todos os versos
derramo-os sobre a pele da ausência de que és afinal
da impenetrável a correr de luz e sangue de inquieta e salgada não te ver
palavra
e derradeiro
nos mesmos olhos que se cruzam
nas mãos baças que se perscrutam
tentativas apenas tentativas
porque os dias são escassos para ir ao fundo
a vida mesmo se estendida ao sol nunca se desnuda da treva
e afinal és tudo
cada gota do tempo sorvida sem lábios ou língua
cada traço do desejo na areia rutilada de serpentes
e és o gume na língua cravado no acto de dizer o desfazer das preces
só serapilheira de encher buracos de treva nos leitos a arder onde o amor se consente
tudo
até a maresia com que vens na tarde equestre
até os silvos da noite nas certezas crestadas do sol no poente
até o quase a beira transbordante da plenitude
e no fim já te sabia
No fim já sabemos tudo...
ResponderEliminarO Verão está a tornar o Paulo ainda mais solar, apolíneo...
ResponderEliminarUm Sorriso!