forma chegar lá pois ao inscrever as suas palavras em si e no mundo dá origem a um silêncio, ao Silêncio que contém em si todas as vozes do mundo, sentindo-se cumprida. E como a Ana, assim o português comum o faz.

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  12. Pois... amigo(a) Perlman.

    E o seu Stradivarius, está fino?
    Cuidado com os palestinos e aqueles calhaus que eles têm o mau génio de gostar de atirar aos filhos de Abraão, isto não fossem eles também filhos dele. Acho que não pensaram ainda nisso.

    O processo de canonização saudosa, perdão, de silenciação "postosa" da Ana já tem os trâmites a decorrer? Estou certo que sim.
    Não folgo, entretanto, em sabê-lo.
    Mas ela, alma grande que é, recusará tal tão pressurosa unção pós-graduante.

    No caso de Fussler, talvez a "preguiça" dê lugar, meu caro(a), digamos assim, a outras coisas menos espreguiçantes mas, quiçá (para quem goste) mais interessantes de seguir.
    Outras "filosofias", enfim ...
    (Cada um é sábio como pode, queira ou saiba. Como em tudo.)

    Não tenho, entretanto, a completa certeza, caro Itzak, perdão, Perlman, se a saudade seja um sentimento, ou se seja "aquele quê" de indefinido e indeterminado que "percorre" de algum modo o que vai do "sentido" da "presença do que é ausente" à "ausência no que nos seja sempre presente", "sentido" esse que tende a remover-lhe o que seja do domínio do "sentimento", por via dessa tensão para o repouso que, conquanto jamais atingido, jamais também o encontrará senão no "instante" sem momento em que se fine sem de-finir-se.
    "Onde" e "quando" isso seja, não consegue a linguagem dizê-lo.

    N.B.
    Ah, é verdade! Obrigado por me ter chamado à atenção para o quanto a Ana (e cito-o) "ao colocar os seus posts e comentários, trabalhando e ajudando o próximo, pretende de alguma forma chegar lá".
    Temo que "lá" ela não chegue, sobretudo pela simples e mais do que suficiente razão de que o não há: "lá" é coisa que não "há".
    Que coisa, não é?

    Finalmente, diga , por favor, à Ana (da minha parte, sim?) que eu estou a torcer - perdão, agora é "torcendo" ("gerundiolândia", né?) - para que ela "se sinta cumprida", coitada! (também merece...)

    Mas continuo com uma dúvida: quando o meu amigo diz que ela pretende "chegar lá pois ao inscrever as suas palavras em si e no mundo dá origem a um silêncio, ao Silêncio que contém em si todas as vozes do mundo", eu cá, o que me vem logo à ideia é, pelo contrário, aqui uma grande algaravia anónima, até nem muito a despropósito, que, deixando-a embora "inscrever" (que solenidade, nossa, né?) "as suas palavras em si e no mundo" (isto nem Jesus Cristo ainda conseguiu totalmente!) "dá origem a um silêncio" (chiu! que a Ana vai falar!), "ao Silêncio que contém em si todas as vozes do mundo" (que grandeza, o SSSSIlêncio dela, meu Deus! Estou perfeitamente derrubado e rendido!)
    Aqui seria talvez bom, meu caro(a) I. Perlemam que este tal de grande Silêncio se compadecesse dela e a contagiasse.
    Vou "orar" por isso.

    Finalmente, e cito-o ainda uma vez:

    "E como a Ana, assim o português comum o faz."

    Aqui bem vejo a altura a que ela se encontra (obrigado, uma vez mais) - ela, "incomum" em cima e todo o português "comum" em baixo (tipo sermão da montanha, tá?): Tadinhos! e que desmesurada compaixão a dela!

    Qual "buda" , nem meio "buda" (o Senhor Buddha que muito se apiede aqui de mim, e me não leve isto na conta de ofensa! - que não brinco com aquilo com que se não brinca!):

    Libertação (da saudade)?
    Só com a senhora ... bud'Ana!!!

    Ala! Tudo p'ó Brasil, posgraduar os astigmatismos da ilusão!
    Bora!

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  13. Ó Lapdrey, tu também não perdes oportunidade de alancear tudo e todos com a tua ironia pontiaguda!... Será que os chegas a ler e compreender bem!?... Porque não te ironizas mais a ti mesmo? Porque estás constantemente a favor e contra alguém? É bicho carpinteiro e vontade de andar à bulha ou quê? Conheces a Paz?

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  14. Olá, alma gémea!
    Pena que tenhas chegado tarde!
    Foi da lapedrada pelo caminho?

    Quem diacho é esse tal de Lapdrey?
    Ainda por cima com um nome desses: parece nome de rato...!

    Vou tirar isso a limpo.
    Entretanto, vou pensar nisso de cascar no fulano.

    N.B.
    Se o encontrar, pergunto-lhe lá isso que queres saber, mas cá me parece que ele vai dar uma boa gargalhada e exclamar:

    "Bah! Que miudagem! Já não há gente crescida, não?"

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  15. Estava eu a ensaiar uma resposta, para a inquetação da Lapedrada, já Lapdrey tinha respondido... Mesmo assim,sem a sua licença e com a minha admiração, aqui vai:

    (Espero que Lapdrey não aponte para mim a sua lança, nem veja nestas palavras abuso de confiança ou de desconfiança na resposta que tem pronta)

    Há quem goste de pelear. Há mesmo quem veja nisso algo mais do que isso. Parece-me que em Lapdrey esse gosto se retira do prazer da escrita e do pensamento. Mas também me parece, e isto são apenas impressões e não servem de argumento, que Lapdrey tem uma outra missão a cumprir, a de ensinar a ver ou a tornar mais claro o que está à vista de todos. A plavra lhe é Graça, de graça. Aproveitemos a dupla benção: a maior fruição estética, com o melhor da sua verdade. É o que penso e o que digo, por em prosa ser mais difícil “outrarmo-nos”. E porque o pensamento quer a verdade, enquanto a poesia, só quer a ficção, criando, assim, a verdade que seja da mentira que haja. Ao poeta sempre se lhe vê o rosto, a marca, mesmo que disso seja dispensado para ser poema.

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  16. Talvez a Saudades tenha razão: vou tirar umas férias de peleio e...de paleio, aqui.

    Dar o lugar aos mais velhos, e aos mais novos também: os da minha idade, não é preciso, pois não têm idade para nada.

    Ah, eu gostava mesmo é de ter a idade da Ana Margarida: a idade do "bronze" e daquelas aguinhas cristalininhas como as ideias dela ... mas ela, coitada, talvez nem tenha tempo para o duche, perdão, para a ducha ...

    Quanto ao resto, Saudades ...

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