tag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post2212395667224059623..comments2023-10-14T13:18:12.200+01:00Comments on Serpente Emplumada: Paulo Borgeshttp://www.blogger.com/profile/06481949356711352215noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-89492536429917819352009-06-12T17:57:52.228+01:002009-06-12T17:57:52.228+01:00Agradecida eu, Lapdrey, pela sua partilha.
Ainda...Agradecida eu, Lapdrey, pela sua partilha. <br /><br />Ainda não me cruzei com leituras de António Maria Lisboa, mas parece-me que, tenho que tratar disso. Gostei das passagens citadas, foram esclarecedoras, nalgumas coisas.<br /><br />Bom fim-de-semana.Liliana Gonçalveshttps://www.blogger.com/profile/12565711377844893349noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-7107557258564401972009-06-12T10:38:23.662+01:002009-06-12T10:38:23.662+01:00coisa linda
tão natural como a morte
- cá por mim,...coisa linda<br />tão natural como a morte<br />- cá por mim, estou lhe agradecendo, Lilianaplaterohttps://www.blogger.com/profile/06341136675550263099noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3014313979769592040.post-75016482690457489072009-06-12T10:21:20.405+01:002009-06-12T10:21:20.405+01:00O "problema" da morte é de sempre, "...O "problema" da morte é de sempre, "desde que há" homem.<br />A primeira questão é, pois: desde "quando" há homem? <br />A partir "de quê" passou a haver homem, e não apenas algum seu presumível antecessor evolutivo? <br />É isso situável "no" tempo? <br />Ou é algo que - seja por ter "sido" vertiginicamente instantâneo (convoquemos aqui Raul Leal, um tanto às avessas...) seja por em demasia gradual - não logre ser apreendido destarte?<br /><br />Ocorre-me aqui António Maria Lisboa, alguém que importa muito trazer sempre no bolso do nosso pensar mais lúcido e desassossegante, quando ele escreve:<br /><br />"O homem é Corpo! Restituído ao Universo de que faz parte destruídas as barreiras que a matéria e imatéria lhe impunham. Não é mais a matéria que toma consciência de si, nem consciência que se reveste de matéria. Nada nos será dado para começarmos se à insistente catalogação do homem como ser orgânico, não passarmos a afirmá-lo, a afirmar-se como um Ser Inorgânico - Corpo que não mantém separadamente ou de forma interpenetrativa uma vida biológica, outra sociológica, outra psicológica, mas uma Existência Cósmica que não é uma síntese bio-psico-sociológica, mas Inorgânica Superior!<br />Tudo no Universo se faz por crescimento (itálico) seja: por envelhecimento (itálico) para que se entenda: por enriquecimento (itálico) de todas as suas partes e de si no seu todo.”<br />(in "Poesia de Ant. Maria Lisboa", Assírio & Alvim, Lisboa, 1977, pág. 175 e seg.)<br /><br />Crescimento, envelhecimento e enriquecimento são processos holonicamente simultâneos no universo. A morte não é algo de “sequenciado”: é, porventura, a suspensão paradoxal de todos os processos, num vislumbre mais ou menos completo, intenso e profundo, em função da diversidade humana, mas sempre “perfeito”, na medida em que a morte, qualquer morte, é sempre "per-feita": consumação dum sentido, o sentido duma existência.<br /><br />Há mesmo certas tradições espirituais, como a cristã ortodoxa, que vêem a morte humana como um “pequeno juízo final”, visto que a morte é precisamente essa lâmina cortante que separa distinta e cruamente, sem possibilidade de subterfúgio algum para o seu sujeito, o exacto “peso” de cada coisa que fez ou não fez, sentiu ou não sentiu, pensou ou não pensou, activa ou omissivamente consideradas.<br /><br />«Sim, não pode ser. Calma, vamos a ver isto de começo» - diz o personagem de Tolstoi. E depois, procura “racionalizar” o que "está para" acontecer-lhe. <br /><br />Ora, recorrendo de novo a António Maria Lisboa: <br /><br />“Conhecer é a um tempo receber e dar, é não só saber que algo se processa de certa maneira, de certa forma, mas provocar alteração no processo e no que se processa, de que também faz parte. Conhecer é receber a realidade tal qual vem e no mesmo tempo torná-la outra realidade, de forma que a realidade não venha sem ser ‘indo’ (itálico).” <br /><br />A morte é, pois, precisamente isso que mais radicalmente "vem indo", anunciando-se, mas se mostra e consuma no mesmo não-“instante” em que "acontece". <br /><br />“Aí”, não há mais uma vida com sentido, mas tão-só o sentido duma vida, duma determinada vida. <br /><br />Tal coisa não pode, porém, ser um ficar “à espera da morte que [dir-se-á] andar por ali”, como sentiu Ivan Ilich... A morte mesma não o consente.<br /><br />(Muito grato; Liliana, por este post algo "inesperado", mas muito desafiante)Luiz Pires dos Reyshttps://www.blogger.com/profile/10903670477630329375noreply@blogger.com