domingo, 6 de janeiro de 2008
Aos Poetas que a fogo, memória de um incêndio vestal, esculpem a Alma e a Vida!
Na pedra rígida e austera
aonde o tempo grava a sua
legenda, que ninguém altera, eu quero:_ Este homem sem lua
vivendo do império ou signo desígnio
o seu imaginário Sonhou. Não tendo um ideário
ideou, como seu epígono
um ser humano e onde o astral se expanda
natural, qual a mão que cose
o pano, ou carne, a pontos naturais.
Isso bastou para a lama ser-lhe vela panda
d'um barco, lépido, singrando
o mar, aonde, num sangrar,
as ideias sejam Ideais
reincarnando.
Na sua carne, assim, ele creu
(e crer é já humanizar à Deusa
sua alquimia imarcescível
d'onde escoa o escuro da gnose)
ter naturalizado o mar,
chamando-lhe _ "Eu"
e, n'alma, Orfeu,
ânima da matéria em narcose
de novo endeuse em natureza
divina mas sensível
E crer n'alguma coisa, seja no que for
é já do seu mistério ver-se confessor;
olhar e ver
é já fixar de certo modo o seu não-ser.
António de Navarro
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
António de Navarro publicado por uma ninfa em fusão meditativa !... Que surpresas este blogue encerra !... Que Alma aqui se esculpe, que não-ser, magikamente, aqui se fixa ?
Quando a Lua cumpre o seu ciclo, tornando-se invisível,
rompem silvos de luz na pele
a morder os céus _ Alma
a despir-se do indecifrável cadáver. Não se fixa...antes vibra e dança!
Dança !?
No papel, no écran, no teclado
ou sobre o amotinado cadáver
despida
de si e da própria dança !?
Enviar um comentário