Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Consciência da consciência, consciência pura
Os fenómenos são manifestações. De quê? Não sabemos. Só há duas vias possíveis de conhecimento: a dos fenómenos e a das suas causas que é, em última instância, de uma suposta causa única ou da coisa que são todas as coisas. Mas, para nós, todas as coisas são fenómenos; tudo nos aparece como fenómeno, incluídos nós mesmos, na medida em que "fenómeno" significa "ser para uma consciência". Dizemos, então, que nos aparecem como fenómenos, mas que podem não o ser, na medida em que podem ser algo mais, quer dizer, objectos independentes da consciência. E nós, que tipo de objecto somos? Dependente da consciência, porque o eu é uma construção mental mas, também, um eu para mim; porque eu sou o eu e isto implica consciência. É por isso legítimo perguntar-se se sempre tivemos ou teremos consciência, o que é o mesmo que existir ou se, por outro lado, existimos apenas entre os nossos nascimento e morte. São perguntas que provêm de uma mente mas, principalmente, de um eu, porque sem consciência não existiriam perguntas. A mente tem inúmeras funções, centenas. É muito fácil, evidente e simplista agrupá-las apenas em seis ou sete, porque cada uma dessas contém centenas de outras. Se pararmos para pensar sobre isso, tomando atenção sobre o que a mente está a ou o que pode fazer, descobrimos centenas de pequenas funções que vão ocorrendo. Por isso, a mente é capaz de inúmeras coisas, incluíndo pensar que poderia existir sem consciência. Mente sem eu. Talvez seja o caso dos computadores e dos robots: pensamentos sem consciência? Há algo mais importante do que isso, para nós, que é o sermos para nós, o eu; e se somos desde e para sempre nós ou se somos entre nascimentos e mortes. A própria lógica de sermos entre nascimentos e mortes, implica que somos um mesmo, mas não se sabe se há mais do que um nascimento e uma morte para cada eu. Mas o eu resume-se bem na ideia de que é o ser que é ser para si. Como tal, é consciência, mas de ser uma série de coisas, incluíndo, principalmente, um corpo e uma mente. Cada uma destas palavras contém em si inúmeras outras, que escolhemos agrupar sobre os títulos de "corpo" e "mente". E esses algos são independentes da consciência, excepto no serem para algo que tem consciência que o são. Somos tudo o que somos, conscientes ou inconscientes disso, excepto no eu que é, principalmente e quem sabe se exclusivamente, ser para si. Ser um eu é ser um ser que é para si, que tem consciência de si; é, primeiro, ter consciência de si enquanto ser consciente. Consciência da consciência, consciência pura.
Tantos pensamentos !... Já experimentaste repousar no espaço entre eles ? Pode ser que os absorva e deles te liberte.
ResponderEliminarPode ser que os absorva a eles e a ti. E seja como o Red Bull: dá-te asas.
ResponderEliminarpode ser...
ResponderEliminarConcordo com o Nu e Despido... já tinha pensado nisso !
ResponderEliminarCom essa velocidade toda... nem reparamos neles, a Serpente tudo devora... vai com calma.