Regresso à saudade dos dias
em que olhava o véu de água
a descer do céu sem pressa
vindo duma nuvem solar
e da sua quietude obscura.
Acomodam-se no silêncio
que me escuta e compreende
essas horas dum tempo perto
do azul eterno e da sede única.
Um fio de água alisa a janela
e lá fora as árvores recordam
os meus olhares de outrora
singulares na sua fonte pura.
Descubro algumas certezas
tranquilas nos ciclos repetidos
mas novas inquietações nascem
como páginas dum livro à espera.
Os sinos dobram e não sentem
a frágil areia do ar que se agita
no seu hino continuado pela
límpida memória do riso.
Esses sons regressam da sombra
aquietam-se na manhã dormente
com suas labaredas de oiro vivo
perpetuadas na orla sábia da vida.
Belo.
ResponderEliminarObrigada, Soantes!
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