Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
Há morte antes da vida...porque não vida antes da morte? e porque a morte tem que ser a única vida? a vida pode ser múltipla, em múltiplas formas, possivelmente em múltiplos planos, nenhum se encontrando em prioridade aparente.
E se a questão fosse: Quem quer viver para sempre? Lembrei-me de uma letra dos Queen da autoria de Brian May... Who wants to live forever
There's no time for us There's no place for us What is this thing that builds our dreams yet slips away from us Who wants to live forever Who wants to live forever....? There's no chance for us It's all decided for us This world has only one sweet moment set aside for us Who wants to live forever Who wants to live forever? Who dares to love forever? When love must die But touch my tears with your lips Touch my world with your fingertips And we can have forever And we can love forever Forever is our today Who wants to live forever Who wants to live forever? Forever is our today Who waits forever anyway?
Não será esta ilusão de vida e morte, o único vislumbre que conseguimos de ser imortais? De viver infinitas possibilidades, num turbilhão de emoções, em mil faces mascaradas, morte após vida, após morte...infinitamente?
Além desta questão, há no entanto outra que se coloca aqui... Quem se atreve a amar para sempre? Quem espera para sempre? Não será pelo amor que ambicionamos a libertação desta impermanência que só nos concede um dia para amar?
A ilusão da permanência e a ilusão da impermanência. Ilusão da eternidade, ilusão da ilusão... Se não existe identidade em nós... Se não existe identidade no mundo...Não há antes nem depois, não há haver...
O momento é perfeito e imperfeito Tudo diverge e converge É assim o eterno presente: Movimento.
A vida animica é essencial para podermos viver neste espaço universal, mesmo depois de tantas mortes e renascimentos.
Depois da dor entra mais luz se a soubermos inteligentemente vêr... Nesta terra efémera e passageira vamos realizando vida e mais vida...até cumprirmos o destino.
Anónimo Camélia E se a resposta fosse esta: «A nossa alma é um poço, que nos atravessa de lado a lado; tenhamos coragem de dar todo o fio ao prumo que do lado do abismo de novo toparemos as estrelas.» L.C
Da morte duma flor nasce outra ainda mais bela e perfeita iluminada por a luz duma estrela...
O que eu mais gosto das perguntas é o instinto que as instiga e dá resposta na sua própria formulação. Aquele instinto que torna tudo inquestionável mas que de súbito nos apela a desafiar o Mistério como se fossemos desconhecedores, e quiséssemos fazer outro caminho para ver como é. De um ponto para um outro, lançamos uma aresta, ou melhor, uma Festa. Até pode ser uma pirâmide, ou um labirinto, a ver se nos perdemos…
Nada se perde, tudo se encontra. (já dizia Pessoa) E a mim ocorre-me dizer, quanto mais livres mais instintivos, digo, intuitivos, digo inspirados.
Quando nascemos já trazemos a morte na vida. A individuação e a dualidade são o resultado dessa morte inicial… Há vida em potência criadora e em consciência primordial, aberta, iluminada e ilimitada, que une, pelo amor, vida e morte… O nascimento e a morte são uma e a mesma coisa. É isso que aprendemos com a imutabilidade… O que a nascer e a morrer perdemos é a ideia de participação no conjunto…no todo indiferenciado (nem ser nem não ser, nem feminino nem masculino…) que era antes de criarmos a ilusão de ser e de durar… É isso que tentamos reabsorver, não para escapar à morte ou à duração, mas para compreender a relativização dos conceitos…
As coisas são e não são… são vazias… não têm dentro nem fora… não há vida… não há morte… Há o fado… e a saudade…
Para quem tenha conceitos de morte e vida diria: há vida antes da morte se morte houver em cada instante da vida. Mas que fica então do fado e da saudade neste haver sem idade ?
Anónimo Camélia Dá-me ideia que ter "vida" tem um simbolismo muito aquém, não se reduz a um mero conceito.
Viver cada instante na sua plenitude, com vida cheia de luz... Não morremos a cada instante revivemos a vida que á em nós e que vem do Altíssimo!... Esse é o fado.
A saudade ... sem anseio de reviver os mais cândidos momentos em que tudo era paz,há muito e muito tempo quando tudo era em Deus...
Não será que essa renovação constante e natural de a cada instante vivermos é concebida com algum propósito divino, cabendo a todos os seres humanos mesmo que estes não tenham consciência.
Nascemos e renascemos a cada instante. Assim sendo, já não somos, somos outro renovadamente e em constante ser e não ser… até nos perdermos de nós e nos reencontrarmos no uno que é tudo. Renascemos a cada instante nessa contínua morte e vida. E ao sermos outro, não deixa de haver ser e não ser… Mas este ser e não ser, também não é o que fica, o que era antes do ser… Neste «haver sem idade» fica ainda a saudade de união, consubstanciação da saudade nessa alquimia transformadora que aproxima o que era antes do tempo e do espaço impuros, antes da vida como a concebemos, daquilo que era antes. Fica a saudade/participação da memória dessa idade sem idade… saudades do futuro… Do fado, deus antigo, ao qual não podemos escapar fica a aceitação, antídoto para o sofrimento resultante precisamente dessa ideia que formarmos de existir, de sermos um conjunto estruturado que nos faz imaginar que somos deuses, que somos tudo... Esse sentimento, tão português que faz a ligação é que nos ajuda a ressuscitar.
Paulo,
ResponderEliminarHá Vida!
pode haver viver, antes e depois.
ResponderEliminarhá morrer.
Há morte antes da vida...porque não vida antes da morte? e porque a morte tem que ser a única vida? a vida pode ser múltipla, em múltiplas formas, possivelmente em múltiplos planos, nenhum se encontrando em prioridade aparente.
ResponderEliminarSe fizermos por isso há. Depois é que não.
ResponderEliminarE se a questão fosse: Quem quer viver para sempre? Lembrei-me de uma letra dos Queen da autoria de Brian May...
ResponderEliminarWho wants to live forever
There's no time for us
There's no place for us
What is this thing that builds our dreams yet slips away from us
Who wants to live forever
Who wants to live forever....?
There's no chance for us
It's all decided for us
This world has only one sweet moment set aside for us
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Who dares to love forever?
When love must die
But touch my tears with your lips
Touch my world with your fingertips
And we can have forever
And we can love forever
Forever is our today
Who wants to live forever
Who wants to live forever?
Forever is our today
Who waits forever anyway?
Não será esta ilusão de vida e morte, o único vislumbre que conseguimos de ser imortais? De viver infinitas possibilidades, num turbilhão de emoções, em mil faces mascaradas, morte após vida, após morte...infinitamente?
Além desta questão, há no entanto outra que se coloca aqui... Quem se atreve a amar para sempre? Quem espera para sempre? Não será pelo amor que ambicionamos a libertação desta impermanência que só nos concede um dia para amar?
A-mors, amritta, não morte.
ResponderEliminarA ilusão da permanência e a ilusão da impermanência. Ilusão da eternidade, ilusão da ilusão... Se não existe identidade em nós... Se não existe identidade no mundo...Não há antes nem depois, não há haver...
ResponderEliminarO momento é perfeito e imperfeito
Tudo diverge e converge
É assim o eterno presente:
Movimento.
Movimento, eterno presente ? De onde para onde, de quê ?
ResponderEliminar"Os homens morrem por não unirem o fim ao princípio" - Alcméon de Crotona (VI A.C.)
ResponderEliminarVida é caminho, é via, é « a arte de pôr em comunicação o Céu e a Terra, as forças sagradas e os homens».
ResponderEliminarHá espaço...há inspirar e expirar:
Respira-me o ar
A vida entra e sai
Nada a retém
Expira-se um perfume de rosas...
Há vida sem morte ?
ResponderEliminarHá vida antes da morte que vivemos ?
Há Vida sem se perder
o que a nascer e morrer perdemos ?
Há ?
Só um bocadinho...
ResponderEliminarPara o verbo interrogado e pensado
As respostas possíveis:
1. Há.
2. Há
3. Há
4. Há.
1. Não há.
2. Não há.
3. Não há.
4. Não há.
Para o verbo poético:
1. O verbo é energia do pensamento
O resultado da fé
Por isso, o poema
É uma arca de mistério
Indecifrável e oculta.
2. Morte é a vida que se nasce
Vida é a morte que se cumpre
Para a nossa ignorância ou obscuridade há uma resposta honesta:
- Não sabemos de certeza certa, seja lá o que isso for.
A questão põe-se também, penso, a nível do pensamento do todo e das partes.
Anónimo
ResponderEliminarCamélia
A vida animica é essencial para podermos viver neste espaço universal, mesmo depois de tantas mortes e renascimentos.
Depois da dor entra mais luz se a soubermos inteligentemente vêr...
Nesta terra efémera e passageira vamos realizando vida e mais vida...até cumprirmos o destino.
Anónimo
ResponderEliminarCamélia
E se a resposta fosse esta:
«A nossa alma é um poço, que nos atravessa de lado a lado; tenhamos coragem de dar todo o fio ao prumo que do lado do abismo de novo toparemos as estrelas.» L.C
Da morte duma flor nasce outra ainda mais bela e perfeita iluminada por a luz duma estrela...
O que eu mais gosto das perguntas é o instinto que as instiga e dá resposta na sua própria formulação. Aquele instinto que torna tudo inquestionável mas que de súbito nos apela a desafiar o Mistério como se fossemos desconhecedores, e quiséssemos fazer outro caminho para ver como é. De um ponto para um outro, lançamos uma aresta, ou melhor, uma Festa. Até pode ser uma pirâmide, ou um labirinto, a ver se nos perdemos…
ResponderEliminarNada se perde, tudo se encontra. (já dizia Pessoa)
E a mim ocorre-me dizer,
quanto mais livres mais instintivos, digo, intuitivos, digo inspirados.
Anónimo
ResponderEliminarO Papagaio
Já agora, gostaria que me explicassem:
«O Mito é o nada que é tudo» de
Fernando Pessoa.
Ehehehe :) Eu cá parece-me que não.
ResponderEliminarQuando nascemos já trazemos a morte na vida.
ResponderEliminarA individuação e a dualidade são o resultado dessa morte inicial…
Há vida em potência criadora e em consciência primordial, aberta, iluminada e ilimitada, que une, pelo amor, vida e morte…
O nascimento e a morte são uma e a mesma coisa. É isso que aprendemos com a imutabilidade…
O que a nascer e a morrer perdemos é a ideia de participação no conjunto…no todo indiferenciado (nem ser nem não ser, nem feminino nem masculino…) que era antes de criarmos a ilusão de ser e de durar…
É isso que tentamos reabsorver, não para escapar à morte ou à duração, mas para compreender a relativização dos conceitos…
As coisas são e não são… são vazias… não têm dentro nem fora… não há vida… não há morte… Há o fado… e a saudade…
Para quem tenha conceitos de morte e vida diria: há vida antes da morte se morte houver em cada instante da vida.
ResponderEliminarMas que fica então do fado e da saudade neste haver sem idade ?
Anónimo
ResponderEliminarCamélia
Dá-me ideia que ter "vida" tem um simbolismo muito aquém, não se reduz a um mero conceito.
Viver cada instante na sua plenitude, com vida cheia de luz...
Não morremos a cada instante revivemos a vida que á em nós e que vem do Altíssimo!...
Esse é o fado.
A saudade ... sem anseio de reviver os mais cândidos momentos em que tudo era paz,há muito e muito tempo quando tudo era em Deus...
Não será que essa renovação constante e natural de a cada instante vivermos é concebida com algum propósito divino, cabendo a todos os seres humanos mesmo que estes não tenham consciência.
Continuação da conversa...
ResponderEliminarNascemos e renascemos a cada instante. Assim sendo, já não somos, somos outro renovadamente e em constante ser e não ser… até nos perdermos de nós e nos reencontrarmos no uno que é tudo.
Renascemos a cada instante nessa contínua morte e vida.
E ao sermos outro, não deixa de haver ser e não ser… Mas este ser e não ser, também não é o que fica, o que era antes do ser…
Neste «haver sem idade» fica ainda a saudade de união, consubstanciação da saudade nessa alquimia transformadora que aproxima o que era antes do tempo e do espaço impuros, antes da vida como a concebemos, daquilo que era antes. Fica a saudade/participação da memória dessa idade sem idade… saudades do futuro…
Do fado, deus antigo, ao qual não podemos escapar fica a aceitação, antídoto para o sofrimento resultante precisamente dessa ideia que formarmos de existir, de sermos um conjunto estruturado que nos faz imaginar que somos deuses, que somos tudo...
Esse sentimento, tão português que faz a ligação é que nos ajuda a ressuscitar.
Fica sempre um pouco de morte e de vida.
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