sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

VERTIGO ou Que horas são dentro de mim?

(...) lisboa é feita de fios de sangue
de províncias
de esperas diante dos cafés
de vazio sob um céu plúmbeo que ensombra
os jardins de estátuas partidas
há um pressentimento de sono sem fim

refugias-te num quarto de pensão e dormitas

o dia todo _ para que lisboa te esqueça

AL BERTO, Horto de Incêndio

2 comentários:

  1. Queria-te encontrar num quarto de pensão
    em Lisboa
    capital do Nada
    e das coisas oblíquas

    para não dormir eternamente
    na cidade do esquecimento

    ResponderEliminar
  2. Vertigo: Dentro de nós batem em simultâneo todas as horas, na Hora-instante que suspensa anula toda a memória e todo o desejo, toda a saudade.
    Desce ao fundo do coração e nele escutarás, como num silêncio murmuro, todos os cantos, vozes e gritos do mundo.

    ResponderEliminar