segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

oração da sede


reencontrar o chão arder na pálpebra de um dia de água

ser outra na pele de um aviso incandescente

estilhaçar o caminho.

sinuoso ventre das sombras.

é negro o branco e poderoso o silêncio.


visto a imobilidade. cerco-te de fontes.

e nada é o prado.


a vontade é um murro. no acidente das fragas.

.

seca-me este mar. devolve-me um Camilo. voráz de afectos.

3 comentários:

  1. Fica-se com sede de oração por que haja mais sede...

    ResponderEliminar
  2. A sede do que tanto nos falta e, também dos afectos tantas vezes esquecidos, é aqui bem cantada.

    Um abraço e o meu agradecimento.

    PS: O teu dizer continua a encantar-me, e pena é, este belo poema ficar remetido num blog em que, pelas suas compreensíveis características, os textos se atropelam não deixando tempo para serem devidamente apreciados.
    Se por um lado, a dinâmica de publicação alimenta um blog, por outro, o “exagero” remete os textos para a gaveta. Os bloggers, na sua esmagadora maioria quando acedem, só lêem o primeiro texto e no máximo os dois primeiros. Neste dia, foram publicados 11 posts, e só na parte da manhã, altura em que os blogs são menos visitados, foram publicados 7.

    ResponderEliminar