Algo se recolhe porta atrás de porta.
Algo procura o centro.
Não busca o mundo. Só quer absorver-se
perceber-se a si mesma
soberanamente.
Quer estar imóvel
na lenta plenitude
sem paixões.
Quer perpetuar-se abandonada isenta
atenuada e serenamente deslumbrante.
Quer secretamente ser sempre encantada
sem pedir mais que o oiro do seu sossego.
Longe, longe está do mundo, sem instrumentos,
mas o seu peito tm mil portas abertas.
Ela ascenndeu vagarosa por imponderável adesão
e sem desejos, o seu Desejo consumando
na chama intemporal que é o seu corpo amante
Ninguém poderá chamar o seu nome ardente.
A sua certeza é ninguém e o seu ócio vazio.
Já não se opõe a sim mesma no seu único arco
em que reuniu os dois pólos num inviolável nascer.
Está com todo o intacto remotíssima e presente.
Sabe e tudo o que sabe é áerea plenitude
que transparece nos meandros do silêncio.
Ouve-se a frescura através da distância
É uma Deusa Branca.
A. Ramos Rosa
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