tag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post4251714711596346124..comments2023-10-14T13:18:12.200+01:00Comments on Serpente Emplumada: Sobre espiritualidade, ecumenismo, sincretismo e Espírito Santo em Agostinho da Silva - em resposta a questões e observações de João BeatoPaulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-18566721833792805852008-12-16T09:44:00.000+00:002008-12-16T09:44:00.000+00:00Parabéns, Serpente Emplumada!Um grande abraço para...Parabéns, Serpente Emplumada!<BR/>Um grande abraço para todos.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-73384015982566955652008-12-11T20:09:00.000+00:002008-12-11T20:09:00.000+00:00Não, minha amiga, aqui, entre almas ("des")inquiet...Não, minha amiga, aqui, entre almas ("des")inquietas, vive-se mas é na paz da liberdade de discorrer, de opinar e até de errar, porque os cristãos, nomeadamente os católicos (muito quietinhos ultimamente: "Graças a Deus!") parece terem esquecido, por um lado, que é bem capaz de haver "por aí" inferno e, sobretudo, por outro, parece terem de todo esquecido que podem usar a cabeça (já que não usam chapéu), enquanto ficam de mãos postas e cabecinha ao lado, em cima dos joelhos.<BR/>Deus me perdoe...!<BR/><BR/>Maria da Conceição? Hum... isso não era uma tal de "Santa da Ladeira"? <BR/>Mau! Não me digam que a pobre criatura ressuscitou??!!<BR/>Estamos bem arranjados! O fim do mundo vem já aí...<BR/>(Perdoe-me a minha amiga a ironia da alusão, sem malícia...)Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-40158726510131414282008-12-11T10:23:00.000+00:002008-12-11T10:23:00.000+00:00Vivem no inferno da discussão porque não conhecem ...Vivem no inferno da discussão porque não conhecem a Paz de Cristo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-92184097122379428322008-12-11T00:35:00.000+00:002008-12-11T00:35:00.000+00:00Porventura Krishnamurti não teve a capacidade ou a...Porventura Krishnamurti não teve a capacidade ou a humildade de reconhecer que as religiões organizadas podem ser o suporte exterior de uma via iniciática, embora seja verdade que muitas vezes tendem a submergi-la nos dogmas, doutrinas, hierarquias e morais de rebanho. Temo, no entanto, que o self-service de experiências religiosas e "espirituais" ainda ofereça menos possibilidade de uma verdadeira iniciação. Claro que nisto não há saber possível, pelo menos da minha parte, mas confesso que, pela imagem que tinha de Krishnamurti, fico bastante desapontado ao vê-lo fazer juízos tão genéricos e simplistas sobre fenómenos tão complexos e diversos.<BR/><BR/>Ainda sobre os infernos, passei hoje o dia a pensar que tomara a muitos iraquianos e suas famílias que o senhor Bush acreditasse que matar pessoas leva ao inferno, como efectivamente acontece, ainda que seja em nome do "bem" contra o "mal". Como tomara a todos nós que os agiotas dos bancos e da banca acreditassem que roubar legalmente leva ao inferno, como efectivamente acontece. O que não quer dizer que os infernos sejam "reais". Também nós não o somos e todavia experimentamos prazer e dor.<BR/><BR/>Terá sido um progresso deixarmos de acreditar no inferno? Não o creio. Quando menos nele acreditamos, mais o criamos.Paulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-13226078954318024442008-12-10T15:20:00.000+00:002008-12-10T15:20:00.000+00:00Não é válida a experiência de outro para a compree...Não é válida a experiência de outro para a compreensão da realidade. Entretanto, as religiões organizadas, no mundo inteiro, baseiam-se na experiência de outro, e, por conseguinte, elas não estão libertando o homem, porém, ao contrário, prendendo-o a um determinado padrão e instigando os homens uns contra os outros. (…) (O Caminho da Vida, pág. 27)<BR/><BR/>(…) Sabeis, a maioria de nós deseja adquirir sabedoria ou verdade por meio de outrem, mediante algo vindo do exterior. Ninguém vos poderá transformar num artista; só vós próprios podereis fazê-lo. É isto que desejo dizer: posso dar-vos tinta, pinceis e tela, mas vós próprios tendes de vos tornar o artista, o pintor. (…) (Palestras na Itália e Noruega, 1933, pág. 40-41)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-6193608184948273472008-12-10T14:22:00.000+00:002008-12-10T14:22:00.000+00:00Pelo que tenho observado, as religiões organizadas...Pelo que tenho observado, as religiões organizadas, como qualquer outra coisa, também se tornam muito facilmente em gratificações para o ego. Há muitos meios de nos desiludirmos e nos libertarmos, a religião tradicional é apenas um deles.João Beatohttps://www.blogger.com/profile/10940194882957098723noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-23659145096413674932008-12-10T08:34:00.000+00:002008-12-10T08:34:00.000+00:00João, a única coisa que caracteriza a via budista ...João, a única coisa que caracteriza a via budista é a compreensão vivida dos quatro selos, mais abrangentes do que as quatro nobres verdades:<BR/><BR/>1 - Todos os fenómenos compostos são impermanentes. <BR/>2 - Todas as emoções são dor.<BR/>3 - Nenhuma coisa tem existência inerente, em si e por si.<BR/>4 - O Despertar transcende os conceitos.<BR/><BR/>Com esta compreensão vivida segue-se a via do Buda, ou seja, a via do Despertar, independentemente de se fazer ou não yoga, ler-se Patanjali, a "Bíblia" ou a "Bola", ser-se presidente da República, rock star, vagabundo ou prostituta.<BR/><BR/>Também achei duro, tanto mais que o traduzi, ler muitas partes do "Caminho da Grande Perfeição": depois compreendi que quem sofria era o meu ego e o meu orgulho, por não encontrar ali o que o gratificasse. Quanto aos "thirtikas", em termos últimos, são, em tibetano, os "mutekpa", os que se apoiam numa qualquer visão conceptual, incluindo a budista. Quanto aos infernos, são o fruto das alucinações de mentes corroídas pelo ódio, vividas como reais como nos pesadelos. Infelizmente, os infernos não são coisa em que se acredite ou não, mas sim que se vive, exterior e interiormente, como o nosso século XXI supostamente evoluído amplamente o mostra, muito mais do que o séc. XIX tibetano, que dizes atrasado. Agora há muito mais no livro e na obra de Patrul Rinpoche: experimenta ler alguma coisa sobre o Dzogchen, de que ele foi exímio mestre. Não deixarás de ficar surpreendido com a diferença de perspectiva. O que se ensina e escreve é em função de necessidades específicas dos destinatários, como deverias saber. A isso chama-se no budismo "meios hábeis", estratégias espirituais, upaya. Talvez esta discussão não o seja. <BR/><BR/>Um abraçoPaulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-56223746287864729302008-12-10T03:43:00.000+00:002008-12-10T03:43:00.000+00:00Paulo Borges, para mim a questão é muito simples: ...Paulo Borges, para mim a questão é muito simples: se para que eu possa ser considerado budista estou impedido de praticar ashthanga vinyasa yoga, de invocar e de ler Patanjalim, de estudar os Vedas, os Upanhishds, os Guitas (Ashtavakra do meu coração...) os Sutras, de dançar para Shiva (ou seja, a formação clássica de um hindu), então para mim faz muito mais sentido ser hindu e, como tal, conceber Buda como uma das encarnações de Vishnu e portanto como um Mestre da tradição à qual pertenço. Não sei porque deva separar o hinduísmo do budismo, Buda nunca poderia ter sido quem foi sem a base da cultura hindu, estudar uma é aprofundar a outra, é ter acesso a e compreender a visão do Cosmos que estava na base da formação espiritual de Buda. Quando comecei a compreender o budismo, já era, há alguns anos, estudande e praticante de hinduísmo com mestres autênticos, e acho que faz todo o sentido ter acesso às duas vias, pois ambas se esclarecem mutuamente, e, reciprocamente se anulam. Qualquer uma delas na ausência uma da outra será uma da outra deficitária: separá-las hermeticamente, como duas religiões absolutamente distintas, para mim, não faz qualquer sentido. Até porque, no fundo, são tudo falsas visões. Recentemente encontrei Krishnamurti, ainda não tive tempo para estudá-lo com a devida atenção, mas estou certo de que me ajudará a Ver melhor. <BR/>Também não percebo porque vais sempre buscar esse assunto da nova religião. Nunca reflecti seriamente sobre isso e não era, até hoje,uma questão que me procupasse. Sempre o vi como algo que não me diz respeito, na medida em que acho que está totalmente fora do controlo de qualquer um de nós. Se por acaso surgir uma nova religão, como outras tantas que já surgiram, que temos nós a ver com isso? Se daqui a duzentos anos o pensamento de Krishnamurti, que se diz compenheiro de Buda, tiver sido transformado numa doutrina religiosa fundada a partir da figura desse Mestre, que temós nós a ver com isso? Achas que podemos controlar o Espírito? Na verdade nunca me tinha passado pela cabeça o que pudesse ser uma religião do Espírito Santo, em termos mais concretos, mas tu, com toda essa preocupação deixaste-me curioso: «é verdade, como seria realmente uma religião do Espírito Santo?» Garanto-te de que nunca me tinha atrevido a sonhar semelhante coisa, mas podes ter a certeza de que a partir desta noite vou tentar sonhá-la. Aliás, acho que toda a gente deveria tentar. Achas que não?<BR/>Quanto à obra de Patrul Rinpoche, é precisamente por ser do séc. XIX que fiquei aterrado com o atraso da consciência ético-social ali representada. Um primeiro encontro com a tua religião através deste livro, para um ocidental, só pode ser no mínimo assustador: tivemos tanto que nos esforçar para nos livrarmos do medo provocado pela falsa visão do Inferno cristão, e vamos ter que acreditar naqueles Infernos todos? Um budista não se deve relacionar com thírtikas (mas que significa isso, «os iludidos»? «os adoradores dos ídolos»? «os brâmanes perversos»? Num texto do séc. XIX? Se o budismo tem hoje aquela imagem mediática, tolerante e adogmática que dele chega até nós, isso significa que teve necessariamente que se ocidentalizar/cristianizar ou seja, aderir aos valores ético-sociais, científico-tecnológicos e materiais do Ocidente, que são uma conquista do mundo cristão. No outro dia vi à venda um livro para pessoas de negócios, publicado em conjunto pelo Dalai Lama e por um economista; era qualquer coisa do género «Como conjugar o budismo com uma vida de negócios», com uma bela capa. Não acho que isso seja bom ou mau, é o que é, mas não vejo porque me deveria tornar budista.<BR/>Quanto ao colóquio, espero sinceramente encontrar-te lá.<BR/><BR/>Um abraçoJoão Beatohttps://www.blogger.com/profile/10940194882957098723noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-57710949105620087172008-12-10T03:38:00.000+00:002008-12-10T03:38:00.000+00:00Este comentário foi removido pelo autor.João Beatohttps://www.blogger.com/profile/10940194882957098723noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-31256294237211056072008-12-10T01:19:00.000+00:002008-12-10T01:19:00.000+00:00É tão difícil dialogar... O diálogo autêntico é só...É tão difícil dialogar... O diálogo autêntico é só por si uma experiência espiritual extremamente profunda.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-706572672501723092008-12-09T23:20:00.000+00:002008-12-09T23:20:00.000+00:00Patrul Rinpoche escreveu para monges tibetanos do ...Patrul Rinpoche escreveu para monges tibetanos do séc. XIX, dando-lhes o remédio de que precisavam. Aconselho-te a que leias o livro de Dzongsar Jamyang Khyentse, escrito para doentes diferentes, os Ocidentais do séc. XXI.Paulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-31123512300273725652008-12-09T23:16:00.000+00:002008-12-09T23:16:00.000+00:00Caro João, quem publicou o texto que criticas fui ...Caro João, quem publicou o texto que criticas fui eu e arrependo-me de o haver feito, pois arrisca-se a ser objecto de interpretações descontextualizadas, apressadas e emocionais como a que me parece que fazes, também a respeito de Patrul Rinpoche. O que está em causa é a eficácia dos ensinamentos espirituais enquanto medicamentos, que só podem curar se forem específicos para cada doença e não misturados com outros, a bel-prazer do doente, que se arrisca assim não só a não se curar como a ver o seu estado agravado. Imagina alguém com uma doença grave a pensar em curar-se a si próprio sem consultar um médico experiente e tomando todo o tipo de medicamentos que encontra ou fabrica, doseados conforme os seus caprichos... Creio que encontrarás isto claramente expresso no meu texto, se te deres ao trabalho de o ler e reflectir calmamente. Quanto ao suposto sectarismo budista, recordo-te que é a única religião ou filosofia em que o fundador nos convida a não aceitar as suas palavras sem as pôr à prova e em que se assume claramente que a própria doutrina e via budista é ainda uma ilusão que deve, em última instância, ser superada na experiência da vacuidade e do Despertar. Mas isto supõe abandonar todas as visões falsas, que não são, como dizes, as visões não-budistas, mas as visões, pura e simplesmente, incluindo as budistas, pois nelas se fica refém do intelecto conceptual que distingue entre sujeito e objecto. É por causa desta dualidade que se matam pessoas e é por isso que todo o mal daí provém. <BR/>Não vejo nenhum problema em que se estudem comparativamente as tradições e tenho-o feito abundantemente, para conhecer o que tanto as separa como as aproxima. Já me parece problemático e artificial pretender encontrar a partir da síntese ou síncrese delas uma panaceia universal para todo o tipo de necessidades e doenças espirituais humanas. Como sustento no trecho que publiquei no post, não é isso que me parece que foi proposto por Agostinho da Silva, que convidou precisamente a um aprofundamento de cada via, no diálogo fraterno com as outras, e não à criação de uma nova religião do Espírito Santo. Se quiseres podemos debater esta questão e será um óptimo tema para o colóquio que pensaste promover em Ponta Delgada. Isto se não continuares demasiado irritado com as minhas reservas ao sincretismo, como parece.Paulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-16611795047342004012008-12-09T23:00:00.000+00:002008-12-09T23:00:00.000+00:00Dzongsar Jamyang Khyentse, espera só mais um pouco...Dzongsar Jamyang Khyentse, espera só mais um pouco, já me esquecia do mais importante... Reconhecendo a nobreza incomparável da doutrina a que pertence, e infinitamente grato pela saúde que através dela eu e tantos outros seres beneficiam, não poderia deixar de lhe dizer, já que citei Patrul Rinpoche, que a leitura d'"O Caminho da Grande Perfeição" foi aquela que me tirou todas as ilusões de algum dia algum dia poder vir a ser budista (no seu sentido mais rigoroso para um autêntico budista). Muito do que li nessa obra dificilmente se poderia coadunar com a nobreza do meu caminho.João Beatohttps://www.blogger.com/profile/10940194882957098723noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-83178852163132230272008-12-09T21:16:00.000+00:002008-12-09T21:16:00.000+00:00Dzingsar Jamyang Khyentse, o que tenho a dizer sob...Dzingsar Jamyang Khyentse, o que tenho a dizer sobre isso é que, pessoalmente, não confundi religião nenhuma. De resto, acho toda a tua posição um apelo não só ao sectarismo, assim bem como a uma abdicação da inteligência comparativa e analógica. Dizes: «É claro que podemos encontrar sempre, no mínimo, pequenas semelhanças entre duas quaisquer coisas na existência, mas não penso que tais comparações sejam necessárias». Meu caro amigo, é absolutamente impossível encontrar somente «pequenas semelhanças entre duas quaisquer coisas» em matéria de religiões comparadas!Não me peça, por favor, que me minta a mim próprio e que abdique da minha inteligência. Para além disso, vejo no seu conselho uma clara expressão daquele que é considerado um dos maiores pecados na tradição budista: o pecado de estudar textos e práticas de tradições não-budistas. Nas palavras de Patrul Rinpoche :«Considerar verdadeiros os textos de tais doutrinas e segui-los, ou mesmo, sem o fazer, pensar que as palavras de Buda, as instruções do vosso mestre ou os textos dos comentadores eruditos estão errados e duvidar e criticá-los, tudo está incluído no que se designa por visões falsas. As piores das dez accções negativas são tirar a vida e as visões falsas [...] A partir do momento em que a nossa mente é maculada por visões falsas, mesmo o bem que fazemos não mais conduz à libertação e o mal que fazemos não mais pode ser confessado»(Caminho da Grande Perfeição, p.158). Meu Deus, para os budistas estudar e praticar outras doutrinas é uma acção imbuída com tanta negatividade como a de matar alguém!? Dzongsar Jamyang Khyentse, essa postura que propões é absolutamente incompatível com a cultura plural em que vivo e com o trabalho que faço; para além disso, como já te disse, acho que estás a fazer um apelo à separação e à subvalorização da inteligência. Não, obrigado!João Beatohttps://www.blogger.com/profile/10940194882957098723noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-77159317335187529082008-12-09T17:42:00.000+00:002008-12-09T17:42:00.000+00:00Mas porque é que em vez de te preocupares com os e...Mas porque é que em vez de te preocupares com os egos dos outros não te preocupas com o teu?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-52721447097862811112008-12-09T17:24:00.000+00:002008-12-09T17:24:00.000+00:00Krishnamurti, dizes precisamente o mesmo que dizem...Krishnamurti, dizes precisamente o mesmo que dizem os grandes mestres e praticantes em todas as tradições e nas próprias religiões organizadas, sempre que apontam a transcendência da experiência espiritual sobre o dogma e a doutrina. O que está em causa é precisamente a transcendência desta experiência espiritual sobre todas as religiões, irreligiões e sua confusão sincrética, que parece todavia oferecer menos garantias na medida em que resulte de uma estratégia dos egos para criarem uma via à sua medida, onde não tenham ninguém para pôr à prova a autenticidade da sua experiência espiritual.Paulo Borgeshttps://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-2401737171891677672008-12-09T16:54:00.000+00:002008-12-09T16:54:00.000+00:00Ora, confiamos demais no saber. O homem que escrev...Ora, confiamos demais no saber. O homem que escreve um livro sobre a mente ou que disserta a respeito da mente, aceitamo-lo como autoridade. Damos um nome ao seu pensamento, e o esposamos. Nunca nos pomos a investigar o inteiro processo do nosso pensar, para descobrirmos por nós mesmos. E é por isso que temos tantos líderes, cada um fazendo valer a sua autoridade, e nos dominando. E pode alguém lançar fora tudo isso e descobrir as coisas por si mesmo? Porque (…) o saber é um obstáculo à compreensão. (Viver sem Temor, pág. 14)<BR/><BR/>Não é válida a experiência de outro para a compreensão da realidade. Entretanto, as religiões organizadas, no mundo inteiro, baseiam-se na experiência de outro, e, por conseguinte, elas não estão libertando o homem, porém, ao contrário, prendendo-o a um determinado padrão e instigando os homens uns contra os outros. (…) (O Caminho da Vida, pág. 27)<BR/><BR/>(…) Sabeis, a maioria de nós deseja adquirir sabedoria ou verdade por meio de outrem, mediante algo vindo do exterior. Ninguém vos poderá transformar num artista; só vós próprios podereis fazê-lo. É isto que desejo dizer: posso dar-vos tinta, pinceis e tela, mas vós próprios tendes de vos tornar o artista, o pintor. (…) (Palestras na Itália e Noruega, 1933, pág. 40-41)<BR/><BR/>A verdade não pode ser acumulada. Ela não é experiência. Ela é “experimentar” - em que não há experimentador nem experiência. Conhecimento implica alguém que acumula, que junta; (…) A sabedoria é como o amor; e, privados desse amor, queremos cultivar a sabedoria, (…) (Idem, pág. 86)<BR/><BR/>A sabedoria é sempre vigorosa, sempre nova. Como se pode conhecer o novo, quando há continuidade? (…) Só quando há findar, há o novo, que é criador. Mas queremos continuar (…) e a mente em tais condições nunca pode conhecer a sabedoria. Pode conhecer, apenas, a sua própria projeção, suas próprias criações. (…) A verdade não pode ser procurada. A verdade só surge quando a mente está vazia de todo conhecimento, todo pensamento, toda experiência; e isso é sabedoria. (Idem, pág. 86-87)<BR/><BR/>Não há caminho para a sabedoria. Se algum caminho existe, então a sabedoria é coisa formulada de antemão, já imaginada, conhecida. (…). A experiência e o saber, uma vez que são contínuos, abrem um caminho para suas próprias projeções, e por isso são sempre entraves. A sabedoria é a compreensão do que é, momento a momento, sem acumulação de experiência e conhecimento. O que se acumula não dá liberdade para compreender, e sem liberdade não há possibilidade de descobrimento; (…). A sabedoria é sempre nova, sempre fresca, e não há nenhum meio de a acumularmos. O meio destrói o que é novo, (…) espontâneo. (Comentários sobre o Viver, pág. 94)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-23831206523347179002008-12-09T14:30:00.000+00:002008-12-09T14:30:00.000+00:00"Nos dias de hoje, é frequente encontrar pessoas q..."Nos dias de hoje, é frequente encontrar pessoas que misturam e combinam religiões segundo a sua conveniência. Tentando ser não-sectários, intentam explicar conceitos cristãos do ponto de vista budista, encontrar similaridades entre budismo e sufismo ou entre o Zen e os negócios. É claro que podemos encontrar sempre, no mínimo, pequenas semelhanças entre duas quaisquer coisas na existência, mas não penso que tais comparações sejam necessárias. Se bem que todas as religiões comecem com algum tipo de objectivo filantrópico, habitualmente aliviar o sofrimento, têm diferenças fundamentais. Todas elas são como medicamentos e, enquanto medicamentos, destinam-se a reduzir o sofrimento, variando porém em função do paciente e do mal. Se sofremos uma comichão cutânea, por efeito do toxidendro, o tratamento adequado é loção de calamina. Contudo, se temos uma leucemia, não tentamos encontrar as semelhanças entre a loção de calamina e a quimioterapia a fim de justificarmos a aplicação da loção, sob pretexto de ser mais conveniente. De modo semelhante, não há necessidade de confundir religiões" - "O que não faz de ti um budista", Lisboa, Lua de Papel, 2009 (no prelo).Anonymousnoreply@blogger.com