Uma ânsia de mim candente me não livre
Do outrora que a cada instante ganha o tempo
Um porão cheio de nada a tudo sobrevive
Mesmo às chamas com que arde o mesmo vento.
Não sei por que razão, ou sem razão alguma, me vem a chama
Arder em brasa à beira de um céu vago e vazio
A hora hesita, gira em espiral a luz branca e insana
Cai do tinteiro de ontem, em lágrima, a sombra dum navio.
Quem vem lá? Que estranha e negra a noite se vislumbra
Da névoa que durou por sobre a amurada?
Não é a flor do vento, nem lua, nem penumbra
É uma sombra mansa, um feitiço de lua, uma clareira amada.
É a alma do mundo a chamar em surdina o pensamento
De uma onda maior que ainda não chegou e tarda
A luz em que saudosa vagueia a sombra do momento
Que quando a vejo, já de mim saudosa, sinto a saudade apartada.
Do outrora que a cada instante ganha o tempo
Um porão cheio de nada a tudo sobrevive
Mesmo às chamas com que arde o mesmo vento.
Não sei por que razão, ou sem razão alguma, me vem a chama
Arder em brasa à beira de um céu vago e vazio
A hora hesita, gira em espiral a luz branca e insana
Cai do tinteiro de ontem, em lágrima, a sombra dum navio.
Quem vem lá? Que estranha e negra a noite se vislumbra
Da névoa que durou por sobre a amurada?
Não é a flor do vento, nem lua, nem penumbra
É uma sombra mansa, um feitiço de lua, uma clareira amada.
É a alma do mundo a chamar em surdina o pensamento
De uma onda maior que ainda não chegou e tarda
A luz em que saudosa vagueia a sombra do momento
Que quando a vejo, já de mim saudosa, sinto a saudade apartada.
Grande poema. ;)
ResponderEliminarUm abraço cheia de saudade de todos vocês, desejosa de votlar a ter internet em casa para poder voltar a participar em pleno neste blogue e no da Nova Águia.
ResponderEliminarBelo poema ! Se for inédito, seria possível publicá-lo no nº2 da Nova Águia ?
ResponderEliminarQue é a saudade senão a alma do mundo ? Reduzimo-la pensando-a apenas à escala humana. Porventura habita e rompe mesmo as entranhas do absoluto, como aquela Sehnsucht de que fala Schelling...
ResponderEliminarsabes o que eu costumo dizer às pessoas da tua poesia.
ResponderEliminareis prova.
beijo
Paulo,
ResponderEliminarO poema é "fresquinho", é de ontem, no mesmo momento enviado para o ventre da serpente.
São vocês que me inspiram e fico contente que tenham gostado.
Claro que o poema é vosso e se nele acharem algum mérito, pode ser publicado. Há a questão do autor... Pode ficar com o nome com que aqui me assino?
Um abraço
Ana,
Já sentimos falta dos teus textos, princesa, tantas saudades...
Anita,
Não é muito grande... alguns versos é que têm muitas sílabas...
Platero,
Tu bem sabes a importância que dou às críticas... Importante é a tua amizade.
Outro beijo
não será a saudade que nos faz eterna e constantemente continuar a procurar? belo poema!
ResponderEliminarNa mais profunda reverência, aqui vos deixo uma rosa de alva lua cheia.
ResponderEliminarEnches os corações esfomeados de harmonia!
Saudade...
ResponderEliminarAgora entendo que sou "coração esfomeado".
Mas porquê?...