A política internacional
é mais do que uma balança
cujo ponteiro parece mover-se
no campo astral.
O seu aguilhão é bem concreto
e penetra no que há de mais íntimo,
mais humano
e mais banal.
A hierarquia das potências
faz mais do que dividir o mundo
em alianças de demências,
em partidários do bem e do mal.
Os seus veredictos definem
a auto-estima que nos é dada,
o rosto dos futuros amantes,
a nossa capacidade relacional.
É para mim um mistério
o meu fascínio
pela política internacional.
Temperamental
qual jogo de casino,
ora pede-se o hino,
ora pé de suíno,
em investidas
de um autismo teatral.
Talvez o seu fascínio derive
da sua dimensão espectral.
Entra-nos pelos sentidos adentro,
seduzida
pelo nosso sentido trágico da vida.
É nas nossas mentes que ela vive,
ectoplasma,
parasita,
do raciocínio espacio-temporal.
(Joana, este é outro dos poemas que foi publicado na SOMOS. Venha daí a tua sentença:-)! )
O teu poema cantado em rap ou hip-hop seria uma verdadeira Marselhesa!
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