quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A palavra (I)

A palavra é a sinapse do mundo.
Criva os interstícios do tempo
onde acede às confluências do desejo.
Porque ela é violenta suspensão,
situa-se na iminência do incriado.

3 comentários:

  1. É verdade João, a palavra é a comunicação do mundo. Benjamin dizia, também consigo, o homem está no meio para levar e elevar o mutismo da Natureza e dos da Natureza, a Deus. Ao Nome. E, por isso está na iminência do incriado. Espera-o. Deseja-o. Rejubila pelo que vem. Pelo que chega. OBRIGADA, João, por saber pensar, dizer e me comover. Por ser um INSURRECTO e por estar a sair dos INFERNOS ONÍRICOS e a chegar a um lugar límpido e solar, a que chamamos Linguagem, mas pode ser Ser e Criação. Apetecia-me a oração que as almas simples sentem, na verdade pura do que exprimem e dizer:
    santificada seja a sua vocação...que voz tão linda que nunca falando nas aulas, sempre falou e falou e falou e fala até todos os dias em que o conseguir entrever e ler na miséria luminosa dos dias.
    Obrigada a quem o deixou chegar aqui...mas na verdade é o seu poema que agradece por mim. Um imenso sorriso para si e para a poesia que é a casa não só do Ser, mas do PODER SER!

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  2. Bons versos ! Muito especialmente os dois últimos, fulgurantes: só retirava "ela"; ficava mais contido e forte.

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  3. Uma sinapse que é suspensão... de si mesma ?

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