Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Dessa antiguidade trazes, oh voz bem-aventurada, os movimentos do beijo em que tocada a abertura da tua funda e alta voz, repousámos no silêncio e na morte! Esse beijo que chegou do canto era um movimento de Eros ou Vénus que vinha de outras eras e das esperas, e confiámo-nos na Língua Pura dos sons e das lágrimas. Ai o canto que silenciámos tocou os anéis da alma e nessa "vox apassionata" sagrámos as núpcias da carne que fomos e da qual nos despimos, porque um canto é um beijo (en)cantado! Num beijo esvaziámos a voz que nos desprendia a alma, Amor, Amante, Amdo, no vórtice do vento e dos abismos passivos e consecutivos que vindos da sedução insondável do "para além de nós" cada um desenhava no outro: beijando e cantando o não-ser que nos enlaçava e tão bem nos libertava. Nos céus, a Língua já não seduz. Conduz a uma eternidade que reveste corpo e voz da imobilidade em que nos contemplamos, Amor, Amante, Amado, como um Universo em expansão. É por isso que quando se canta...se chama o Universo ao Instante e tu, recordação intacta, abres a boca para num beijo sarares a ferida da existência. Quando, sem ti e de ti perdida, oro, fecho a boca, mas recupero em canto como junto de Deus nos mostrámos, nus e sem linguagem. Deus ama os que, como nós, se amaram: "aller par amour et par amour s'arrêter, respirer l'amour, le dire, le chanter, C'est passer la vie comme les séraphins" Silesius
Na Língua do canto cada um de nós, enfim, tinha a asa com que o outro se alava e Deus em nós se deliciava...porque é no júbilo dos amantes eternos que o júbilo de Deus resplandece como cântico dos cânticos...
E o estado de palavra não é o estado fundo do silêncio?! Sabemos com segurança o que é um e outro?! Conseguimos definir silêncio sem palavra?! Ou o comentário vem de quem tem, à boa maneira dos Gregos horror ao silêncio e ao informe...mas o que é o sentido? Haverá "sentido" com logos e o "sentido" sem logos, ou não?!
Ainda bem que a tecnologia consegue cortar o óbvio e remeter para caminhos outros o que era esperado só num certo sentido...está tão bem ali sozinha a senhora...e não será altura e tarefa tornar o óbvio menos óbvio, assim como o pornográfico sagrado, o feio, belo e por aí fora...se a tenologia o permite, não a condenemos apenas...façamos dela um meio para aperfeiçoar o que nos rodeia...
Podemos apenas ouvir e sair da imagem, podemos ver e não ouvir...podemos tanta coisa...e escolhemos sempre pouca coisa...
A visibilidade do invisível... Religioso e profundo! Perfeito!
ResponderEliminarDessa antiguidade trazes, oh voz bem-aventurada, os movimentos do beijo em que tocada a abertura da tua funda e alta voz, repousámos no silêncio e na morte! Esse beijo que chegou do canto era um movimento de Eros ou Vénus que vinha de outras eras e das esperas, e confiámo-nos na Língua Pura dos sons e das lágrimas. Ai o canto que silenciámos tocou os anéis da alma e nessa "vox apassionata" sagrámos as núpcias da carne que fomos e da qual nos despimos, porque um canto é um beijo (en)cantado!
ResponderEliminarNum beijo esvaziámos a voz que nos desprendia a alma, Amor, Amante, Amdo, no vórtice do vento e dos abismos passivos e consecutivos que vindos da sedução insondável do "para além de nós" cada um desenhava no outro: beijando e cantando o não-ser que nos enlaçava e tão bem nos libertava.
Nos céus, a Língua já não seduz. Conduz a uma eternidade que reveste corpo e voz da imobilidade em que nos contemplamos, Amor, Amante, Amado, como um Universo em expansão.
É por isso que quando se canta...se chama o Universo ao Instante e tu, recordação intacta, abres a boca para num beijo sarares a ferida da existência.
Quando, sem ti e de ti perdida, oro, fecho a boca, mas recupero em canto como junto de Deus nos mostrámos, nus e sem linguagem. Deus ama os que, como nós, se amaram:
"aller par amour et par amour s'arrêter, respirer l'amour, le dire, le chanter,
C'est passer la vie comme les séraphins" Silesius
Na Língua do canto cada um de nós, enfim, tinha a asa com que o outro se alava e Deus em nós se deliciava...porque é no júbilo dos amantes eternos que o júbilo de Deus resplandece como cântico dos cânticos...
beijos!? nem deve saber o que isso é... a arte dela é muito mais funda...
ResponderEliminarE os beijos, não podem ser fundos, mesmo quando não chegam a tocar a pele?
ResponderEliminarÉ preciso entrar em estado de palavra. Só quem está em estado de palavra pode enxergar as coisas sem feitio.
ResponderEliminarManoel de Barros
Silencio-me profundamente ante o video e a palavra do Silêncio profundo. Eros reencontrou Deus.
ResponderEliminarEspero que os leitores e comentadores tenham entendido o que foi tornado invisível no filme, por requintados processos tecnológicos...
ResponderEliminarE o estado de palavra não é o estado fundo do silêncio?! Sabemos com segurança o que é um e outro?! Conseguimos definir silêncio sem palavra?! Ou o comentário vem de quem tem, à boa maneira dos Gregos horror ao silêncio e ao informe...mas o que é o sentido? Haverá "sentido" com logos e o "sentido" sem logos, ou não?!
ResponderEliminarAinda bem que a tecnologia consegue cortar o óbvio e remeter para caminhos outros o que era esperado só num certo sentido...está tão bem ali sozinha a senhora...e não será altura e tarefa tornar o óbvio menos óbvio, assim como o pornográfico sagrado, o feio, belo e por aí fora...se a tenologia o permite, não a condenemos apenas...façamos dela um meio para aperfeiçoar o que nos rodeia...
Podemos apenas ouvir e sair da imagem, podemos ver e não ouvir...podemos tanta coisa...e escolhemos sempre pouca coisa...
Profunda verdade, caro anónimo...
ResponderEliminarSe soubéssemos de quantos "incubus" andamos possuídos...
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