"A civilização não é senão uma fina película à tona de um caos ardente" - Friedrich Nietzsche, A Vontade de Potência
"Temos de possuir um caos no íntimo para dar à luz uma estrela dançarina" - Id., Assim Falava Zaratustra
Somos este caos a incendiar a fina película. Arderemos apenas nesse fogo ou renasceremos na luz-dança estelar ?
Profunda gratidão a todos os que crescentemente visitam, publicam e se expõem neste blogue, despidos, travestidos ou mascarados. Um blogue é por natureza uma serpente auto-devoradora, como a Vida: tudo o que surge logo é engolido por algo novo. Saibamos todavia remexer e explorar o ventre da serpente, porque nele se encerram verdadeiras preciosidades.
Sinto que carecemos de redescobrir uma cultura da intensidade e da profundidade, que nos confronte com a descoberta, experiência e superação das nossas mais ignotas e amplas possibilidades. A alternativa é o que já acontece: distracção, diversão e agitação fútil, este passa-tempo moribundo a que se chama vida.
Sim, sendo êxtase, porque sacrificar ao desprezível ?
Haverá algo de desprezível neste mundo? Sacrificamos o que vemos como desprezível, sacrificamo-lo em nome do que amamos. Mas quando sou Um com algo não o posso desprezar, nem tão pouco o posso amar (porque o amor é um afastamento). A linguagem do sacrifício não cabe na Unidade.
ResponderEliminarPosso apenas cantar com ele uma música a muitas vozes, a polifonia de uma solidão encantada, que como gotas num Oceano são e não são
O Mesmo.
Entendo o desprezível como essa mesma dualidade que nos leva a sacrificar e desprezar (ou amar, nesse sentido) alguma coisa. Agora, num ponto de vista absoluto, que por isso mesmo não é ponto de vista algim e não se pode expressar, é claro que nada há de desprezível. Às vezes ao falar tentamos dizer o que é, da forma menos inadequada; outras procuramos despertar certas reacções que acreditamos libertadoras. Foi este o caso.
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