domingo, 8 de junho de 2008

A Pausa do Poema


Parto do limiar do Verbo

Ao limite do verso,

Do verbo sem limite

Ao limiar do sonho.

Seladas as páginas

Dos versos selados

Dobram a folha dos dias

Pelo vinco das horas.

Sagradas, as chaves,

Fecham o silêncio.



Amanhã o dia florirá

De ausências,

De silêncios e de velas.

Onde a palavra cresce

Um louco fala só

E um livro aberto

Rondará de silêncio

O pó fino e branco

De uma vida…



Rezo como se cantasse

E uma oração bastasseà minha voz

Para ser antes de tudo

A límpida paisagem

Deste céu que me cobre.



E o amor? e a boca?

Que limite buscará

O beijo e a forma?

O lábio, o arco, a corda,

O ouro e o mel?

Quem o irá beber

À luz das chamas,

Esse chão de palavras?

Quem o irá regar

Quando a hora for sulco?

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