Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
cumprir
Alguns têm na vida um grande sonho e falham a esse sonho. Outros não têm na vida nenhum sonho, e faltam a esse também.
Ocorre-me aqui aquele poema de António de Navarro, outro poeta tão esquecido injustamente. Trata-se do poema XXVIII do conjunto titulado "Sortilégio Iluminado", uma das duas partes por se divide o livro "Guitarras em Madeira d'Asa", Editora Pax, Braga, 1974, pág. 59):
(Vai dedicado a José Marinho)
Algo se fez visão e sonho Onde se encontre e seja... Se bebemos d'uma água oculta Logo nos desprendemos.
Sabe-se que há um crepúsculo Passeando pelo sinuoso Vértice inumerável e múltiplo. Espera-se o músculo Dos relâmpagos para o destino das coisas E da sua cinza Consagrante do silêncio imenso Que se desvenda e infinda. (Quem se sonha e realiza Salvou-se ao menos n'essa aventura!)
Linguagem deveras sem tempo... Recito para mim mesmo e re-cito-vos:
(Quem se sonha e realiza Salvou-se ao menos n'essa aventura!)
Grato, Maísha, pela "talhadinha" de Bernardo Soares, ao pequeno almoço, e também pela foto, o seu quê onírica, de Carlos Rema.
Esses são talvez os do "Portugal dos Pequeninos", caro Platero.
Não confundamos aquilo de que Bernardo Soares aqui fala: ele fala do fracasso do sonho, não do sonho em si mesmo; fala do viver sem um único sonho, e ainda assim fracassar.
Não estamos a falar também, embora sempre eles estejam presentes (mais do que todos nós, porventura - no seu silêncio de inocentes), de todos aqueles que nem sequer uma realidade têm, quanto mais sonhos para, a partir dela, os poderem ter.
Esses são, muito provavelmente, os nossos verdadeiros "juízes" de consciência e não só.
(Mas entendi bem, meu amigo, aquilo que queria dizer.)
Ocorre-me aqui aquele poema de António de Navarro, outro poeta tão esquecido injustamente.
ResponderEliminarTrata-se do poema XXVIII do conjunto titulado "Sortilégio Iluminado", uma das duas partes por se divide o livro "Guitarras em Madeira d'Asa", Editora Pax, Braga, 1974, pág. 59):
(Vai dedicado a José Marinho)
Algo se fez visão e sonho
Onde se encontre e seja...
Se bebemos d'uma água oculta
Logo nos desprendemos.
Sabe-se que há um crepúsculo
Passeando pelo sinuoso
Vértice inumerável e múltiplo.
Espera-se o músculo
Dos relâmpagos para o destino das coisas
E da sua cinza
Consagrante do silêncio imenso
Que se desvenda e infinda.
(Quem se sonha e realiza
Salvou-se ao menos n'essa aventura!)
Linguagem deveras sem tempo...
Recito para mim mesmo e re-cito-vos:
(Quem se sonha e realiza
Salvou-se ao menos n'essa aventura!)
Grato, Maísha, pela "talhadinha" de Bernardo Soares, ao pequeno almoço, e também pela foto, o seu quê onírica, de Carlos Rema.
outros há que o seu único sonho é poderem vir um dia a ter sonhos.
ResponderEliminarobrigado, Maisha
Esses são talvez os do "Portugal dos Pequeninos", caro Platero.
ResponderEliminarNão confundamos aquilo de que Bernardo Soares aqui fala:
ele fala do fracasso do sonho, não do sonho em si mesmo;
fala do viver sem um único sonho, e ainda assim fracassar.
Não estamos a falar também, embora sempre eles estejam presentes (mais do que todos nós, porventura - no seu silêncio de inocentes), de todos aqueles que nem sequer uma realidade têm, quanto mais sonhos para, a partir dela, os poderem ter.
Esses são, muito provavelmente, os nossos verdadeiros "juízes" de consciência e não só.
(Mas entendi bem, meu amigo, aquilo que queria dizer.)
"Sonhar é preciso!"