sexta-feira, 4 de abril de 2008

A condição humana


May, chorando Kyo morto:

«Aquela morte esperava qualquer coisa, uma resposta que ela ignorava, mas que nem por isso existia menos. Ó sorte abjecta dos outros, com as suas rezas, as suas flores fúnerbres! Uma resposta que superasse aquele desespero que arrancava às suas mãos carícias maternais que nenhuma criança recebera dela, o espantoso apelo que faz falar aos mortos pelas formas mais ternas da vida

André Malraux, A condição humana (sublinhado meu).

3 comentários:

  1. Não sabemos qual o momento
    Em que a luz da vida nos confunde os sentidos.
    Estamos, quase sempre, à entrada de uma sala
    Onde faltou a luz

    Mesmo assim, prosseguimos
    Na escuridão,
    Sabendo que a luz existe.
    É esse o impulso do próprio caminhar,
    Na busca dessa luz que sabemos que houve.

    Condição humana
    Que nos faz sonhar deuses!

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  2. Nascemos da luz
    Dela descemos pela poeira iluminada
    E caímos aos pés do anjo negro.

    Descalços, nossos sapatos,
    Perdidas, nossas pegadas,
    Nesse deserto que atravessámos, todos.

    Molhámos nossos passos na água
    E bebemos nossa sede dos rios,
    Dançámos nus com deus e o diabo.

    E rimos de nós, como condenados,
    Gargalhámos forte e fizemos barulho
    E fomos perseguidos e olhámos para trás

    Éramos nós, os deuses que deixámos
    E a saudade que sentimos
    Era a nossa voz primeira a chamar a memória.

    E fundámos um reino imaginário
    Onde reinámos: umas vezes mal e outras bem,
    Quisemos ser o fogo e perdemos o céu
    Quisemos ser o céu e perdemos o fogo.

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  3. A luz cega.

    A luz despe.

    A luz nos projecta para a nossa solidao de individuos.

    A luz assusta.

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