quinta-feira, 15 de maio de 2008

Nova Águia e MIL - O que se espera de todos e cada um de nós ?

No momento em que a Nova Águia e o Movimento Internacional Lusófono levantam voo, emplumados de mais de meio milhar de sempre crescentes adesões em todo o mundo lusófono e fora dele, o que se espera de todos e cada um de nós ? Mais um movimento de fugazes entusiastas para ficar na história sócio-cultural do país, ser referido nos compêndios escolares daqui a um século e ter deixado tudo na mesma ? Ou um movimento que desde já faça sua a diferença que deseja para Portugal, a comunidade lusófona e o mundo ? Um movimento de pessoas que não se satisfaçam com dizerem que aderiram ou são assinantes disto ou daquilo, com terem o nome numa revista ou num blogue, com porem mais um emblema na lapela ou sentirem que pertencem a um novo clube, mas que realmente estejam dispostas a reflectir, viver e partilhar as ideias contidas nos manifestos da Nova Águia e do MIL, com todo o incómodo e desassossego que isso possa causar aos hábitos e rotinas mentais, culturais e sociais de um país atolado num marasmo de indiferença e conformismo ? Um movimento cujos indivíduos e núcleos tomem iniciativas, organizem encontros, debatam e realizem ideias, assumam a responsabilidade de uma cidadania activa que repense e refunde o sentido de haver Portugal ? Um movimento que, de forma séria, firme e ponderada, com respeito por e em diálogo com todos os que pensem de forma diferente, assuma ser alternativa ao estado actual das coisas ?

Digo isto porque não posso deixar de sentir um contraste entre o crescimento rápido e entusiasta das adesões à Nova Águia e ao MIL e as poucas iniciativas autónomas dos aderentes, que parecem continuar a passividade secular dos portugueses, que tendem a ficar à espera que decidam e pensem por eles. A Direcção da Nova Águia e a Comissão Coordenadora do MIL podem e devem impulsionar e catalisar este movimento, mas ele nunca existirá, como um verdadeiro movimento de renovação, se as nossas iniciativas não encontrarem eco nas iniciativas dos múltiplos núcleos de aderentes espalhados por todo o país e pelo mundo.

Espero que os vários lançamentos da Nova Águia sejam pontos de encontro para aqueles que abraçam este projecto, espero que os aderentes em cada cidade e região tomem a iniciativa de se conhecer e organizar para planearem estratégias conjuntas de divulgação deste movimento, espero que todos se mobilizem e dêem o melhor de si para que estejamos à altura do melhor da nossa história e cultura e daqueles que nos inspiram. Espero que desde já e até ao final das nossas vidas sintamos que estamos realmente a marcar uma diferença e a contribuir para que haja um novo Portugal, uma nova Comunidade Lusófona e um novo Mundo.

"Eu, da raça dos Navegadores, desprezo tudo o que seja menos do que descobrir um Mundo Novo !" - Álvaro de Campos

9 comentários:

  1. Vão em frente. O país (e arredores) precisam de vocÊs*

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  2. Importante esta reflexão, lúcida e verdadeira.
    Nem todos podemos, queremos ou temos capacidade impulsionadora mas existe a responsabilidade da nossa consciência enquanto aderentes. Ao que fazer com ela, basta impormo-nos essa mesma dúvida.

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  3. O país e arredores precisa de ti também, Joana.

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  4. Não sou dos que aderiram a nenhum dos dois movimentos que refere. Tenho-os acompanhado e lido. Concordo com uma boa parte dos seus fundamentos, plano de intenções e, sobretudo, um respeito enorme pela herança que a revista Águia nos legou.
    Creio também que este novo movimento será uma referência para o futuro. Encontro grandes analogias entre as situações que se viveram em Portugal nos dois momentos.
    Tenho divulgado as ideias em causa e discutido informalmente os seus princípios. Penso que as suas reflexões terão sido as mesmas que passaram pela mente dos iniciadores da primeira revista(1910-1932). O essencial não mudou nestes anos todos.
    Penso que faz bem em lembrar a inércia a que este país aderiu sem nada fazer para dela sair. Apenas consentiu.
    Tenho esperança numa renovação em Portugal. Parece-me curial, no momento presente, acender essa chama. De uma maneira ou de outra, está-se a fazer história. Se aumentar o número dos que disso tenhm consciência, não será em vão o esforço dispendido.
    Se esse empenho for contagiante e repartido por todos, aderentes ou não, melhor ainda.
    Que a Águia voe alto!
    Que a Águia e todos os contributos individuais e/ou colectivos empenhados em ideais similares, saibam contruir o futuro.

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  5. Não esperas pela demora... Tenho um site em preparação, uma revista on-line sobre educação e didáctica da filosofia a querer ganhar asas, uma revista on-line para os alunos de filosofia do secundário, um grupo de reflexão em torno destes projectos a começar a congregar-se e uma coisa caótica que ainda não sei o que será, mas que será sempre caótica. A "coisa" só poderá desenovelar-se quando acabar este período de avaliações na escola que me tem mantido aqui preso a um canto. ;)

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  6. O que espero faz-me fazer. Faço-o sem qualquer mérito meu.
    Estás em ritmo acelarado e em múltiplas direcções, onde o caos também está presente. Parabéns
    pela tua energia e entrega ao que, afinal, mais importa: Despertar consciências, incluindo a nossa mesma. É tarefa titânica, mas ninguém disse que era fácil...
    Ainda por cima, vida de professor é dura:)

    Um abraço e bom trabalho.

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  7. Caro Paulo, contigo posso estar certo de que não perderei pela demora !... Cá fico, à espera de tudo e sobretudo dessa coisa para sempre caótica !

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  8. Caro Fetais,

    mantenha-nos informados.

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  9. O caminho faz-se caminhando. E são os pequenos passos que fazem TODA a diferença.

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