terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Depois da "Folia"
Sim, a peça, nós sabemos que a peça.
Mas, afinal, no final das contas o que conta é o que a gente sente.
Vamos então dar expressão ao esterco que a gente sente. A gente sabe, sim, que as coisas não são assim, que não são feias e nervosas mas a gente sim. Vamos então vomitar à vontade se é assim que a gente sente. Tudo bem, a vida é bela, como era dantes, mas a peça não está feita para quem já chegou a um nível alto de mal estar. Só devia entrar quem preenchesse os requisitos de ficar quieto por um minuto. Não quieto no sítio, quieto na cara. Não é para todos a libertação. É preciso não estar doente para a libertação, não me venham dizer que é para todos.
Por isso, meu amigo, meu ragazo ou o caraças, não subamos trepadeiras se nem sequer temos ventosas para subir. Assumamos, então, o nosso desespero que nos sairemos muito melhor nessa área. Se tentarmos aquela alegria, que eu bem conheço, nem a palhaços tristes conseguimos dar figura. Por agora sejamos ora medo, ora culpa, ora ansiedade, ora incómodo totalmente, já, físico, descontrolado. E teremos mais consciência deste estado para o próximo passo.
Não tenhas medo de ser triste se agora é triste que és.
6/7/2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Bom estilo. Nervoso, frontal e fero. Cru e nu. Profundo. Sem ademanes literários.
Enviar um comentário