Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Cedo nos ensinam a amarmos a tudo menos a nós mesmos, e assim a des-amarmos o Todo e a fixarmo-nos no mesmo.
o que existe é a união... vermo-nos como entidade separada do que está à nossa volta é deixar de amar... é isso que nos faz abandonar a nossa infância...
Cara Ana, achas mesmo ? No que respeita à primeira parte da afirmação, creio ser exactamente o oposto: "Cedo nos ensinam a amarmos a nós mesmos mais do que a tudo" ! Basta olhar à nossa volta com olhos de ver... E a criança, na infância, etc., não precisa sequer que lhe ensinem isso: já nasce com o instinto de se proteger acima de tudo a si mesma... Vá-se lá saber porquê ! É por isso que a educação tem de servir para desegoízar as criancinhas... Dizer que elas são o bom selvagem do Rousseau foi uma das maiores ingenuidades do Agostinho da Silva.
Como o próprio Agostinho disse, a criança que nasce reflecte de algum modo o ambiente em que vive... por isso não pode representar puramente o "bom selvagem". Quanto ao se nos ensinam mais a amar a nós ou aos outros... não sei nem, sinceramente, faço questão de saber. Quero saber é como é isso de amar... talvez seja preciso olhar o que é o homem, visto ser ele o sujeito que ama. Poderemos analisá-lo como ser isolado do mundo sendo ele uma síntese, uma união do próprio mundo?... O homem que tem consciência de si arrisca a perder-se de si, pois o homem, em rigor, vive um sonho colectivo.... :)
Caras amigas e amigos, quanto a isto já sabem o que penso: nascer é sinal de ignorância e egocentrismo, a não ser no caso dos seres despertos, que escolhem nascer para ajudar os outros. Por isso não me fascino assim tanto com a inocência das crianças, por mais adoráveis que sejam... Tenho dois filhos e sei isso por experiência própria, também pela memória do meu egocentrismo infantil. Se nascemos neste mundo e por ele somos condicionados é porque nos auto-condicionámos nesse sentido por pensamentos e acções anteriores. Na verdade, num sentido mais fundo, nele nascemos a cada instante, pela ilusão dualista. Por isso mesmo, a cada instante estamos a tempo de nunca haver nascido, pelo Despertar (do sono, do sonho e do próprio Despertar, que são conceitos subsidiários da maior ilusão, a ilusão de haver quem durma, sonhe e desperte).
Abraços, sem braços, e uma saúde ao Pessoa, só persona !
"Cedo nos ensinam a amarmos a nós mesmos mais do que a tudo" !
Não creio: cedo nos ensimam mais a amar a sombra de nós mesmos - Aquela que obtém poder ao reflectir as expectativas sociais ou ao mostrar-se "mais" do que os outros, seja lá o que isso for, em vez de amarmos o que há de mais profundo e autêntico em nós, o Incondicionado.
Acho que o problema não é haver individualismo a mais, mas sim individualismo a menos.
Acham que a maioria dos "Yuppies", se forem realmente honestos acerca de el@as mesm@s, nasceram com vocação para gestores de empresas, banqueiros, advogados, funcionários públicos, e para passarem a santa vida enfiados em escritórios, em reuniões, e a derreter dinheiros em lojas, andares e concessionários de automóveis?
"Yuppies" e não só, todos os "falsos eus" que existem por aí ...
"Por isso mesmo, a cada instante estamos a tempo de nunca haver nascido, pelo Despertar (do sono, do sonho e do próprio Despertar, que são conceitos subsidiários da maior ilusão, a ilusão de haver quem durma, sonhe e desperte)."
Isso mesmo paulo, a cada instante estamos a tempo de nos descobrirmos como o Incondicionado. Isso sim, é a única Coisa que realmente Somos e Não-somos.
Tenho dificuldade em chegar a esse entendimento, Paulo, não o consigo associar ao que conheço e sinto... Quanto às crianças, elas nascem da união... elas concentram o todo, tudo o que existe está ali - elas são o que são, sem rodeios. Se isso é ser egocêntrico? Sim, ou mais que isso, é Ser autêntico. E isso pode incomodar-nos porque o reprimimos - é a minha opinião. Não estes seres civilizados... isto que somos é um egocentrismo da nossa mente quanto à nossa natureza original.
Essa simultaneidade absoluta dos opostos não deixa lugar para relativizar nada no mundo... parece-me. Relativo e absoluto, trocam-se... relativizar tudo é tornar o relativo absoluto... enquanto o mundo é um absoluto temporariamente relativizado; ou seja, essa sua visão contempla uma parte dele...
tornar absoluto o relativo é a morte... viver é relativizar o absoluto - também, ou principalmente... estamos relativos ao tempo e ao espaço... porque fugir totalmente deles? para ficarmos apenas no absoluto ficávamos onde (não) estávamos... onde tudo é E não é... mas estamos aqui... e viva o relativo que nos deixa sentir este milagre da relação! ;) onde estão coisas que são Ou não são. O "e" não é melhor que o "ou", o "e" não tem piada alguma sem o "ou". Vivamo-los a um e a ou-tro.
Quanto aos ensinamentos: as crianças têm-nos a ensinar que algo é bom E mau (É), nós temos-lhes a ensinar que algo é bom Ou mau... elas têm a ensinar o fundamental, nós o secundário...
Sou quente e boa... e não sou uma castanha ! Faça-vos esquecer a filosofia, a poesia, o Pessoa e a criança. O convívio é total e completo: não como fatias, só o bolo todo.
Tentei ligar-te por diversas vezes Uau, mas o telefone está sempre impedido e deves ter a caixa de mails completamente cheia pois os mails que te envio retornam…
o que existe é a união... vermo-nos como entidade separada do que está à nossa volta é deixar de amar... é isso que nos faz abandonar a nossa infância...
ResponderEliminarCara Ana, achas mesmo ? No que respeita à primeira parte da afirmação, creio ser exactamente o oposto: "Cedo nos ensinam a amarmos a nós mesmos mais do que a tudo" ! Basta olhar à nossa volta com olhos de ver... E a criança, na infância, etc., não precisa sequer que lhe ensinem isso: já nasce com o instinto de se proteger acima de tudo a si mesma... Vá-se lá saber porquê ! É por isso que a educação tem de servir para desegoízar as criancinhas... Dizer que elas são o bom selvagem do Rousseau foi uma das maiores ingenuidades do Agostinho da Silva.
ResponderEliminarComo o próprio Agostinho disse, a criança que nasce reflecte de algum modo o ambiente em que vive... por isso não pode representar puramente o "bom selvagem". Quanto ao se nos ensinam mais a amar a nós ou aos outros... não sei nem, sinceramente, faço questão de saber. Quero saber é como é isso de amar... talvez seja preciso olhar o que é o homem, visto ser ele o sujeito que ama. Poderemos analisá-lo como ser isolado do mundo sendo ele uma síntese, uma união do próprio mundo?... O homem que tem consciência de si arrisca a perder-se de si, pois o homem, em rigor, vive um sonho colectivo.... :)
ResponderEliminar(Tenho preguiça em querer saber algumas coisas... depois dá-me para repetir doentiamente outras... como se vê)
ResponderEliminar(Peço desculpa algum incómodo... só quero - só posso querer! - aquilo que em verdade apenas existe... a nossa união...)
ResponderEliminarCaras amigas e amigos, quanto a isto já sabem o que penso: nascer é sinal de ignorância e egocentrismo, a não ser no caso dos seres despertos, que escolhem nascer para ajudar os outros. Por isso não me fascino assim tanto com a inocência das crianças, por mais adoráveis que sejam... Tenho dois filhos e sei isso por experiência própria, também pela memória do meu egocentrismo infantil. Se nascemos neste mundo e por ele somos condicionados é porque nos auto-condicionámos nesse sentido por pensamentos e acções anteriores. Na verdade, num sentido mais fundo, nele nascemos a cada instante, pela ilusão dualista. Por isso mesmo, a cada instante estamos a tempo de nunca haver nascido, pelo Despertar (do sono, do sonho e do próprio Despertar, que são conceitos subsidiários da maior ilusão, a ilusão de haver quem durma, sonhe e desperte).
ResponderEliminarAbraços, sem braços, e uma saúde ao Pessoa, só persona !
"Cedo nos ensinam a amarmos a nós mesmos mais do que a tudo" !
ResponderEliminarNão creio: cedo nos ensimam mais a amar a sombra de nós mesmos - Aquela que obtém poder ao reflectir as expectativas sociais ou ao mostrar-se "mais" do que os outros, seja lá o que isso for, em vez de amarmos o que há de mais profundo e autêntico em nós, o Incondicionado.
Acho que o problema não é haver individualismo a mais, mas sim individualismo a menos.
Acham que a maioria dos "Yuppies", se forem realmente honestos acerca de el@as mesm@s, nasceram com vocação para gestores de empresas, banqueiros, advogados, funcionários públicos, e para passarem a santa vida enfiados em escritórios, em reuniões, e a derreter dinheiros em lojas, andares e concessionários de automóveis?
"Yuppies" e não só, todos os "falsos eus" que existem por aí ...
"Por isso mesmo, a cada instante estamos a tempo de nunca haver nascido, pelo Despertar (do sono, do sonho e do próprio Despertar, que são conceitos subsidiários da maior ilusão, a ilusão de haver quem durma, sonhe e desperte)."
ResponderEliminarIsso mesmo paulo, a cada instante estamos a tempo de nos descobrirmos como o Incondicionado. Isso sim, é a única Coisa que realmente Somos e Não-somos.
Tenho dificuldade em chegar a esse entendimento, Paulo, não o consigo associar ao que conheço e sinto...
ResponderEliminarQuanto às crianças, elas nascem da união... elas concentram o todo, tudo o que existe está ali - elas são o que são, sem rodeios. Se isso é ser egocêntrico? Sim, ou mais que isso, é Ser autêntico. E isso pode incomodar-nos porque o reprimimos - é a minha opinião. Não estes seres civilizados... isto que somos é um egocentrismo da nossa mente quanto à nossa natureza original.
Essa simultaneidade absoluta dos opostos não deixa lugar para relativizar nada no mundo... parece-me.
ResponderEliminarRelativo e absoluto, trocam-se... relativizar tudo é tornar o relativo absoluto... enquanto o mundo é um absoluto temporariamente relativizado; ou seja, essa sua visão contempla uma parte dele...
tornar absoluto o relativo é a morte... viver é relativizar o absoluto - também, ou principalmente... estamos relativos ao tempo e ao espaço... porque fugir totalmente deles? para ficarmos apenas no absoluto ficávamos onde (não) estávamos... onde tudo é E não é... mas estamos aqui... e viva o relativo que nos deixa sentir este milagre da relação! ;) onde estão coisas que são Ou não são. O "e" não é melhor que o "ou", o "e" não tem piada alguma sem o "ou". Vivamo-los a um e a ou-tro.
ResponderEliminarQuanto aos ensinamentos: as crianças têm-nos a ensinar que algo é bom E mau (É), nós temos-lhes a ensinar que algo é bom Ou mau... elas têm a ensinar o fundamental, nós o secundário...
ResponderEliminarD'uma eterna criança. :P
Que seca de conversa, porra ! Vivam os Yuppies !
ResponderEliminarSou quente e boa... e não sou uma castanha ! Faça-vos esquecer a filosofia, a poesia, o Pessoa e a criança. O convívio é total e completo: não como fatias, só o bolo todo.
ResponderEliminarTelefonem, querid@s: 217920000.
Beijos quentes e bons...
Tentei ligar-te por diversas vezes Uau, mas o telefone está sempre impedido e deves ter a caixa de mails completamente cheia pois os mails que te envio retornam…
ResponderEliminarPenso, logo não como. Não penso, logo como. Enquanto como, não existo.
ResponderEliminarlol
ResponderEliminarQuerida Uau, estou a tentar ligar-te, mas parece que este telefone é da Faculdade de Letras... Serás professora lá ?
ResponderEliminarQuerida Uau, estou a tentar ligar-te, mas parece que este telefone é da Faculdade de Letras... Serás professora lá ?
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