quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Do Agostinho em resposta a Vieira-Heraclito, para temperar as lágrimas e a Quaresma

"Que, palhaços do circo do Senhor,
sejamos loucos do mais belo siso
transformando num jogo a nossa dor
e a dádiva das lágrimas em riso"

- Agostinho da Silva, Caderno Três sem Revisão [inédito].

1 comentário:

  1. ...Cantemos como __________(cabe aqui o nome de quem o quiser cantar«...se alguma vez quiseste duas vezes, em vez de uma, se alguma vez disseste "agradas-me, felicidade! Instante! Abrir e fechar os olhos!", é porque queréis que tudo voltasse! ...Tudo de novo, tudo eternamente, tudo encadeado, unido, ligado pelo amor. Oh!, foi assim que amaste o mundo, vós que sois eternos, amai-o eternamente e para sempre: mesmo à dor dizes "passa, mas volta!"(...)[e quanto à alegria]
    Porque só a alegria é:
    "mais sequiosa, mais cordial, mais esfomeada, mais terrível, mais íntima do que toda a dor, quer-se a si própria, morde-se a si própria, luta nela a vontade do anel...»
    Que loucamente, demencialmente chamemos as duas, a dor e a alegria, as lágrimas e o riso, e que em cada um esteja o outro! E nós sejamos neles: água e som. Rio e lira. Assim como Nietzsche tão bem viu e disse. E, Vieira e Agostinho e todos e tantos para nós os dançarmos, na suma perfeição da festa que prepararam para a nossa vida, para nós. Para todos. Para os que hão-de vir.

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