Quando falo e sou eu, não falo e sou pelos outros, mas por mim, sendo que eu já sou os outros, não preciso, nem me é possível, tornar-me naquilo que eu já sou. O dia existe sendo a noite, assim, eu existo sendo os outros, pois os outros eram já o que eu era antes de me revelar. Não há oposição, há apenas revelação do que antes já havia - como no desenvolvimento de um feto ou da semente de uma planta.
Tudo o que existe hoje no mundo existe desde o princípio, a passagem do tempo está apenas a revelar o que encoberto ainda há, até que totalmente se descubra e se crie como ser universal que é.
A Terra, como Plan-e-ta que cresce, desenvolve-se naturalmente, por si, e como ela o ser humano, ao ser uno com ela. A influência do consciente -i-solado- do Homem sobre si próprio é igual à do consciente da flor sobre si mesma, que, como não o tem, é nenhuma.
Quem fala assim não é gago, ao contrário do Aristóteles.
ResponderEliminarAs plantas têm insciência em de si. Mas talvez sejam consciência no e do todo.
Pelo menos as plantas dos nossos pés são muito sensíveis. Nós andamos plantados e talvez nos plantemos, andando.
:)
O "em" está mal plantado. ;)
ResponderEliminarEssa do gago tem piada tem ... :P
ResponderEliminarOs gagos, gagos... fraquinhos... que só conseguem mostrar a fragilidade que sente o seu coração. Quem sabe sempre o que dizer é que é bom... quem se já esqueceu que é pelo silêncio que se sente ser, se é.
O Aristóteles era gago??
ResponderEliminarJá li um texto académico que diz que sim. E os textos académicos não são gagos, mesmo que não sejam peripatéticos. ;)
ResponderEliminarO Platão quando discutiu com ele devia estar de gabardine. ;)
ResponderEliminarPorquê?
ResponderEliminarImagina os gafanhostos! Devia ser um espectáculo medonho. O Platão disse que o homem parecia um potro aos coices. Acho que o Platão não pintou o quadro todo.
ResponderEliminar:)
Mas ó Paulinho eu sou gaga e não atiro gafanhotos a falar! :)
ResponderEliminarSó às vezes a rir-me... mas aí é baba de alegria, não conta! :P
é quase como se fosse baba a brincar...
ResponderEliminarMas estou a falar do Aristóteles. ;)
ResponderEliminarEu também já fui gago, mas nunca fui aristotélico. Mas às vezes há uns gafanhotos que se me lançam em direcção dos alunos. Como vão com um efeito de bola de sabão, consigo salvar a situação quase a sempre a tempo. Mas a coisa com o Aristóteles devia ser de arromba. ;)
dos meus maiores medos-complexos é mesmo esse... a gaguez... é esse que me tendeu a viver mais fechada... e a aninhar-me em mim e a brincar com os meus pensamentos... do "defeito" nasceu este meu discorrer literário... se é qualidade ou maior defeito ainda... não sei, a minha criança só quer brincar mesmo... com um ou com outro tanto lhe faz. :P
ResponderEliminarQuanto ao andar... principalmente descalço, estimula o sistema digestivo, os intestinos em especial, a nossa raiz... andar é mesmo plantar, portanto. ;) Plantar-nos.
ResponderEliminarOlha, eu às vezes "apanho" coisas no ar. Eu passei 9 anos numa escola onde tive uma experiência infernal. Isso marcou-me muito. Só agora parece que consigo andar com pé firme, por assim dizer.
ResponderEliminarE se a gaguez te conduziu ao que tu és agora, acho que ela é uma benção.
E não te digo isto por dizer. Eu nunca falo por falar.
Há quem não pense, mas eu sou do Silêncio. Mas quando grito, o silêncio vem do mais fundo.
Anita, eu não gosto de me escancarar publicamente, pode parecer, mas não gosto. Mas tem sido importante encontrar-te por aqui. Digo-te isto sem apegos ou quaisquer outras intenções.
Há presenças que iluminam a nossa vida quando estamos mais necessitados duma luz.
Por isso, um ser grande pode ser gago. É um tirocínio para a fala angélica. ;)
:) É... a alma lusa parece-me que é aí que vence - ou me vence a mim... que me dá no mesmo. De sermos autênticos... ´pessoalmente preciso é de soltar essa autenticidade... que me deixem soltá-la... mas para isso é preciso que se deixem a si mesmos... é para aí... deitar fora as amarras invisíveis.
ResponderEliminarÉ isso mesmo.
ResponderEliminarA autenticidade, tem a ver mesmo com o espírito lusídada, ou luso. Sermos portadores da luz e não lhe colocarmos obstáculos.
:)
Agradeço os elogios... também estou muito grata por falar contigo...
ResponderEliminarmas quanto a méritos... é coisa que não me diz nada. Sou o que sou.
Benção divina ou diabólica... não altera o que sou, nem o que de mim sinto - ou do mundo. :) Só conheço o amor... e o mundo da realidade física... a música.
e a criança que fui e que ainda em mim vive... ela não reclama por juízos de valor ou desvalor... só reclamar por justiça... mas não a desta sociedade... a do sentimento livre.
ResponderEliminarÉ nele que me sinto, como o eterno Agostinho...
Não são elogios.
ResponderEliminarE a música, sim.
Há seres que são musicais, vibram e fazem vibrar. Da polifonia faz-se a sinfonia. A primeira é absolutamente necessária. A segunda só é alcançada se nos fizermos ao mar, por assim dizer. E a plenos pulmões sorvermos a vida.
Mas para mim (e acho que para ti também) o físico é meta-físico. Transporta-nos e transborda-nos.
:)
E a Justiça, sim. Que no Tarot aparece com o nº 8 que, deitado, representa o infinito. :)
ResponderEliminarO físico é obra do metafísico amor, como pode com um Pai destes não o cumprir tão bem...
ResponderEliminarpor isso pensar o físico só pode ser como vendo-o assim... amorosamente... outra vez Agostinho :P
ResponderEliminarÉ.
ResponderEliminarO Amor é tudo.
A chama que a tudo aviventa.
Cumprir o Amor é uma divisa sagrada.
:)
"Ama e faz o que quiseres".
ResponderEliminarA Loucura da divina cavalaria.
:)
é tão esquecido o que é óbvio... toda a vida é amor, o que não seja vindo daí não chega a existir.
ResponderEliminaré tão esquecido o que é óbvio... toda a vida é amor, o que não seja vindo daí não chega a existir.
ResponderEliminarIsso é bem verdade.
ResponderEliminarAmar é libertar, libertando-nos e a tudo.
Posso parecer contraditório, mas acredito nisso.
Não se podem colocar barreiras ao Amor. Se Ele existe deve poder ir ao encontro daquilo para tende. Que pode ser algo muito além de nós.
http://br.youtube.com/watch?v=8HTcgTx9MSM
ResponderEliminare se basta.*
Anita, essa canção iluminou a minha noite. A pomba branca que surge no vídeo, assim tão grácil. E pedir um pouco de céu não é muito. E por vezes queremos dar-nos duma maneira que gera o inferno. Um pouco de céu... Pode negar-se isso? (Isto é uma pergunta para mim). Quem ama, se ama com a força total do universo só pode ir ao encontro. O desconhecido mete medo. E trazemos tantas coisas agarradas que é difícil olhar o céu.
ResponderEliminarEnfim...
:)
BonDia Anita e Paulo,
ResponderEliminarEntro no Ser Universal, e comecei a ler-vos. O que eu mais gosto na Serpente é que sendo um espaço público, não o é. Quem entra, entra num espaço privado, o das Almas que se encontram.
A loucura da divina cavalaria... com esta, Paulo, me deixas quase sufocada do coração.
É Luiza.
ResponderEliminarEu não sou um louco em busca de aventuras. Sigo preceitos muito estritos. Estou a ser sincero, o meu coração não é um vaso rachado colado com cera, "sine cera".
Acredito que somos permeados por um Amor que a tudo transcende. Talvez seja aquilo a que o budismo chama vacuidade. Mas não quero entrar por aí porque não gosto de contaminar a minha visão do Dharma.
Quando encontro alguém que tem profundeza, mergulho. Como um recolector de pérolas. E se alguém me mostra luz, eu digo.
É claro que há riscos. Mas eu acho que estamos nesta vida para nos fazermos ao mar. De cara bem destapada. Por exemplo, aqui nunca venho como anónimo. Venho sempre com o rosto descoberto.
É muito difícil de explicar, mas quando estou com o meu filho, repito mentalmente muitas vezes: "cuidado é só mais um ser humano e só mais um ser vivo". Ele não veio ao mundo para ser meu filho, mas para ser ele próprio. E o Amor não é meu nem dele, não nos pertence, é o Oceano que nos banha.
Estender o Amor, dar as mãos aos que encontramos e mergulhar no Sol.
Não há aqui segundas intenções.
É um pouco isto a cavalaria divina, próxima do ideal bodhisáttvico.
Isto pode ser mal interpretado. Mas aí o mal estará na cabeça de quem interpreta. Eu vivo mergulhado no Bem. Daqui ninguém me tira.
E, de facto, aqui têm aparecido pessoas que vibram duma forma muito especial. Mais do que companheiros de jornada, são uma luz intensa a brilhar no mundo. Pena é que pareçam ser poucos. Mas nesta vida as pessoas estão com medo de molhar os pés no grande Oceano.
Mas no fundo, bem lá no fundo, a luz brilha. Só tem que ser assumida.
Costumo dizer aos meus alunos que pior do que tapar o sol com uma peneira, é taparmos o sol com as peneiras. Isso é trágico. No primeiro caso nunca há treva, no segundo a escuridão, do nosso lado, é total.
E não nos devemos dar aos outros só no sentido em que podemos receber isto ou aquilo. Isso é servil.
E este meu optimismo permite-me saber onde está o mal. Em relação a isso nunca me iludo. O mal não se combate, todo o autêntico combate faz-se afirmando o Bem.
Talvez mais tarde escreva algo sobre isto.
:)
Porque o mal é uma invenção do Homem... tal como a noção de bem.
ResponderEliminarNa vida só há dia e noite. ;) Há o existir luz ou nada, que se faz com o nada? :P Nada! :)
Perder-se uma luz por uma sombra ou uma não-luz é o ridículo...
ResponderEliminarA terra vai rodando... onde agora faz sombra logo fará luz... quando for a Hora...
ResponderEliminarPaulo, parece que quase tudo dorme e fala sobre assuntos marginais à essência da vida... mas é como um castelo de cartas... basta cair uma que tudo se desmorona em pouco tempo... e se for por Amor, desmorone-se!! ;)
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