Passo a passo
Companheira
Nos aproximamos
Da infinita câmara
Para o repouso
Também ele
Partilhado
E sem fim
Com seus silêncios de pedra.
Lá
No oriente eterno
Em que dormimos
Estaremos apenas quietos
Camarada.
Por breves instantes
Os nossos passos
Se acompanharam
Lado a lado
No fulgor encarnado por encantos
Na partilha alegre das montanhas
Na extensão dos vales e dos mares
Na consentida presença
Companheira
No mesmo pão mastigado
Sobre as duras pedras
E as flores
Do caminho
Também ele
Interminável
Também ele
Animado –
E, ele também, solitário
Com seus cantos de cigarras.
Poema belo e triste ... Poema de despedida? De perspectiva de morte?
ResponderEliminarSera que essa companheira nao conseguiu ajudar a voz do poema a superar a morte, visto que o Amor e A-mors, ausencia de morte?
Caminante, son tus huellas
ResponderEliminarel camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.
Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.
António Machado
O objectivo do caminho e o proprio caminho, o proprio processo de crescimento, transformacao e transcendencia que este implica, e nao o seu objectivo.
ResponderEliminarO objectivo de uma senda e apenas o farol que guia o caminhante.
Quando o objectivo e atingido, o caminho e o caminhante esfumam-se em nada.
Entrelacemos as mãos de ausência
ResponderEliminarRepousemos no ombro do esquecimento
Deslizemos para o sem fim
Seja esse nosso alento