terça-feira, 17 de junho de 2008

Rosa de Luz

A noite no seu ventre fulgurante
Levou a alma em espiraladas vozes
Ao domínio do Sal onde a língua é limpa
E o ouro dos cabelos coroa o astro.

Flamejantes cristais de pedra rosa
A liquidez da luz que se desfaz
Em cantos de estrelas acordada noite
Em delírios de matéria viva traz o dia.

Ao peito a voz do verbo a Mãe da Terra
Outonal princesa traça o fio da prata
No chumbo velho dos céus do mundo
Brilha o coral das águas no azul fecundo.

Rosa de brilho atlante, rosa do vento
Rodando ao centro de uma pedra esguia
Canta a saudade e renasce em pranto
Nas mãos o sal da vida e o ouro cego.


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