Finalmente chegou…Já se sentia no ar a saudade de ser
outono! … De que escondias o teu rosto transfigurado?
Não vês que o vento, antes de levantar as folhas
Já tinha avisado da sua chegada pelo som que os comboios
Fazem, ao longe, de onde se não vêem as linhas?
E os pássaros afinam o seu canto em notas mais nostálgicas?
Entre uma nuvem mais escura
E a tonalidade branca da luz, sentada junto à estrada
Que vai para o caminho das folhas secas
Todos os outonos do mundo vêm ter comigo
Uma conversa. Vêm pedir desculpa ao sol por não dourar
O ramo verde das árvores, como antigamente…
Vêm contar da beleza do chão: vermelho, castanho, ocre…a despedir-se
Das poeiras do deserto e da brincadeira doida das ondas.
Chegou no tempo de chegar, a chuva que havia de cair.
Encontrou-me, sentada, frente a um caderno branco
À espera das palavras que deixam cair uma folha vadia
No terreno do oculto bosque. É o que faz o rodopio das folhas
À roda das fontes felizes do ar que as faz rodar, rodar,
E cair no caderno branco que reza às palavras silentes
Orações de luz para cobrir o tapete dos dias.
Bem-vindo, outono do oiro velho das memórias
Cavalo de fogo partindo em galopada pela poeira dos caminhos!
Que chegues, vagaroso como um fruto seco saboreado nos dentes
Vem, carregado de energias telúricas escondidas no pó
Abre caminhos para a nossa tão grande sede e acorda
A for adormecida plantada no jardim que havemos de atravessar
Ampulheta de luz virada para dentro.
outono! … De que escondias o teu rosto transfigurado?
Não vês que o vento, antes de levantar as folhas
Já tinha avisado da sua chegada pelo som que os comboios
Fazem, ao longe, de onde se não vêem as linhas?
E os pássaros afinam o seu canto em notas mais nostálgicas?
Entre uma nuvem mais escura
E a tonalidade branca da luz, sentada junto à estrada
Que vai para o caminho das folhas secas
Todos os outonos do mundo vêm ter comigo
Uma conversa. Vêm pedir desculpa ao sol por não dourar
O ramo verde das árvores, como antigamente…
Vêm contar da beleza do chão: vermelho, castanho, ocre…a despedir-se
Das poeiras do deserto e da brincadeira doida das ondas.
Chegou no tempo de chegar, a chuva que havia de cair.
Encontrou-me, sentada, frente a um caderno branco
À espera das palavras que deixam cair uma folha vadia
No terreno do oculto bosque. É o que faz o rodopio das folhas
À roda das fontes felizes do ar que as faz rodar, rodar,
E cair no caderno branco que reza às palavras silentes
Orações de luz para cobrir o tapete dos dias.
Bem-vindo, outono do oiro velho das memórias
Cavalo de fogo partindo em galopada pela poeira dos caminhos!
Que chegues, vagaroso como um fruto seco saboreado nos dentes
Vem, carregado de energias telúricas escondidas no pó
Abre caminhos para a nossa tão grande sede e acorda
A for adormecida plantada no jardim que havemos de atravessar
Ampulheta de luz virada para dentro.
como um cão
ResponderEliminaro outono chegou
e procurou o dono
e encontrou
o dono
É, Platero. Esse cão sem dono vem aninhar-se ao colo e lamber-me as feridas. É um cão vadio a pedir abrigo. Abro-lhe a porta. Chove lá fora...
ResponderEliminarAbraço