segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim..." (Álvaro de Campos)

42 comentários:

  1. Entao vomita-te e para de chatear

    ResponderEliminar
  2. Compreendo!

    Depois vomitar, é como a realização ou reconhecimento do infinito e espaçoso que somos. Basta um gesto, uma inversão do olhar, uma pausa ou uma abertura de mãos, um "estar aqui e agora", assim, sem mais... Neste caso, é só inclinar-se para a frente e deixar-se ir. Mas porque é que nem sempre se consegue? Estranho! Parece tão simples!

    ResponderEliminar
  3. Este é o voto de Boas Festas, à Álvaro de Campos, alminhas!
    (e quiçá também de alguns nihilistas e anarquistas, por aí tresmalhados ... ou esquecidos de si mesmos)
    E, depois? Porque têm sempre as proeminentes anonimidades a triste e acanhada "tacanhês" de apenas verem ou quererem entender o sentido mais redundante das coisas?
    O óbvio, meus caros, nem sempre é o que está mais à vista do entendimento.
    (Ao alcance do olhar podem estar quase sempre os óculos, mas por vezes não estão os olhos.)
    Aliás, amiúde só raros topam o óbvio: os restantes estão, muito presumivelmente, com a "obviedade" tão embutida na graçola ou outra pequena miudeza, mais armada em grande coisa do que em qualquer outra coisa.
    Deixem o Álvaro descansar, meninos, ok?
    Ao menos nas férias natalícias do senhor... Entendidos? Agradecido.

    (Quanto a Ana Margarida Esteves, vejam se entendem, crianças, duma ou duas vezes por todas: quando uma senhora diz algo que nos parece "surpreendente" no pior sentido, é melhor pensarmos que é porque não estamos a "atingir" a coisa, ou porque não estamos "lá", onde devemos entender a coisa.
    Evitam assim fazer figuras que fazem figura de nada.
    E porque, em vez disso, se não voltam para os Dantas que por aí há aos molhinhos, hã?
    Estão mais ao vosso alcance, e têm cá um piadão! Make a try!)

    ResponderEliminar
  4. "Seja na sua negação como na sua afirmação, ambas formas de auto-gratificação e busca de satisfação, o ser passa pela “vergonha” da sua “nudez”, a “vergonha” de não poder encobrir o que desejaria: precisamente “o facto de estar preso a si mesmo, a impossibilidade radical de se fugir para se esconder de si-mesmo, a presença irremissível do eu a si-mesmo”. “O ser é no seu fundo um peso para si mesmo”, sustenta Lévinas, a partir da análise do caso em que a “natureza do mal-estar aparece em toda a sua pureza”: “a náusea”. Na “náusea”, esse estado “que precede o vómito”, estamos completamente encarcerados em nós mesmos e somos “revolvidos do interior”, “o fundo de nós-mesmos sufoca sob nós-mesmos”, “temos «mal au coeur»”. “Esta presença revoltante de nós-mesmos a nós-mesmos” não é o confronto com um “obstáculo”, que é sempre “exterior”. “A náusea […] adere a nós” e, no próprio “esforço […] desesperado” de dela sair, que é toda a sua “angústia”, experimenta-se simultaneamente a “impossibilidade de ser o que se é” e o “estar preso a si-mesmo, contido num círculo estreito que sufoca”. É esta a “própria experiência do ser puro”, que desde o início está em causa. O “não-há-mais-nada-a-fazer” da náusea “é a marca de uma situação-limite onde a inutilidade de toda a acção é precisamente a indicação do instante supremo em que não há outra hipótese senão sair. A experiência do ser puro é ao mesmo tempo a experiência do seu antagonismo interno e da evasão que se impõe”. O ser puro afirma-se como náusea, auto-referência saturada e absoluta, gravitando em torno de si mesma, fechada e sem abertura para o que quer que seja de outro. Insustentável presença de si a si, feita da sua mesma “impotência” perante si, a mesma “impotência” para de si sair. Mas que subitamente se volve, no auge disso, em pulsão evasiva. Dir-se-ia – numa linguagem indelicadamente escatológica - que o ser, auto-constrangido “nos marcos de laços enormes”, auto-encerrado em si, como no discurso parmenidiano da escravidão ontológica, veria a “poderosa Necessidade” da sua auto-retenção converter-se no vómito suspenso de um auto-esvaziamento ou auto-evacuação libertadores?
    - "Além do Ser" [estudo sobre a primeira obra de Emmanuel Lévinas, "De l'Évasion", 1935].

    ResponderEliminar
  5. Felizmente que há alguém neste blogue que assume sofrer, estar mal consigo e o mundo e não passa a vida a esconder-se por detrás de ceuzinhos, poeminhas, anjinhos, sereiazinhas e saudades do futuro ou do quer que seja!

    E infelizmente que o Lapdrey é um opinativo moralista.

    ResponderEliminar
  6. Caro Z., ao lamentavelmente opinar que Lapdrey "é infelizmente um opinativo moralista" você está, já nisso e por isso mesmo, a delimitar uma periferia moral, ainda que (ao afirmá-lo) queira talvez (não)delimitar uma não-moral, ou uma a-moral.
    Não há volta a dar: não há como fugir-lhe, meu caro - pela palavra e pelo pensamento ...
    Daí que, entre outras coisas, Paulo Borges tenha referido, e muito bem, aquela "pulsão evasiva" que (só ela) pode "converter-se no vómito suspenso de um auto-esvaziamento ou auto-evacuação libertadores".

    ResponderEliminar
  7. Adenda:
    A propósito, meu caro Z., falando assim um tanto acremente (à Álvaro de Campo, sabe?), mas mantendo-me obviamente dentro do estrito regimento da hodierna "civilidade" democrática "parla-mentar" (sabe também?), permita-me a coçante dúvida "natalícia": um Z (não o seu, claro, falo em abstracto, entenda-se!) pode ser de "zarolhice" mentalícia ou será antes apenas de alguma mais chã (a)zelheira no tentame de, algo gracejantemente, alguém "filosofar" à custa de outro alguém?

    Boas Festas, na mesma! Jingle Bell!
    Entretanto, demos aqui um: "Memória eterna ao (auto-)vomitante do Álvaro de Campos!"

    ResponderEliminar
  8. Sou tudo isso e mais o que quiser! Que lhe nasça dentro o que todos comemoram fora.

    ResponderEliminar
  9. Ah, não me tirem esta necessidade neurótica de ser o centro das atenções, de procurar obsessivamente que reparem em mim...
    Ups, este escorregou! Nem no centro sou visível... e vai ao chão, e vai, e vai... está quase... caiu!

    ResponderEliminar
  10. O que não é resposta, Z., tem em si mesmo a resposta: uma não-resposta!
    "Agrute-se" com o menino, nas manjedouras palhinhas, mas olhe que picam o ser-se homem e, demais, faz frio lá fora e, por certo, dentro de quem o tenha... e muitos têm.
    Agasalhemos o escondermos de nós mesmos a indefinida "culpa" de não sermos verdadeiros filhos de homem humano...
    Humano, demasiado humano é ainda excessivamente pouco, para o muito que o inumano sem nome nos segreda neste nosso degredo consentido ...
    Agora, vou vomitar de todas a maneiras... Quer vir também?
    Abraço cordial.

    ResponderEliminar
  11. Que somos senão um vómito, primeiro do infinito e depois do ventre da mãe!?...

    ResponderEliminar
  12. Lapdrey, não fiques inundado neste vómito em massa.
    Paulo Borges ainda bem que também interviu de forma inteligente, embora Lapdrey tenha uma elasticidade do pensar fenomenal
    Um bem-haja às criaturas aladas que o acompanham!

    ResponderEliminar
  13. Caro Z.

    Não é meu hábito, ou muito raramente é meu uso responder directamente a quem indirectamente se me refere em outros comentários. Ainda por cima em espaço de post "alheio" (muito embora de amiga se trate - está á ver como os doces e os azedos conseguem conviver?). Creio que nunca o fiz. Há sempre uma primeira vez. Aqui vai: você não sabe o que diz, quanto mais arvorar-se em "adivinho" de almas ou do sofrimento delas. E se prefere sabor amargo a doce, ou se não brincou às escondidas o suficiente em menino, ainda está muito a tempo. Mas não venha aqui deixar uma marca de Z....,atestando a sua inoportuna impertinência.

    Bom Natal também para si. E o que é uma felicidade grande, pode escolher a ementa. Mas não elogie os salgados, só para dizer que os doces não estão ao seu gosto, ou vice-versa.

    Bem-haja quem bem precisa.

    ResponderEliminar
  14. Uauuuuuuuu isto tá mesmo a azedar!
    tantos vómitos... dá nisto! Uns brincam, outros ficam chateados. Uns é só mel outros é só fel! Mas ainda bem, olha se gostássemos todos da mesma coisa... este deve ser o blogue mais louco e divertido que há por aqui e arredores. Até aqueles senhores do parlamento se divertiam nesta casinha! Nem sabem o que estão a perder... coitaditos!

    ResponderEliminar
  15. Vês, Ana, chegas aqui indisposta, nauseada e a vomitar... olha as consequências: pões toda a gente à tareia.
    'Ai que gozo isto me dá', não é? Confessa lá!

    ResponderEliminar
  16. acho q o pessoal está a precisar de férias... que dizem? eu já estou! de blogs e filosofia de ponta. agora só penso nos meus cães, que voltam a comer o que vomitam. enfim, natureza. está-se, é-se e não há volta a dar.

    ResponderEliminar
  17. Até as saudades do futuro azedaram!... Sinal de que não têm muito futuro. A capacidade de auto-ironia é para muito raros.

    ResponderEliminar
  18. Já só faltavam mantras tibetanos para esta perfeita Festa de Loucos... Este é para purificar...

    ResponderEliminar
  19. Se não páram com os comentários ou se não páro de os ler, vomito-me de tanto riso.
    Que me desculpem, mas acho que é mesmo do antibiótico ou do zarope, Upps! xarope, charope? varope. Oh my God!

    Vou parar de rir...vou parar de rir... vou parar de rir...

    ResponderEliminar
  20. Afinal alguém sabe o que quer dizer "vomitar"?

    ResponderEliminar
  21. Emese, vômito (português brasileiro) ou vómito (português europeu) é a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. O vômito é ao mesmo tempo um sinal e um sintoma bastante desagradável que pode assustar muito a pessoa atingida. Pode ocorrer nas doenças do labirinto, nas intoxicações, nas obstruções intestinais e como resposta do organismo a dores muito intensas.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%B4mito

    ResponderEliminar
  22. LENDA URBANA (Marylin Manson)

    JAH TOMARAM O MEU VOMITO NUMA FESTA PENSANDO QUE FOSSE CUBA.

    gamesbrasil.uol.com.br/forum/archive/index.php/t-31034.html - 12k -

    ResponderEliminar
  23. isto e aquilo
    mas o que é um VÓMITO FILOSÓFICO?

    ResponderEliminar
  24. e porque é que quando se quer vomitar se diz "VAMOS CHAMAR O GREGO"?

    ResponderEliminar
  25. estará assim o vómito relacionado com o pensamento grego?com a filosofia?...

    ResponderEliminar
  26. um vómito filosófico é sentir um espinho na garganta volteando-se em catadupa de convulsões da agonia extrema de querer sair e sai mesmo!

    ResponderEliminar
  27. Um vómito que se vomita é um vómito que faz mal à tripa!

    ResponderEliminar
  28. Espelho a dor de um vómito macerado a teus vomitado!

    ResponderEliminar
  29. Hoje senhor doutor, é a trigesima vomitadela...
    Vou pra casa e acredito, fotografo o arco-íris,
    bebo um sumo de bílis,e se vomitar, VOMITO!!

    ResponderEliminar
  30. Anónimo, ora deixem lá ver - anonmo 7,na minha terra é mais chamar o HUGO!!!!
    tão a ver HHHUUUUUUUGO! (é pa rir!!! ahahah!!

    ResponderEliminar
  31. Chamar pelo Grego!? Conheço é "chamar pelo Gregório", o que creio ser uma onomatopeia. Será?

    ResponderEliminar
  32. ...A propósito do vomito, quem não conhece aquela do Gato...(peçonhento?). Não sei, não me recordo... era um ser que "gomitava munhanhos(?) de cabelo". Aquilo às tantas não se percebe bem, mas repete-se...Nunca experimentei, mas não deve ser fácil. Acho que é preciso treino...

    ResponderEliminar
  33. fotografar o arco-íris dá vontade de vomitar, pk??

    ResponderEliminar
  34. Ó querida (se não fores querida, és querido, tanto faz!), lê outra vez o que aquele gajo escreveu...
    Então não é o sumo de bílis que o faz vomitar? O Arco-Íris é o que tu vês quando estás a vomitar, ou estrelas, ou seja lá o que for... o Nirvana! Sei lá o quê...

    ResponderEliminar
  35. íris... bílis é pra rimar, vocês não percebem nada de poesia pá?

    ResponderEliminar
  36. Valha-me Santo Ambrósio!
    Isto aqui parece uma sociedade "anónima".
    Credo! Vade retro, plurimus anonymus!
    Apre! Que pandemia!

    ResponderEliminar
  37. e como estamos em época festiva, não vomitem as tripas mas tão somente...love!

    ResponderEliminar
  38. Bela consoada de vomitanço que vai ser hoje!

    ResponderEliminar
  39. Ana Margarida, ao ritmo a que isto vai, é muito bem provável que a minha amiga ainda entre para o Guiness em número de comentários em emplumanço blóguico serpentino.

    Ainda não fiz aqui a computação para apurar (sem método de Hondt, claro!) a classificação do Festival de Nacional-Comentismo, mas...

    Bem, depois tem é de dividir isso com o Engº Alvaro de Campos, claro... (ou talvez ele não se importe, e prescinda dos direitos...)

    A ver vamos.

    ResponderEliminar
  40. Caro Laprey, parece usar mto a cabeça e pouco o coração.Atenue o mau-humor, deixe um pouco a internet e conviva na noite de Natal.Quem sabe apanhe uma piela, vomite e renasça então, com os neurónios mais bem-dispostos para a Serpente.

    ResponderEliminar
  41. Mas que rica ideia, Anónimo meu preferido(a?)!
    Como é que não me ocorreu isso?
    Mas, sabe, a minha matusalémica idade já não me permite tais desregras, ainda que com derrapagem controlada: só no corrimão de casa (que o não tem).

    Sabe o que pedi no "sapatinho"? Que me fosse possível trocar a caixinha do spaghetti cinzento pela gaiolinha das palpitações, e vice-versa.
    Como sei que o Pai Natal está um tanto afectado pela crise mundial (até emagreceu o pobre senhor...), pedi aos camaradões dos Reis Magos, que são ali das bandas do Golfo Pérsico (acho que do Dubai!): a coisa, como sabe, por aquelas bandas está sempre mais, como dizer ... hip hip (Zillions) hurrah!
    Vamos lá ver o que isto dá.
    Conto, é claro, com as suas preces muito ardentemente serpentinas.
    O emplumado agora não é preciso: fica para a passagem de ano...
    Abracinhos!

    ResponderEliminar