Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
Chico Buarque
Numa onda particular de saudade, este e os outros dois poemas.
É isso tamborim, toca toca o tambor... despedaça-nos o coração!! :))
ResponderEliminar(mas depois não te esqueças da cola...)
ResponderEliminarAhahaha Achei que estes três têm uma "batida diferente" mas numa mesma via possível de saudade.
ResponderEliminarNão, não vou acrescentar o Sôdade de São Nicolau rsrs
É esse da Sôdade já está bem escrito, a negrito, em nós... ;P
ResponderEliminar