quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

o império




o império verdadeiro
é o que se levanta nos estarmos acesos
o pendão bem alto
o chão acossado pela vontade de todos os caminhos
a perdição que rasga a pele do tempo
e do sangue o calor ao rubro
de ser homem sem ter que ser
a escuridar-se em oração
já sem escravos ou deserdados
sem penas nem perdão
já só aqui e agora sempre
sem mandamentos ou salvação
e o paraíso não é um jardim
e o infinito cabe-me na mão
onde na pele assomam as inconsistências da vontade
e o eu se esboroa na dormência da posse
sou porque sou
vivo porque vivo
irmão porque irmão
barco porque barco
porque a razão do que somos é o que somos
libertos das amarguras de termos que ser
ninguém tem que ser o que é
cada um é porque é
essa a alegria
que toca a rebate
na soltura da Hora

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