"Se bem que cada um de nós seja responsável por ajudar o mundo, pode acontecer que, tentando impor as nossas ideias ou a nossa ajuda aos outros, acabemos por acrescentar ao caos. Muitas pessoas têm teorias sobre as necessidades do mundo. Alguns afirmam que o mundo tem necessidade de comunismo, outros que carece de democracia; para alguns, a tecnologia salvará o mundo, para outros destrui-lo-á. Os ensinamentos Shambhala não visam converter o mundo a uma nova teoria. A visão Shambhala parte da hipótese de nos ser necessário em primeiro lugar descobrir em nós mesmos o que podemos oferecer ao mundo antes de estabelecer uma sociedade iluminada. Então, para começar, devemos esforçar-nos por examinar a nossa própria experiência a fim de ver o que ela contém de útil para enobrecer a nossa existência e para ajudar os outros a fazerem o mesmo.
Se estamos dispostos a lançar aí um olhar imparcial, veremos que, apesar de todos os nossos problemas e de toda a nossa confusão, apesar de todos os altos e baixos emocionais e psicológicos, há alguma coisa de intrinsecamente bom na nossa existência de seres humanos. A não ser que experimentemos este fundamento de bondade na nossa própria vida, não podemos pretender melhorar a vida dos outros. Se não somos senão seres miseráveis e infelizes, como poderíamos sequer imaginar uma sociedade iluminada e ainda mais realizá-la ?"
- Chögyam Trungpa, Shambhala - The Sacred Path of the Warrior (Shambhala - A Via Sagrada do Guerreiro)
Obrigada pela partilha destas palavras.
ResponderEliminarFazem tanto sentido, que fecho os olhos e respiro fundo com elas a entrarem sob forma de som e de luz com cor, compostas do oxigénio que me vai levá-las ao coração.
Hoje é dia de querer ser assim, como estas palavras.
caro Paulo
ResponderEliminarprovas irrefutáveis (recentes) da verdade das palavras que debitas:
G8 no Japão, e Papa hoje mesmo na Austrália - "pregando" sobre a necessidade de controlo da pulsão consumista.
tentar explicar as causas da fome, arrotando excessos de comida. Já agora, a minha "quadra" sobre o tema:
se o excesso que faz obesos
fosse dado aos esfomeados,
equilibravam-se os pesos
- ganhavam ambos os lados
abraço amigo
Muito bem visto, Platero!
ResponderEliminarSe todos soubessemos partilhar, o mundo seria seguramente melhor.
Cuidado com este nome: Chögyam Trungpa... Basta lê-lo e estamos agarrados. É um crocodilo que não mais nos larga até que nos vomitemos e despertemos.
ResponderEliminarPalavras bem sábias: É preciso conhecermo-nos bem para não acabarmos projectando as nossas fraquezas sobre os que pretendemos "ajudar". Devemos também desprendermo-nos dos "resultados" dos nossos actos: Não esperar que eles resultem da maneira esperamos, que as nossas boas intenções resultem no que nós julgamos "bom", e sobretudo, não esperar que as pessoas nos fiquem muito agradecidas, nos dêm os parabéns ou até que reconheçam o que fazemos.
ResponderEliminarHá de contribuir para o bem-estar do próximo, mas com desprendimento e auto-reflexão.
Obrigada por partilhares este texto conosco, Paulo.
Um abraço.