terça-feira, 14 de outubro de 2008

Para a Anita!

neste dia tão teu
as rosas acontecem
as horas florescem
o céu é mesmo céu
neste dia
tão cheio de todos os dias
de todos os tempos
há sol e ar puro neste dia
há neste dia o que havia
no dia em que tudo aconteceu
e há esperança a despontar fora deste dia
nas veredas para onde te levarem
os teus passos
há espaços de nunca e de sempre
nas margens deste dia
e hás tu
nos dias em que a eternidade é principiante
alada e completa
um mar e uma porta aberta
um jardim o vago fresco da tua dança
neste dia
todos os dias são barcos de diáspora e inquietação
todas as horas vendavais
e intocadas e totais
para sempre
neste dia
aqui também armo a minha tenda
à espera do que virá no berço das águas
quando liquefeito o sorriso se cumprir
da escuta e da veemência dos lírios
e ragado o sudário de querer
neste dia
a aurora desponta
e tudo tem
a graça e a templatura
de seres
a guardadora dos sonhos deste dia
tão sonhos e tão de agora
que acontecem
e não se agarram à garganta que os sorve
nem queimam as mãos que os seguram
e os levam à boca ainda quentes
é um presente infinito este dia
um dia mulher e total
o teu dia
súbito
pleno
inaugural

3 comentários:

  1. a insistente frase, do ainda mais insistente Poeta:

    "... mas nele é que espelhou o céu"

    Procuras solenemente as palavras como creio que procuras viver, meu companheiro neste tempo muito perdido do tempo... e por isso à beira de se reencontrar.

    Um sorriso brilhante!

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  2. ´menina

    julgo poder felicitá-la
    como um beijo de sol
    sobre a erva da manhã

    e desejar que se cumpram
    seus desígnios de estrela
    e cada dia de hoje
    seja sempre vésperas
    de amanhã

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  3. menino platero,

    um beijo também para si!*

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