Uma das coisas boas dos EUA é a capacidade de auto-critica de alguns dos seus cidadãos. Não obstante a apatia e auto-contentamento da grande maioria dos Norte-americanos, há um honrosa minoria cuja coragem, capacidade de análise e espírito denunciador e interventivo não têm par no mundo inteiro. Um desses exemplos é o escritor "Beat" William Burroughs:
William S. Burroughs - Thanksgiving Prayer
http://www.youtube.com/watch?v=Z7_MYrVzU-Y
Thanks for the wild turkey and the passenger pigeon…destined to be shit out through wholesome American guts.
Thanks for a continent to despoil and poison.
Thanks for Indians to provide a modicum of challenge and danger.
Thanks for vast herds of bison to kill and skin…leaving the carcasses to rot.
Thanks for bounties on wolves and coyotes.
Thanks for the American dream: To vulgarize and to falsify until the bare lies shine through.
Thanks for the KKK.
Thanks for the KKK.
For nigger-killin’ lawmen, feelin’ their notches.
For decent church-goin’ women, with their mean, pinched, bitter, evil faces.
Thanks for “Kill a Queer for Christ” stickers.
Thanks for laboratory AIDS.
Thanks for Prohibition and the war against drugs.
Thanks for a country where nobody’s allowed to mind their own business.
Thanks for a nation of finks.
Yes, thanks for all the memories…all right, let’s see your arms.
You always were a headache and you always were a bore.
Thanks for the last and greatest betrayal of the last and greatest of human dreams.
(1988)
Quem escreve e declama assim não é um homem cheio de ódio e amargura, mas sim alguém arrebatado de Amor pelo seu país ... Quem não ama está-se nas tintas
Só um@ verdadeir@ patriota pode denunciar os podres do seu país como Burroughs o denuncia.
Por isso, tenho uma sugestão para o 10 de Junho:
Escrevermos um poema colectivo, na linha do "Thanksgiving Prayer", composto por vários versos começados por "Celebro", "Canto" ou "Louvo", "Agradeço", "Orgulho-me" ou "Alegro-me", no qual ironizemos todos os "podres", passados e presentes, do nosso país.
Esse poema seria escrito a várias mãos, publicado neste blogue, e no final poderiamos incluir os nomes (reais, pseudónimos ou heterónimos) de todos os participantes.
Criariamos assim um poema catártico, no qual "queimaríamos" tudo aquilo que oprime Portugal com o Fogo da Palavra, criando assim um espaço interior e energia para que possamos exprimir a alta voz os nossos sonhos.
No final, faríamos uma ode à nossa força interior, de como todos esses factores supostamente opressivos apenas contribuem para nos tornar consciente da nossa própria força, impedem que nos acomodemos e forçam-nos a querermos nos cumprir e transcender a nós mesmos e a tudo o que nos rodeia.
Quem quizer participar, que ponha os seus versos aqui na "Serpente Emplumada".
Ironizar os podres do país ? Porque não os de cada um de nós ? Pode ser que, se o fizermos, já não haja podres nem país...
ResponderEliminarLouvo os macacos do meu nariz por serem mais limpos que os macacos que mandam neste país...
ResponderEliminarInterrogativa:
ResponderEliminarOs nossos podres são o reflexo dos podres do nosso país, e vice-versa.
Por isso, interrogativa, força com isso. Eu junto-me a ti.
Ó Klatuu/Lord, vai alí à esquina ver se eu lá estou, está bem;-)?
Anónimo, adorei o teu verso.
Não estavas. Mas a esquina estava cheia! LOL!!
ResponderEliminarP. S. Tu percebeste esse gajo??
Aqui as cobras d'água e a Nova Águia são um manancial de comentários anónimos... será o Fantomas?
ResponderEliminarQual gajo?
ResponderEliminarO saguim com uma caravana no nariz! :)
ResponderEliminarPercebi sim, acho que ele e bastante claro na metafora que usa. Porque?
ResponderEliminarEsta e para ti:
http://coilhouse.net/2007/10/19/goth-dating-on-tyra-banks/
Obrigado Portugal por seres clarividente e justo com os professores...
ResponderEliminarObrigado Klatuu por desejares matar as raparigas drogadas no dia 10 de Junho...
ResponderEliminarLouvo os podres do meu país por não serem tão podres como os meus...
ResponderEliminarObrigado, governos de Portugal, por nunca cumprirem as vossas promessas e nos ajudarem a nada esperar de vós !
ResponderEliminarObrigado, partidos políticos, por apenas se preocuparem com o poder e nos convidarem à abstenção como exercício de consciente cidadania !
ResponderEliminarObrigado, Portugal, por nunca teres ganho o campeonato europeu nem mundial de futebol e não teres realizado o mais imbecil dos nossos sonhos !
ResponderEliminarObrigado, Portugal, por teres procurado na Europa a salvação e nos haveres levado à bem-aventurada desilusão !
ResponderEliminarObrigado, Portugal, pela tua cultura profunda que tão profundamente ignoramos !
ResponderEliminarObrigado, 25 de Abril, por teres posto esta corja no governo de Portugal
ResponderEliminarObrigado, 25 de Abril, pelos milhares de mortos que provocaste em todo o Ultramar
Obrigado, 25 de Abril, por teres morto de vez Portugal
Obrigado Portugal, por te teres tornado uma República, e por teres difundido a "ética republicana", aquela segunda a qual o que importa é servirmo-nos de Portugal. E não o servir
ResponderEliminarObrigado, Portugal, por teres aderido à União Europeia/ e assim teres terminado a tua epopeia
ResponderEliminarObrigado, Portugal, por teres entregue Timor à Indonésia/ só foi pena não ter sido à Polinésia
ResponderEliminarJá leram o "Holocausto em Angola", que saíu recentemente? Há lá muito matéria
ResponderEliminarLeia a carta que aparece lá do Rosa Coutinho, esse grande homem do 25 de Abril
Ah! Grande Patriota
Obrigado Portugal, por não nos castrares e assassinares sistematicamente, como faz a Europa “culta”, “evoluída”, “organizada” e “higiénica”, nos permitires emprestar a nossa beleza às ruas e mostrar as crianças que afinal os gatos não são incubados nas gaiolas dos centros comerciais.
ResponderEliminarObrigado Portugal por o teu people ter tante respect e amor pela lingua Inglesa e for isso eu e minha lovely melher Susan nao ter de aprender tua lengua tan complecada.
ResponderEliminarO senhor Burroughs assassinou a própria mulher com um tiro na testa, parece que foi acidente... costumavam brincar ao William Tell para os amigos...
ResponderEliminarHá dimensões da ironia que exigem alguma cultura (ou não serão todas?).
P. S. Este superhavit de «anónimos» é deveras interessante!
Obrigado klatuu por sentires necessidade de exibires a tua vasta "cultura" para contextualizares a tua piada de mau gosto (e ficares com uma imagem melhorzita)
ResponderEliminarObrigado Klattu por nos fazeres lembrar a nossa ignorância e por teres um humor tão corrosivo...
ResponderEliminarGrato por haver em Portugal ignorantes que matam as mulheres a sério... sem literatura e com muita cerveja...
Louvo o Portugal que soube apurar a sua acuidade visual para ver ao longe e a tornou desfocada para o que está perto...
ResponderEliminarFantástica ideia, Guiducha ;)
ResponderEliminarObrigada Portugal, por padecer ainda de um elitismo tão podre e fechado, em que os ditos oásis configuram-se como pocilgas. Ao menos ainda há algo puro e intocado por vós, os porcos.
Obrigado, ó Portugalinho da merda, por teres conseguido transformar a maioria dos teus habitantes em estúpidos Velhos do Restelo, por asfixiares e levares ao desespero os raríssimos que conhecem e amam o grande e verdadeiro Portugal, por expulsares do teu território os poucos valiosos que poderiam fazer alguma coisa por ti, por trocares a tua dignidade e a tua nobreza por uma Europa da caca que te goza na cara, por preferires ser uma porcaria de meia-tijela povoada por montes de gente que não merece a nacionalidade que tem, por me fazeres chorar de raiva e ter vontade de sair à rua e BERRAR, BERRAR contra esses idiotas e insultá-los a todos, seus ANORMAIS!
ResponderEliminarObrigado, ó Portugalinho...
Deveras singular dar-se o caso de todos este comentários terem a mesma autoria...
ResponderEliminarQuiçá ainda veremos em Lisboa, às Escadinhas do Duque, ou na Montureira Municipal, a Travessa do Fala Só Virtual... :)
Obrigado Klatuu e Portugal (ambos embuçados), por nos terem dado esta
ResponderEliminarcaracterística tão portuguesinha de sermos espertalhões e convivermos mal com as ideias dos outros...
Louvo a subtileza de avantesma, o subtil mudar do tom de voz de quem não admite penetras no seu círculo de privilegiados e preza demasiado as boas maneiras para os discriminar abertamente.
ResponderEliminarLouvo o esvaziamento da interioridade por séculos de inquisições das mais diversas, e a construção da identidade como espelho das reacções dos outros à máscara de nós mesmos.
Louvo a violência doméstica, o matar da alma de filhos e cônjugues, porque "é para seu bem" e para que as "pessoas não pensem mal deles".
Canto o desperdício de marés e marés de talento de jovens que trancam no armário do subconsciente as suas paixões e vocação e estudam gestão, economia ou engenharia pois são "os únicos cursos que garantem emprego".
Canto a bisbilhotice generalizada, a nossa suposta superioridade moral, os julgamentos que fazemos dos outros e a nossa incapacidade de "viver e deixar viver".
Canto esta forma de sociabilidade sado-masoquista que reduz a maioria à insegurança e ao silêncio e entrega de mão beijada o título de "espert@" a narcisistas patológicos que julgam que a maior prova de inteligência é tratar todos os outros por parvos, seja em jornais, televisões, blogues e afins.
Louvo as nossas "boas intenções" que nos leva a tentar reduzir todos os outros à miséria que nós somos.
Canto a minha hipocrisia, reflexo da hipocrisia que me rodeia e infecta o ar que respiro.
Canto a minha desonestidade, sobretudo para mim mesma, tantas vezes chamada de "estratégia de sobrevivência".
Canto a regimentação das jovens vidas, cujo caminho está traçado desde o berço à escola, ao liceu, aos charros e às pielas, ao curso "que dá emprego", ao emprego que lhes suga o tutano e os fatos que lhes enche a pele de comichões, aos empréstimos para habitação que lhes impede de abandonar o emprego onde des-aprendem e se des-realizam, aos casamentos sem paixão que não deixam por causa dos filhos, da sogra, dos vizinhos, do primo e da casa por pagar, ao psiquiatra, os prozacs e os valiums, à menopausa e andropausa e o descarregar das frustrações do que não viveram sobre rapazolas gingões e raparigotas de mini-saia, ao envelhecimento amargo de quem nunca realmente viveu, e à morte que, iludidos, julgam ser a derrota final e a confirmação ser descartável em que se deixaram tornar.
Canto a nossa capacidade de lutar para que tudo isto nos atinja o menos possível.
Canto o nojo que a "senhora" sente em cruzar-se com a filha da criada nos corredores dos museus, e o paternalismo com que trata as gentes do "povo" que ganham um pouco que seja do que chama "cultura".
ResponderEliminarComo estais enganada/o
ResponderEliminarqueridinha/o Meowarchy!
Passa por Monsanto e verás como é morrer dia após dia naquele espaço infernal... em gaiolas horríveis: à fome, doentes, com falta de higiene... até chegarem aos fornos crematórios.
Passa p.f., faz isso...
Aposto que nunca mais abres a boca para dizer asneiras. Tomara que os nossos gatos e outros seres vivessem nalguns desses países "civilizados".
Sai de casa e abre esses olhos... não abras a boca, observa e vive o sofrimento deles, não sejas idiota.
Desculpem...Portugal? isso é aonde? Já ouvi falar qualquer coisa disso?
ResponderEliminarNão preciso que idiotas me expliquem William Burroughs.
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