sexta-feira, 14 de novembro de 2008




Na distância mora o fim dos meus rumos

O que dá às romãs o esquecimento

Do seu sabor ser apetecido

É treva densa a irromper do húmus


No vago torpor de cada momento

O princípio sempre já acontecido

A eterna saudade de não ter sido

Alucinação rubra e continuada


O pó da estrada de me perder

A noite revisitada da amurada

De ter partido um dia sem saber


Que a sorte não tem norte nem um porto

Chegar é quase ser tudo e estar morto

Lavrado de longes sou sem querer

6 comentários:

  1. gostei especialmente das 2 últimas estrofes.é um poema introspectivo, e profundo.

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  2. Um canto, um soneto.
    Sempre Paulo Feitais!

    Um abraço amigo.

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  3. Há entardeceres em que tudo isto nos passa pela cabeça ou pelo coração.

    No fundo, são entardeceres saborosos, quase sempre lindos de sol e de mar...

    E Romã... é um fruto do Amor...
    Romã é o mesmo que escrever Amro ao contrário.

    Paulo, belo regresso.
    Confesso que já tinha muitas saudades desse Amor que escreve sempre com palavras suas*

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  4. Sou fã deste Feitais de belo efeito!

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  5. Paulo,

    Na distância, dizias, também mora o princípio dos rumos... "Lavrado de longes sou sem querer" e chegar, Paulo,é nascer-

    Agora a tua paisagem...meu Desus!
    Importas-te que guarde nas minhas imagens?

    Um abraço terno.

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  6. A todos o desejo de que estejam a ter uma excelente eternidade, branda, lúcida, plena de amor. ;)
    E, saudades, a paisagem não é minha, é da Roca. :)

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