quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Coração*




O meu coração podia ter o aspecto e a forma deste azulejo.
Não sendo rijo de barro, de cerâmica. Mas, sendo rijo de uma resistência que é inerente aos corações líquidos, nomeadamente o meu que é de Sereia*

Um coração tão forte e tão azul como a água.
Líquido, maleável, mole, que se entranha, que molha e tudo contagia 'líquidamente'

No fundo, o que eu queria era que o meu coração fosse assim... redondo, azulado, com gotas azuis em molduras amarelas à saída da sua forma circular. Gotas de um azul que unisse o interior do coração, de cor verde, ao exterior - o universo. O todo e cada parte e partícula, feita de todo o material, com toda forma e cor

E poder ver, como quem sente dentro do coração, que todo o universo é também da cor verde. A mesma cor desse centro que seria o meu coração...

E como que num sonho, todo o universo cabia dentro deste azulejo.
Num espelho mágico, descoberto num momento mágico, o azul podia ser o veículo, o modo de transporte do verde de dentro para fora e de fora para dentro

Num movimento lindo de Dar e Receber.
Num movimento contínuo que os corações têm quando batem, quando vibram*

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