Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
O caminho da demente
O caminho da demente começou era ela adolescente. Até que um dia acordou, sonhou que tinha sido demente num hospital para crianças onde lhes ensinava umas danças de engate e de bonança com propensão para o refrão mais cinco pedras na mão. As crianças, doentes, com seus sete instrumentos, num hospital cheio de teias, atiravam aranhiços, centopeias como sinal de emoção. Uma criança mais douta, com enxoval já tratado, notou que "demente" é quem é prisioneiro de mente; outra criança, meio vesga, e mais saída da casca, discordou notando que isso não interessava nada, que o mundo acabava num instante antes mesmo de enfatizações. A demente, cansada, vestiu um fato de velha e foi vender sardinha assada não sendo, porém, época dela. Muniu-se de adjectivos para caracterizar a sardinha, não lhe restava senão adjectivos porque não havia sardinhas. Vendeu muitos adjectivos que se assemelhavam muito a sardinhas, eram pequeninos como a sardinha e esclarecedores como os adjectivos. A caminho da premência a demente morreu, retirou-se de cena, com uma congestão inexplicável, incompreensível, inexprimível, inigualável, foi o que deus lhe deu.
Excelente ironia do que também tem sido este blogue... Perspicaz, como sempre !...
ResponderEliminareste blogue? mas agora é tudo acerca deste blogue?! que blogue mais egocentrado!
ResponderEliminarE sobretudo acerca da nossa propria ignorancia, cegueira e loucura. Enfim, da nossa propria condicao humana
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