segunda-feira, 3 de março de 2008

de pés nus



de pés nus
engoli o sol
onde deuses suicidas
brincam com o pulsar da noite
a treva incandescente
dança
alheio de mim
o que de mim sobrou
dos dias crestados de ser homem
o passado todo que não fui
de encontro ao que sou sem ter sido
ao ritmo do luar errante
grito gume do silêncio
posso ressuscitar
sem que o mundo se me desapareça?

6 comentários:

  1. Acho que sim. que podes ressuscitar e o mundo não há-de desaparecer!

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  2. Este canto é o da voz que reconheço em mim como a mais sagrada. Obrigado Paulo por deixares escorrer por ti a Fonte que é de Todos e Ninguém... Sabemos enfim que não estamos sós nesse pulsar que a ninguém pertence...

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  3. Oh Paulo, estive agora a ler os teus outros blogues, tu és verdadeiramente uma Fonte de Vida!!! Que Maravilhoso é ler-te e reconhecer em ti o Mundo!!!

    Abraço Grato (e ainda iluminado pelo esplendor das tuas palavras)!! ^_^

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  4. Quais sao os outros blogues do Paulo, alem deste e da Nova Aguia?

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  5. Falava destes:
    alba azul, espanto,
    contos sem conta e
    personar.

    em geral basta carregares no nome da pessoa que faz o comentário para ter acesso aos blogues, email, página pessoal, etc.

    Que sorte que tenho em poder ler escritoras e escritores assim!! Ai que bom!! ^_^

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  6. respondendo à questão do poema:

    nunca ressuscitarás, pois nunca exististe o suficiente ao ponto de poderes morrer.

    Mas podes deixar que habitem em ti as metamorfoses desse gume, que é o Mistério / Mundo a vir ao nosso encontro.

    Por dentro e fora, cima e baixo, de todos os lados ele vem, sob a forma de factos e pensamentos e sensações e emoções e afectos e... e tenta-nos fazer vir também, mas nós,

    amantes sonolentos,

    por vezes encolhemo-nos...

    há que ser bom Amante! Senão a vida é um(a) desEncontro (ânsia).

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