Uma máscara, um cabelo com cauda de pássaro e o rio de Ofélia
O que enfatizaste, no estrondo do Calamento, se bem o entendi, na coincidência das máscaras fúnebres, minha, tua e nesta de Karin Somers, na unidades das nossas mãos, a tua, a minha, as delas, Gracinda e karin, a tocar e a criar, foi que a pomba não nos anuncia o Espírito como o terceiro excluído em nós, mas como o terceiro incluído, o livro de Maio por abrir, por ler. O livro é a pomba que anuncia o Espírito, é como algumas obras, como esta de Karin Somers, a passagem para os outros seres. Não o livro que cai, mas o livro que tocado dirige o olhar para o lugar certo, nos torna leitores e lacrimosos do divino e do além. Só as lágrimas nos conduzem ao rio onde, como Ofélia de John Everett Millais, experimentaremos a metamorfose que a saudade opera na alma de quem a canta como a passagem do medo ao sonho.
Como uma cor que não se recebe pelo olhar e pelos olhos que não tenho e no tempo que perdi, chegas salpicado de azul e trazes na cauda de pássaro os teus cabelos despenteados pelo vento e neles a cor do céu por onde te demoras um pouco mais. Quando me pergunto como, esvaziada de tudo que recebe, te reconheço na obra de karin Somers e na passagem pelo teu quarto só encontro uma explicação, a explicação dos pássaros: o azul da obra e do tecto do teu quarto, o céu, não se vê com os olhos. O azul é a única cor que só se reflecte, atravessa e perpassa a retina da alma. Foi esse azul outrora vibrante e pregnante no rio que te anunciou a morada mais alta.
O que enfatizaste, no estrondo do Calamento, se bem o entendi, na coincidência das máscaras fúnebres, minha, tua e nesta de Karin Somers, na unidades das nossas mãos, a tua, a minha, as delas, Gracinda e karin, a tocar e a criar, foi que a pomba não nos anuncia o Espírito como o terceiro excluído em nós, mas como o terceiro incluído, o livro de Maio por abrir, por ler. O livro é a pomba que anuncia o Espírito, é como algumas obras, como esta de Karin Somers, a passagem para os outros seres. Não o livro que cai, mas o livro que tocado dirige o olhar para o lugar certo, nos torna leitores e lacrimosos do divino e do além. Só as lágrimas nos conduzem ao rio onde, como Ofélia de John Everett Millais, experimentaremos a metamorfose que a saudade opera na alma de quem a canta como a passagem do medo ao sonho.
Como uma cor que não se recebe pelo olhar e pelos olhos que não tenho e no tempo que perdi, chegas salpicado de azul e trazes na cauda de pássaro os teus cabelos despenteados pelo vento e neles a cor do céu por onde te demoras um pouco mais. Quando me pergunto como, esvaziada de tudo que recebe, te reconheço na obra de karin Somers e na passagem pelo teu quarto só encontro uma explicação, a explicação dos pássaros: o azul da obra e do tecto do teu quarto, o céu, não se vê com os olhos. O azul é a única cor que só se reflecte, atravessa e perpassa a retina da alma. Foi esse azul outrora vibrante e pregnante no rio que te anunciou a morada mais alta.
Há mãos que não param de escrever. Assim as tuas. São como as marés. Esvaziam e enchem o azul da montanha, esse mar elevado. São mãos diligentes, mãos de saudade, tecem no bastidor do tempo, o espírito de um bordado antigo.
ResponderEliminarO poeta despenteia luas no seu cabelo, vai subindo a montanha de Pascoaes a si mesmo visitado. Ouve-se a voz de um sino na montanha. Humanidade divina que regressa da serra. Voz funda, olhar penetrante e abismado. Um grosso livro cai com um ruído de trovão, espera-se o clarão. A pastora do mundo ilumina a terra. É a mesma névoa purificada em luz; existir para outra existência, para além, é a saudade e o regresso dos seres ao seu lugar de origem. São marés-ondas que vão e vêm, trazem palavras que foram penas levitadas na serra. Pedras de azular.
Saudades as minhas mãos também te acenam...e agradecem. As pastoras agradecem aos que não têm rosto e são mais que realidade visível e invisível.
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