Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
A nossa mais funda saudade
A nossa mais funda saudade é de um não sei quê, porque a nossa mais funda saudade é disso que somos e isso que somos não tem conceito nem palavra que o pense e diga. Nem sequer "ser" ou não. É por esta desmesura, este abismo, este infinito não poder caber nem em nós, nem no mundo, nem em si, que há saudade. Pelo menos enquanto nos virmos como existindo e sendo isto ou aquilo, receosos da abertura sem contornos que irradia, como um coração silente e súbito, na deslumbrada penumbra da nossa ilusão: esta ilusão de sermos nós "próprios", este sonho-pesadelo que nos alucina em morte-vida.
Senti-me montanha estendida para o céu numa íntima proximidade cheia de espaço! Por vezes há homens que dão a impressão de nos abrir um “ infinito” não condicionado que ecoa por todos os lados e põe os corações abertos como que a cantar hinos silenciosos. O que eles dizem, a nós só nos faltou dizer ou saber enquadrar. Mas é só impressão…
ResponderEliminarÉ só impressão. A vida é a abertura desse infinito. Ninguém em particular a possui, representa ou expressa. Nela todos os sinais se dissolvem na direcção que indicam: todo o espaço, sem rotas nem rumos, sem guias nem viandantes. Somos espaço e todos os ventos, em todas as direcções, toda a energia do mundo, a nossa ébria montada.
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