quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Um idílio

Considero-me uma mente não iluminada e, falsa e escondidamente, uma mente iluminada. A verdade é que não sou uma mente iluminada. Também, o que é uma mente iluminada? Se o soubesse, seria uma mente iluminada. Tão rapidamente me ilumino como me obscureço e, nestes últimos tempos - oh, esquecida infância! -, mais obscurecido tenho estado do que iluminado. Não conheço, ultima e maioritariamente, iluminação que não a dos sentidos... mas que belas iluminações me têm dado, ao longo da minha parca e pouco importante vida! Tenho-me recordado, não sem me iluminar (a visão, não eu), de uma das mais belas iluminações que tive em toda a minha vida; foi quando estava na Jamaica, terra do Sol, da fertilidade, da madeira e do povo sofredor e corajoso, cujo relaxado lema é "no problem, it's just the situation": como turista papalvo que sou, fui para um resort em Negril, às costas do meu papá... bem, o que interessa é que saímos do dito e fomos andar a cavalo (a minha primeira vez: o mais lindo nas coisas é descobri-las) para umas enormes montanhas hiper-verdejantes no meio do nada, sob o calor abrasador do excelso Sol, ao fundo o mar - estão a ver? Um idílio. Guardo, porquanto existir, esta bela memória, que aqui partilho com o leitor, esperando nele despertar se não a memória, a imaginação que, porventura, poderá iluminar o seu coração, porque não acredito que tudo seja sofrimento mas, também, amor. Pachola, não? Abraços.

4 comentários:

  1. Grata pela partilha. A evocação idílica pode ser fundadora de renovados idílios presentes e futuros.
    Prossiga a Demanda!

    ResponderEliminar
  2. Se o sol se colocasse tanta questão, sobre estar ou não iluminado e o que é isso, estávamos bem arranjados...

    ResponderEliminar
  3. Pensar às vezes é como acender fósforos em plena luz do dia...

    ResponderEliminar