Numa iniciativa que conta com o apoio da Câmara Municipal de Sintra e do Jornal de Sintra, irá ter lugar a apresentação do nº 2 da Revista "Nova Águia", dedicado a "António Vieira e o futuro da Lusofonia", em conjunto com o lançamento da obra "Da Saudade como Via de Libertação" (Quidnovi), de Paulo Borges, apresentada pelo
Dr. Rui Lopo e pelo Dr. Bruno Béu de Carvalho.
"Este livro versa sobre um dos temas mais característicos da cultura galaico-portuguesa e lusófona, apresentando uma nova filosofia da saudade como a memória e desejo que em todos os seres há da sua natureza primordial, o infinito, desvelada nas experiências mais gratificantes da vida. A sua novidade, além da reflexão aprofundada sobre a etimologia e a semântica da palavra, além de explorar a relação entre a saudade e as possibilidades da consciência e da existência, reside em assumir-se ponto de partida de uma via de libertação e transformação efectiva de si e do mundo, a percorrer mediante um exercício ético-meditativo e uma linha de acção concreta.
Recria-se assim a tradição galaico-portuguesa e lusófona da saudade,mostrando toda a sua universalidade. Na mesma medida em que transcende o universo linguístico e cultural onde radica, a saudade, aspecto fundamental do ser divino, humano e cósmico, revela simultaneamente, pela riqueza e singularidade da sua evolução semântica do latim para o galaico-português, toda a potencialidade deste para devir matriz de uma profunda visão filosófica da natureza primordial, da existência universal e da possibilidade de um despertar libertador. Por via da saudade, a filosofia regressa às suas origens: não mera busca intelectual e conceptual do saber, mas uma arte e um modo integral de vida"
Ah, saudade, terrível e doce saudade, de ser um "um rei-criança coroado", "vestido de céu e terra" ! (Fernando Pessoa, "A Summer Ecstasy", "Poemas Ingleses")
ResponderEliminarQuando regressaremos ao Antes? Quando ungiremos a terra? Quando serás enfim teu, de ti esquecido, ó Coração?
“Tudo é permanentemente estranho, mesmamente/ Descomunal, no pensamento fundo!”
ResponderEliminar(F.Pessoa, “Primeiro Fausto”)
Resolvo, de bom grado, esquecer-me de tudo quanto em mim haja repassado, e assim permitir que apenas aflore “aquele” nem sei quem seja ao certo que sempre “ali ” esteve e está, desde que me tenho - testemunha de mim mesmo na sucessão iludente dos agoras arrastados no arrostá-los...
... Até que, ao fio decepante da lâmina em que me abismo quando escolha ser outro que não esse que dia a dia colho - qual imemorial escolho e esfinge que demora o enigma em mim, nisso e nesse que me interroga - tão simplesmente eu rogue a esse Tudo e Ninguém que é nada e tudo e nenhum e ore alfim e - olho apenas como se face fosse - qual rosto enfim, eu seja sem máscara.
“O segredo da Busca é que não se acha.”(F.Pessoa, idem)
O segredo do que se acha é que se não busca.
A saudade algures está, em toda a parte aqui, e em parte alguma…
(Grato, Miledh…)
A Saudade é a fúria que nos consome na demanda insaciável do sem limite, forma ou nome!
ResponderEliminarRessurgem os loucos da saudade!? Pensei que tinha enterrado isso há muito tempo... Tenho de ressuscitar para vos tratar da saúde!?
ResponderEliminarPelos vistos já ressuscitaste, Sérgio.
ResponderEliminarNão haverá, António, o que te emudeça a cansativa, costumeira estultícia sobranceira, e nos liberte das tais snobes tiradas searences, hoje balofas e aranhiças?
Valha-nos Santo António!
Não é contigo, António, descansa: descansa em paz, homem!
(Mas que espectro, este tipo!...)
Mas afinal ter saudade de quê? O que falta? O que sobra?
ResponderEliminarDesimpeçam-se!
A Saudade é a Serpente que rói a raiz de tudo: homem, mundo e Deus.
ResponderEliminarA Saudade sou eu próprio, a roer-me de riso até ao infinito e mais além: hi, hi, hi, hi, hi!...
Cá para mim isto é uma missa neoreligiosa, com o magrinho a fazer de padre... Não chegam a ser malucos, são só maluquinhos...
ResponderEliminarPodes crer, Maria da Conceição! Mas olha que ele tem pinta é de Bispo...
ResponderEliminarSim, minhas lindas, quando não ocorra mais nada e escasseie a subtileza da simples ironia que nos eleve (o que em nós, obviamente, se deixe elevar) da nossa pouca alturinha na maioria das coisas, resta a baixeza de rebaixar.
ResponderEliminarQuem o é sempre se mostra, na verdade...
Pouquinha coisa, enfim!
Parabéns à Serpente Emplumada e a todos os loucos da Saudade...
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